Nascar: o que esperar do Chase?

Chase-Elliott-NAPA-AUTO-PARTS-Phoenix-International-Raceway-2016-inside-48a
Agora é à vera: 16 pilotos passam a lutar pelo título da Sprint Cup e a busca pelo troféu de campeão da principal categoria da Nascar começa neste domingo em Chicagoland, com transmissão ao vivo dos canais Fox Sports

RIO DE JANEIRO – A partir de domingo, a Nascar Sprint Cup Series entra no Chase, a decisão do título da temporada 2016. Tal formato foi introduzido em 2004 e veio sofrendo modificações ao longo dos anos – a última, em 2014, além de trazer mais pilotos, introduziu três fases eliminatórias com três corridas cada, levando apenas quatro pilotos para a decisão daqui a dois meses, em Homestead-Miami, na Flórida.

Tudo vai começar em Joliet, no estado de Illinois: o Chicagoland Speedway, um oval relativamente novo com 1,5 milha de extensão, conhecerá o primeiro piloto classificado para a fase seguinte do Chase – desde que esteja entre os 16 que se classificaram, até porque qualquer outro piloto pode vencer corridas da Sprint Cup, mesmo estando fora da luta pelo título.

A partir de aqui, os 16 pilotos partem de uma base de 2.000 pontos, com três de bônus por vitórias. Isto faz de Brad Keselowski e Kyle Busch, que ganharam quatro provas cada, os líderes de forma automática. Eles já saem com 12 pontos de vantagem para Austin Dillon, Chase Elliott e Jamie McMurray, que não venceram nenhuma prova mas foram consistentes o bastante para assegurar suas vagas pelo critério de pontos corridos.

Nesse formato de pistas de 1,5 milha como a de Chicagoland, tivemos vitórias de Jimmie Johnson (Atlanta), Brad Keselowski (Las Vegas e Kentucky), Kyle Busch (Texas e Kansas), Martin Truex Jr. (Charlotte). Em princípio, são os nomes a se observar como os favoritos ao triunfo no domingo, por conta do retrospecto neste ano. Mas não se espantem se qualquer outro entre os fortíssimos pilotos do lote ganhar de cara e assegurar sua vaga no Chase.

Denny Hamlin vem em momento ascendente, Joey Logano vem muito bem em qualquer tipo de circuito e ainda temos Carl Edwards e Matt Kenseth com toda sua experiência. Afora Kyle Larson, que pode surpreender.

E por que não citei Tony Stewart e Chris Buescher, os outros vencedores de 2016?

Simples: porque chegaram mais longe do que muitos acreditariam.

Buescher, campeão da Xfinity Series ano passado, tem um equipamento frágil e uma equipe pequena. Por mais que a Roush Racing ofereça suporte oficioso à Front Row Motorsports, a vitória do piloto em Pocono foi fortuita, fruto de uma chuva que insistiu em cair no oval da Pensilvânia. Conseguiu se garantir no top 30 por méritos, mas salvo qualquer eventualidade, ele será o 16º e último do Chase.

Anthony Wayne Stewart, o “Smoke” tricampeão da Sprint Cup, merecia uma despedida digna da grande carreira de piloto que incluiu, também, um título de monopostos na IRL. Acho pouco provável que ele consiga arrancar uma vitória feito a conquistada em Sonoma, que lhe deu a chance de vir para a decisão. Numa análise mais realista dos fatos, o ex-agente laranja – como costuma dizer meu companheiro de transmissões Sergio Lago – é carta fora do baralho.

Um ponto positivo deste Chase que vem por aí é a renovação do plantel. Praticamente 1/4 dos pilotos classificados vêm de uma nova geração de talentos da Nascar. A safra 2014 de rookies finalmente apareceu: Kyle Larson venceu pela primeira vez após 99 corridas na Sprint Cup e Austin Dillon, neto da lenda Richard Childress, pelo menos classificou um carro do time para a fase final do campeonato.

E além de Chris Buescher, temos entre os novatos de 2016 o promissor Chase Elliott, que não se intimidou com pressões. Fez um belo campeonato com o #24 da Hendrick Motorsports, se mostrou à altura do desafio, teve grandes momentos e honrou o lugar deixado por Jeff Gordon de uma forma muito honesta e combativa para quem tem somente 20 anos de idade – faz 21 em novembro, uma semana após a decisão do título. E tem um pedigree e tanto: é filho do lendário Bill Elliott, recordista de velocidade em Daytona e Talladega, com médias superiores a 340 km/h.

A primeira fase do Chase tem pistas com absoluta disparidade em termos de características e metragem. Chicagoland com o formato “clássico” de 1,5 milha; New Hampshire e sua pista plana, com pouco mais de uma milha de extensão e, fechando o primeiro round, a “Milha Monstro” de Dover com sua inclinação que faz da pista de Delaware o oval mais rápido do gênero em todo o mundo.

A fase seguinte, com 12 pilotos no páreo partindo da base de 3 mil pontos, terá mais dois circuitos de 1,5 milha de extensão – Charlotte e Kansas – além do único superspeedway da fase decisiva, o temido oval de Talladega, no Alabama. Daí, partem oito pilotos com 4 mil pontos ou mais, lutando pelas vitórias em Martinsville, o “Clip de Papel” de pouco mais de 800 metros de extensão; no oval de 1,5 milha no Texas e na pista de 1 milha de Phoenix, no Arizona.

Aí sim teremos os quatro que brigarão pelo troféu mais cobiçado da Nascar em Homestead, partindo de 5 mil pontos. Quem chegar na frente, leva. Tem sido assim desde que Kevin Harvick faturou o caneco em 2014 e que Kyle Busch enfim quebrou o tabu e venceu a divisão principal ano passado, batendo o próprio Harvick, além de Jeff Gordon (em sua despedida como piloto regular) e Martin Truex Júnior.

Agora, os leitores podem opinar: quem ganha em Chicagoland? E quem não sobrevive para as três provas do campeonato pós-Dover?

A primeira etapa do Chase é neste domingo a partir de 15h30, pelo horário de Brasília. E o blogueiro aqui vai comentar a corrida com o Sergio Lago no comando da transmissão, no Fox Sports 2.

Comentários

  • Estou torcendo pelo Kyle Busch e acho que tem boas chances de vitória em Chicago. Acho que Larson, Buescher, Dillon e Stewart ficam na “primeira fase”. Não dá pra perder uma única corrida, torcemos juntos!

  • Estou torcendo para que o Truex Jr seja o Chaser. Na primeira leva, mesmo com toda imprevisibilidade das corridas da Nascar, vou chutar Chris Buescher, Austin Dillon, Jamie McMurray e Kyle Busch.

  • Torço muito para o 14 Smoke chegar em Homestead, assim com o Gordon fez ano passado! É muito difícil, mas vai que…
    Creio que os três primeiros cortados serão o Buescher; McMurray; e Elliott!

  • De se lamentar apenas a ausência do também menino e excelente piloto Ryan Blaney. Mas o futuro é promissor…
    Acho que nesta primeira fase serão eliminados Kenseth, Primo Carl, JJ e Buescher…os tres primeiros pela inconsistência nessa temporada, com envolvimento em várias pancas e resultados ruins e o último por falta de equipamento mesmo…chegou muito além de onde dava e ano que vem seria até uma boa para o carro 5 da Hendrick…