Emblemático…

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RIO DE JANEIRO – Esse, confesso, é um registro que nunca tinha visto. Dica do amigo e leitor do blog Pedro Migão.

Zolder, 1982. No fatídico dia 8 de maio, Didier Pironi caminha pela pista belga com dois capacetes na mão.

O casco escuro na foto em preto e branco é o de Gilles Villeneuve, que morreria naquele sábado há 34 anos.

E os dois, companheiros de equipe na Ferrari, estavam brigados depois que o francês insistiu em contrariar as ordens da equipe e vencer o GP de San Marino, deixando Villeneuve na 2ª posição.

Didier Pironi morreria em 1987 deixando sua esposa grávida de gêmeos. Batizados Didier e… Gilles.

Emblemático…

Comentários

  • Em todas as 3 tragédias da temporada de 1982 Pironi de alguma forma estava envolvido. Villeneuve, Paletti e a dele próprio. Em Hockenheim a tarefa de recolher o capacete coube a Mauro Forghieri.

  • É estranha hoje a sensação ao ver fotos como essa com a realidade que temos na F-1 atual. Foi uma época em que os carros da F-1 eram para poucos, exigiam experiência e capacidade física, e a categoria era, de fato, perigosa.

    Sem desmerecer os pilotos da atualidade, que têm seus desafios e dificuldades, mas era absolutamente impensável, na década de 1980, que um garoto de 17-18 anos pudesse ser bem sucedido num bólido daqueles.

    Ou, talvez, seja só saudosismo besta mesmo…

  • Gilles Pironi hoje é engenheiro da equipe Mercedes na F1, ele é um dos responsáveis por “desenhar” os modelos em 3D das novas peças.

  • Gilles e Pironi eram muito amigos. Gilles e a esposa, inclusive, tinham sido padrinhos de casamento de Didier.
    O fato é que quando a Ferrari, após as Renault terem ficado pelo caminho, determinou que Gilles e Didier mantivessem as posições, Gilles, que liderava folgado, tirou o pé. Quando Pironi passou por ele, faltando 3 voltas, Gilles achou que era apenas uma brincadeira, uma forma de dar emoção para o publico, Re-ultrapassou Pironi, e tirou o pe de novo. Quando, na ultima volta foi ultrapassado, não acreditou no que estava acontecendo !!! Ao perceber que era “a vera”, foi pra cima, mas já não havia mais tempo para tomar a ponta novamente.

    Gilles era um cara muito serio, e se sentiu traido pelo amigo. Não queria nem ir ao podio. A cara dele nas fotos diz tudo. Daquele dia em diante, não falou mais com Didier.

    Didier era um excelente piloto, muito rapido, mas não estava a altura de Gilles (aliás, quem estava ???). Na Belgica, em Zolder, depois de usarem os sets de pneus de qualificação disponiveis, Didier estava marginalmente mais rapido, mas Gilles não admitiu ficar atras do ex-amigo. Fez um “blend’ entre os pneus usados que tinha e saiu para uma ultima tentativa, com a faca nos dentes. Vinha com parciais bem rapidas, viu Mass lento, mas não ia tirar o pe de jeito nenhum !! Deu no que deu…Não ia imaginar que Mass fosse mudar de trajetoria.

    Não me lembro se foi Arnoux ou outro piloto quem disse, naquele dia: “Tenho certeza de que o ultimo pensamento de Gilles, depois de bater e voar sobre o carro de Mass, não foi de medo, mas de raiva, por ter estragado uma volta rapida…”

    Gilles era assim, um puro. E, pra mim, o cara mais rapido que já guiou qualquer coisa dotada de 4 rodas .

    Antonio

  • Eu também não conhecia a foto. Nem sabia que o Gilles Pironi era engenheiro da Mercedes. Vivendo, a cada dia aprendemos coisas novas…Obrigado aos amigos.

    Mas o fato de a esposa de Pironi, após a morte do marido, ter chamado os gemeos de Didier e Gilles, sempre me deu a dimensão da carga dramatica dessa estoria.

    Antonio