IMSA Weather Tech SportsCar Championship – Silly Season, parte II

2016 WeatherTech Sportscar Championship Mosport
A disputa da GTLM no Weather Tech SportsCar deve ser polarizada entre cinco construtores: Corvette, Ford, Ferrari, Porsche e BMW. Mas outros carros podem ser vistos em Daytona e/ou Sebring

RIO DE JANEIRO – O blog A Mil Por Hora segue com a análise do panorama das equipes do IMSA Weather Tech SportsCar Championship para a temporada 2017. Agora, vamos dissecar a classe GTLM – que deve ter os mesmos construtores e equipes que disputaram o campeonato neste ano, a menos que venha mais um participante (Lamborghini, será?).

A principal classe de Grã-Turismo, com seu regulamento seguindo os preceitos ACO/FIA, se bem que a BMW tem o único carro homologado pela IMSA e não eleito para disputar provas fora dos EUA, o que deixará de acontecer em 2018, com a volta da marca bávara ao WEC e às 24h de Le Mans, deve apresentar mais uma disputa acirrada entre os construtores locais. Ford e Corvette travaram uma renhida batalha pelo título, ganho pela marca da gravatinha. Mas a Porsche segue com seu esquema oficial e com carro novo, a ser revelado. A Ferrari seguirá com seus times clientes e Bobby Rahal continua como representante BMW na série.

Para as 24h de Daytona e 12h de Sebring, as duas primeiras provas da temporada estadunidense, eventualmente poderá haver outros construtores e equipes envolvidas. De imediato, vamos ao possível panorama de times e carros proposto para o IWSC e demais provas em 2017.

Corvette Racing (2 carros)

A mais tradicional das equipes de Grã-Turismo dos EUA venceu neste ano uma luta titânica contra a Ford e seu novo GT EcoBoost, levando Oliver Gavin/Tommy Milner ao título. Os pontos altos de uma grande campanha foram as épicas vitórias em Daytona – quem há de esquecer a histórica chegada em formação esquadrão? – e Sebring. Gary Pratt e Doug Fehan analisam a possibilidade de manter o mesmo equipamento, com algumas evoluções estruturais no chassi e de mecânica, para ganhar em desempenho e potência. Dificilmente haverá mudanças no quadro de pilotos. Marcel Fässler e Mike Rockenfeller, pilotos ligados à Audi, devem seguir colaborando com a Corvette nas provas longas como neste ano.

Carro: Chevrolet Corvette C7-R
Motor: Chevrolet LS5 5,5 litros V8
Pilotos: Jan Magnussen/Antonio Garcia  e Oliver Gavin/Tommy Milner

Ford Chip Ganassi Racing (2 carros – 3 em Daytona?)

No ano que marcou o retorno da Ford com esquema oficial de fábrica, a Chip Ganassi representou muito bem a marca do oval de Detroit e fez um ótimo trabalho com os dois GT EcoBoost. A dupla formada por Ryan Briscoe e Richard Westbrook lutou até o fim pelo título, mas eles acabaram capitulando ante a falta de confiabilidade do carro – o ponto nevrálgico de uma campanha muito positiva. A Ford cogita alinhar até um 3º carro nas 24h de Daytona. Os pilotos oficiais deverão ser exatamente os mesmos para 2017. Tomara que Tony Kanaan tenha a oportunidade de estar no carro suplementar da equipe, já que por “opção política” (aspas do próprio) ele não foi cogitado para nenhuma corrida de Endurance neste ano.

Carro: Ford GT
Motor: Ford EcoBoost 3,5 litros V6 biturbo
Pilotos: Joey Hand/Dirk Müller  e Richard Westbrook/Ryan Briscoe

BMW Team RLL (2 carros)

A participação da marca de Munique na IMSA em 2016 foi abaixo do esperado: os novos BMW M6 GTLM são muito bonitos, eram rápidos eventualmente, mas faltou confiabilidade em muitos momentos. O programa terá continuidade na próxima temporada e deve ter novidades. Alguns dos quatro pilotos oficiais que defenderam a BMW Team RLL podem ficar de fora: o canadense Kuno Wittmer, que colaborou só nas provas longas, tem chance de ser efetivado como titular. Martin Tomczyk, que deixou o DTM e Alexander Sims também estão no páreo. Augusto Farfus fez algumas corridas e pode novamente competir pelo menos em Sebring, Daytona e Petit Le Mans.

Carro: BMW M6 GTLM
Motor: BMW 4,4 litros V8 turbo
Pilotos: a definir

Porsche North America (2 carros)

A parceria entre a Porsche e a CORE Autosport foi renovada para mais um ano e a marca de Weissach segue firme na IMSA para a próxima temporada. A expectativa é pela versão que irá para as pistas no próximo ano. Um dos segredos mais guardados: o motor deve ser mesmo um central-traseiro, pondo fim ao conceito que norteia o modelo 911, uma autêntica lenda do automobilismo, onde a unidade flat de seis cilindros opostos é montada atrás do eixo traseiro. E a grande dúvida é se este propulsor será movido a turbocompressor ou a aspiração normal. Também existem dúvidas acerca dos pilotos, com um possível remanejamento dos integrantes da equipe oficial no horizonte. Earl Bamber e Nick Tandy têm grandes possibilidades de integrar o programa do WEC na classe LMP1. Patrick Pilet e Fred Mako tampouco estão seguros em seus lugares.

Carro: Porsche 911 GTE
Motor: a definir
Pilotos: a definir

Risi Competizione (1 carro)

Equipe “oficiosa” da Ferrari nos EUA, a batalhadora organização de Giuseppe Risi vai encarar mais uma vez a forte concorrência da GTLM com uma única Ferrari 488 GTE na próxima temporada. O time de Houston depende da palavra final do “Reparto Corse” de Maranello para definir seus pilotos. A tendência é que Giancarlo Fisichella e Toni Vilander sigam como os pilotos full season e os demais integrantes do time oficial podem, eventualmente, colaborar com a equipe nas provas de longa duração – especialmente Daytona e Sebring

Carro: Ferrari 488 GTE
Motor: Ferrari FC154B 3,9 litros V8 biturbo
Pilotos: Giancarlo Fisichella/Toni Vilander (provável)

Scuderia Corsa (1 carro)

Giacomo Mattioli deve participar do IWSC com a Scuderia Corsa a tempo inteiro em 2017: a equipe já tinha planos semelhantes neste ano, mas com a impossibilidade de contar com Daniel Serra e Alessandro Pier Guidi na maioria das provas, isso não foi possível. O carro #68 foi visto em apenas metade da temporada e o desempenho foi positivo na maioria das corridas. O piloto brasileiro, inclusive, deu preferência à Stock Car e deve fazer mais uma vez um programa reduzido de provas com a equipe californiana.

Carro: Ferrari 488 GTE
Motor: Ferrari FC154B 3,9 litros V8 biturbo
Pilotos: a definir

AF Corse (1 ou 2 carros – Daytona)

Amato Ferrari gostaria de inscrever suas duas Ferrari 488 GTE do FIA WEC para disputar as 24h de Daytona como primeiro treino para a temporada 2017, já que diversos circuitos europeus estarão cobertos de neve, dificultando os testes. Caso os planos não sejam cumpridos a contento, a equipe pode optar por alinhar um carro apenas e entregar o outro a uma parceria com a Spirit of Race – que é um braço da AF Corse – ou com a SMP Racing.

Carro: Ferrari 488 GTE
Motor: Ferrari FC154B 3,9 litros V8 biturbo
Pilotos: a definir

Aston Martin Racing (1 ou 2 carros – Daytona)

A exemplo dos adversários da AF Corse, Paul Howarth consideraria a hipótese de alinhar não só um, mas dois carros representando a Aston Martin Racing nas 24h de Daytona. Iriam para a Flórida os dois Vantage V8 GTE do FIA WEC deste ano. Mas tudo isso pode não passar de mera especulação e a marca britânica estaria apenas com o Vantage V12 GT3 com que Paul Dalla Lana prometeu competir nas 24h e também nas 12h de Bathurst.

Carro: Aston Martin Vantage GTE
Motor: Aston Martin 4,5 litros V8
Pilotos: a definir

Proton Competition (1 ou 2 carros – Daytona)

Christian Ried pode concretizar, 14 anos após a última aparição da Proton Competition, a volta da escuderia alemã pelo menos para as 24h de Daytona. O time tem cinco chassis do 991 RSR com as especificações 2015/16 e os carros poderiam ser alugados para a participação de formações Pro-Am. Segundo o site Sportscar365.com, a possibilidade de participação da equipe de Ümmendorf com pelo menos uma inscrição está hoje entre “70 a 75%”.

Carro: Porsche 991 RSR
Motor: Porsche 4 litros Flat 6
Pilotos: a definir

Comentários

  • A categoria GTLM, é com certeza a principal dentre todas. Além de termos no mínimo 5 construtores, o equilíbrio dos carros e o nível elevado dos pilotos faz dessa classe a mais empolgante e bonita.

    Rodrigo, discordo apenas em uma coisa de vc: Pra mim a Corvette Racing é a mais tradicional não só nos EUA, mas no mundo. Pelo menos nos últimos 16 anos, o Chevrolet amarelinho é uma referência no grid de Le Mans.
    A estrutura e a profissionalização da equipe eleva à um nível de equipes da P1 ou até mesmo F1.