Virada: G-Drive vence no Estoril e leva o título do ELMS
RIO DE JANEIRO – Como se diz no jargão, “de virada é mais gostoso”: na despedida do protótipo Gibson 015S Nissan das pistas, a G-Drive Racing, em parceria com a Jota Sport, levou hoje o título do European Le Mans Series – que ano passado fugiu das mãos do time britânico hoje atuando com bandeira russa, para a Greaves Motorsport.
Nas 4h do Estoril que acabaram há cerca de 1h pelo horário de Brasília, o carro #38 tripulado por Giedo Van der Garde/Harry Tincknell/Simon Dolan conquistou o resultado que precisava: venceu a última etapa do campeonato e, além disso, foi enormemente beneficiado pelos problemas que afligiram o #46 da Thiriet by TDS Racing.
Com 14 pontos de desvantagem, a trinca da G-Drive teria que fazer o seu papel na pista e contar com o azar alheio. E foi exatamente o que aconteceu: após três vitórias seguidas nas provas anteriores, o Oreca 05 Nissan do time chefiado por Xavier Combet quebrou na hora em que não podia. Uma falha elétrica mandou o protótipo para a garagem e a equipe perdeu 20 voltas, mais de 40 minutos, no conserto. Quando voltaram à pista, a diferença era grande demais para ser descontada e o trio Pierre Thiriet/Mathias Beche/Ryo Hirakawa acabou apenas em 9º lugar na categoria e 29º – último – na geral.
A trinca vencedora e campeã de 2016 conquistou as 4h do Estoril com 51″157 de vantagem para o Oreca 05 da DragonSpeed conduzido por Nico Lapierre/Ben Hanley/Henrik Hedman, resultado que deu à trinca do #21 o quarto lugar na classificação final do campeonato. Vitaly Petrov ajudou os companheiros de SMP Racing Stefano Coletti e Andreas Wirth a chegar num valoroso 3º posto – mesma posição dos pilotos do #32 na classificação final da temporada.
Sem Tracy Krohn a bordo, Olivier Pla e Nic Jönsson conquistaram o melhor resultado do Ligier JS P2 da Krohn Racing no ano: quarto lugar. A Eurasia Motorsport se recuperou de uma classificação ruim nos treinos e conquistou um bom quinto posto, com a IDEC Sport completando as seis primeiras posições na corrida – que ao contrário dos treinos foi disputada com pista seca, apesar do céu ameaçadoramente escuro e nublado.
Em corrida excelente, a trinca francesa formada por Thomas Laurent/Alexandre Cougnaud/Yann Ehrlacher surpreendeu e levou a vitória na divisão LMP3 na última prova do ano. O carro #18 completou as 4h de disputa com duas voltas de frente para o #3 da United Motorsports conduzido por Wayne Boyd/Matt Bell/Mark Patterson.
Eric Troulliet e Paul Petit levaram o vice para a Graff Racing: os dois franceses e mais Enzo Guibbert terminaram no pódio com a 3ª posição. John Falb/Enzo Potolicchio/Sean Rayhall fecharam a disputa logo atrás com o segundo carro da equipe de Pascal Rauturier. A Inter Europol Competition, que no fim de semana passado disputou e venceu a prova do VdeV em Magny-Cours na classe LMP3, completou o top 5 no Estoril.
E não houve virada somente na LMP2: a equipe JMW Motorsport, líder do campeonato na LMGTE, também perdeu o título na última prova do ano. Rory Butcher/Andrea Bertolini/Robert Smith foram prejudicados por um princípio de incêndio e um posterior acidente com o carro #2 da United Autosports, campeão da LMP3. Com tantos problemas, a trinca do #66 foi alijada da luta pelo caneco.
A equipe Beechdean Aston Martin Racing não tinha nada a ver com isso: fez seu papel e venceu a prova com o trio Darren Turner/Alex MacDowall/Andrew Howard, fechando a disputa com uma volta de vantagem para Andrea Bertolini/Aliaksandr Talkanitsa/Aliaksandr Talkanitsa Júnior. Duncan Cameron/Aaron Scott/Matt Griffin fecharam o último pódio do ano na categoria.
Mattar, com essa oligopolização de chassis e monopolização de motores na P2 a categoria ainda continuará atrativa e viável economicamente para as equipes? Ou poderá haver um inchaço e migração para a P3?
Eu acho que sim, porque existe aqui a questão da contenção de custos que a LMP1 não possui. E a LMP2 já tinha uma certa monopolização de propulsores, uma vez que os Nissan são praticamente maioria absoluta e os Judd surgem num ou outro carro. Sem contar os motores HPD (Honda), pouco vistos em território europeu mas que andaram bem no Weather Tech SportsCar.
A vitóri veio com a ajuda de um grande reforço chamado Guido Van Der Garde
Esse carro é o mesmo Zytec que a Jota usa a uns quatro, cinco anos? Se for, é uma verdadeira lenda, ainda mais depois desse titulo.
O mesmo projeto com modificações estruturais e de aerodinâmica.
Por coincidência, hoje saiu uma matéria no motorsport.com sobre ele, Rodrigo. No racingsportscars.com tá confirmado, é o mesmíssimo chassis desde 2012.
Se tem um carro que deveria ter lugar de honra no museu de la Sarthe. é esse!
http://www.motorsport.com/elms/news/jotas-mighty-38-the-car-that-wouldnt-die-842539/
http://www.racingsportscars.com/chassis/photo/Z11SN-09.html
O chassi ficou nas pistas durante quatro anos initerruptos e com ele a equipe ganhou oito corridas na LMP2. Não é fraco, não…