“As asas de Ícaro”

RIO DE JANEIRO – Assim como Ícaro sonhava em chegar ao sol com suas asas de cera, a Copersucar-Fittipaldi voou baixo no sonho de se tornar a primeira equipe sul-americana na história da Fórmula 1. O sonho tornou-se realidade e de 1975 a 1982, os irmãos Emerson e Wilsinho entraram para a história como os únicos construtores a disputar corridas de F1 no continente, somando pontos, ultrapassando a marca de 100 GPs disputados e subindo ao pódio três vezes – duas com Emerson e outra com Keke Rosberg.

A equipe sucumbiu ante o descrédito da imprensa e da opinião pública, atolada em dívidas superiores a US$ 7 milhões. Mas durante o período de sua existência, a Copersucar-Fittipaldi – batizada de Skol-Fittipaldi em 1980 e depois apenas como Fittipaldi em suas duas últimas temporadas, mostrou que paixão, garra e vontade não faltavam aos brasileiros, que tudo tentaram para conquistar seu espaço dentro da principal categoria do automobilismo mundial.

O documentário, que sofreu atrasos por problemas financeiros durante a produção, está pronto. Dirigido por Fernando Dourado, deve ser lançado no ano que vem. “As asas de Ícaro: a verdadeira história da equipe Fittipaldi” tem depoimentos – claro – de Emerson e Wilsinho Fittipaldi, sem contar pilares fundamentais do time, como os engenheiros Ricardo Divila e Odilon Costa, além do mecânico Darci Medeiros. A produção também colheu o testemunho do piloto Alex Dias Ribeiro, do presidente da Embraer Ozires Silva e dos jornalistas Lito Cavalcanti, Castilho de Andrade e Roberto Ferreira.

Comentários

  • Por em prática um sonho. estes aí conseguiram.
    Um dos mais belos carros de grids de F1.
    Vitoriosos sim, em conseguir realizar tal façanha.
    Independente se deu prejuízo ou outros problemas.

  • Vendo o que se tornou hoje a equipe Williams de Fórmula 1, que foi fundada mais ou menos na mesma época, é de se lamentar o que aconteceu com o “Projeto Copersucar”!! Foi motivo de chacota quando deveria ter havido apoio, tanto da imprensa “especializada” quanto de empresários…

  • Sempre tive muito respeito pela Fittipaldi, principalmente porque até hoje (e duvido que isto mude) foi a única equipe genuinamente brasileira na F-1. E concordo com o Divila quando diz que o Emerson foi muito cedo para a equipe, gerando uma pressão extra. Talvez, se ele tivesse esperado mais uns dois ou três anos antes de ir para lá, a equipe poderia ter mais condições de entregar-lhe um carro competitivo. Também acho que, ao menos nos dois primeiros anos, o Wilson poderia ter comprado chassis da McLaren ou da Brabham para adquirir conhecimento e então construir o sonhado F1.

    • Até porque o regulamento permitia: até meados dos anos 1970, qualquer equipe podia comprar carros antigos de F1 e mantê-los com recursos próprios, até porque a expertise não era tanta e o automobilismo, embora exigisse das pessoas muito conhecimento, ainda era mais, digamos assim, empírico.