ASO anuncia 323 veículos para o Rali Dakar em 2017

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Do Paraguai até a Bolívia e depois Argentina: nunca o Rali Dakar teve tão poucos pilotos e tão poucos brasileiros – apenas seis

RIO DE JANEIRO – Organizadora do Rali Dakar, a Amaury Sports Organisation (ASO) anunciou hoje a lista de entradas para a edição 2017 – a 39ª da história da prova, que desde 2009 chegou à América do Sul. E o número de participantes diminui de forma dramática a cada ano. Se naquela primeira incursão do evento em território sul-americano foram 501 os veículos e ano passado tivemos 345, no próximo evento serão 323 no total – 146 motocicletas, 82 carros, 37 quads, 50 caminhões e – novidade – oito participantes da nova classe SSV. O Rali Dakar do próximo ano volta a passar por três países e a largada será no Paraguai, com destino à Bolívia e depois Argentina, começando no dia 2 de janeiro.

Não só o número de participantes diminui como também o de brasileiros: pela primeira vez em muito tempo não há absolutamente ninguém na categoria dos carros. Os Mitsubishi ASX vistos nesse ano não voltam no próximo, por falta de apoio financeiro. Jean Azevedo está igualmente fora da competição entre os motociclistas. O país será representado por três caras novas – que vêm lá no fim da fila de inscritos: Gregório Caselani (Honda), Richard Fliter (Honda) e Ricardo Martins (Yamaha). Sensação nos quads ano passado até sofrer um acidente e fraturar a clavícula, o maranhense Marcelo Medeiros retorna para uma segunda participação no Dakar. E na SSV, teremos Leandro Torres/Lourival Roldan num Polaris. E ficamos nisso.

Os favoritos são os suspeitos de sempre: nas motos, Toby Price encabeça a relação de participantes com sua KTM oficial de fábrica. O construtor austríaco terá ainda motos oficiais para Sam Sunderland, Matthias Walkner e para a espanhola Laia Sanz. Vice-campeão neste ano, o eslovaco Stefan Svitko também vai de KTM, mas num esquema semi-oficial.

Melhor sul-americano no último Dakar, o chileno Pablo Quintanilla lidera o time da Husqvarna, que será mais enxuto: o outro piloto apoiado pela marca sueca é o francês Pierre-Alexandre Renet. A Honda vem com um time forte, apoiado pelo energético Monster e encabeçado por Paulo Gonçalves. Apesar de não ter concluído a prova deste ano em decorrência de um acidente, o português é o principal piloto da fábrica, junto a Joan Barreda Bort. O argentino Kevin Benavides agora tem status de piloto HRC. Ricky Brabec e Michael Metge completam o plantel.

Já a Yamaha conta mais uma vez com Hélder Rodrigues como líder da marca dos três diapasões. O time é completado por Adrien Van Beveren e Alessandro Botturi. A realçar que o francês Antoine Meo, que impressionou com a 7ª colocação, ficou a pé para este ano. Uma pena para o pentacampeão mundial de Enduro que não o vejamos aqui novamente.

Entre as possíveis zebras estão os pilotos da equipe Himonisa, formada por Gérard Farres Guell e Iván Cervantes Montero, além de outro espanhol – Armand Monleon, 10º colocado na última edição. Juan Pedrero Garcia, Xavier de Soultrait, Jacopo Cerutti e Ivan Jakes têm condições de fazer um bom papel. E a grande surpresa é o retorno do italiano Luca Manca, que há seis anos sofreu um gravíssimo acidente numa das etapas do Deserto do Atacama, em que a moto ficou sobre o corpo do piloto, deixando-o em estado de coma. Atualmente com 36 anos, Luca confirmou sua participação e o consequente retorno ao evento em agosto. Ele está inscrito com o dorsal #99.

Nos quadriciclos, o pódio inteiro de 2016 está fora: os “hermanos” Marcos e Alejandro Patronelli, além do sul-africano Brian Baragwanath, não regressam para a disputa. Os principais europeus serão o polonês Rafal “Super” Sonik, o tcheco Josef Machacek – primeiro campeão da categoria em 2009 e o russo Sergey Karyakin. Entre os argentinos, sequer teremos Jeremias González Ferioli, 5º colocado da prova neste ano. O principal sul-americano volta a ser o chileno Ignácio Casale. O boliviano Walter Nosiglia e o paraguaio Nelson Sanabria Galeano também estão confirmados.

Duas mulheres vão competir na categoria. Além da franco-italiana Camelia Liparoti, a estreante boliviana Suany Martinez estará nas trilhas do Dakar com um quadriciclo Can-Am.

Na categoria dos carros, a Peugeot vem com uma nova arma para conquistar mais uma vitória na prova: o 3008 DKR será guiado por Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret, Carlos Sainz/Lucas Cruz Senra, Cyril Despres/David Castera e Sébastien Loeb/Daniel Elena. Outros dois carros não-oficiais serão entregues a Romain Dumas/Alain Guehennec e ao sheik Khalid Al Qassimi, que correrá com Pascal Maimon ao seu lado.

A novidade é Nani Roma na Toyota: o espanhol deixou a equipe oficial Mini e se junta a Nasser Al-Attiyah e ao sul-africano Giniel de Villiers no ataque do construtor japonês em busca do título com as picapes Hilux. O total de Mini All4Racing foi reduzido em relação a este ano: serão sete ao invés de 12 carros. Mikko Hirvonen e o argentino Orlando Terranova são os principais pilotos. O saudita Yazeed Al Rajhi também estará a bordo. E o catari Mohammed Abu-Issa, antigo piloto de quadriciclos, estreia nos carros junto a Xavier Panseri.

Outros nomes conhecidos são o de Martin Prokop, piloto do WRC que vai para seu segundo Dakar com uma picape Ford;  Emiliano Spataro num Renault Duster “hecho en Argentina”; os antigos motociclistas Kuba Przygonski, Marek Dabrowski e Isidre Esteve Pujol e o ex-piloto de Fórmula 1 Eric Bernard.

Entre os “brutos”, a disputa será mais uma vez entre holandeses, tchecos e russos, com a lista encabeçada pela trinca campeã formada por Gerard De Rooy/Moises Torrallardona/Darek Rodewald, a bordo de um Iveco. Em meio a todos os pilotos da Europa, olho no que pode fazer o argentino Federico Villagra, 3º colocado do ano passado. Ele tem novos integrantes na tripulação: os compatriotas Adrian Yacopini e Ricardo Toriaschi.

Comentários

  • Acredito que pelo simples fato de terem reduzido os km de prova no deserto já contribui bastante pra redução de participantes,fora que já tá tempo de mais sem correr na África, acredito que já poderiam ter voltado a realizar a prova,marrocos,argelia,mauritania e Senegal não estão em guerra,foi legal a iniciativa de ter a prova aqui na América do Sul,mas acabou o charme da prova,o fascínio do rally era o deserto do Saara.

    • Marcos, o perigo não passou. Ainda existem os terroristas e as milícias do deserto. A rota antiga perderia todo o sentido se não passasse, por exemplo, pela Mauritânia, que é uma bomba-relógio em forma de país.

      • Concordo com suas palavras,mas o África Race realizou em todas suas edições especiais na Mauritânia,claro que eles não tem o apelo do Dakar,nem chega perto disso,mas em toda sua história o rally sempre andou na corda bamba com os países africanos,quem não lembra da edição de 2000,quando todas as etapas no Níger foram canceladas ,mas temos muitos países ao sul do continente africano com totais condições de receber o rally.

  • Oi Rodrigo, tudo bom?
    Gostaria de partilhar com seu site, o video https://youtu.be/bTHDZorYAd8 que fiz para aquecer os motores para este Dakar 2017, com música original também feita por mim. Deu-me muito prazer esse trabalho e gosto muito do resultado.

    Espero que goste!

    Um abraço, Bom Natal e Bom Dakar!