Direto do túnel do tempo (349)

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RIO DE JANEIRO – Bons tempos da Fórmula Ford, a categoria-escola mais longeva do país, uma vez que sobreviveu de 1971 a 1996, ano em que infelizmente a montadora do oval azul encerrou a trajetória do campeonato por terras tupiniquins. Desde a estreia em 12 de setembro no circuito gaúcho de Tarumã até a derradeira prova em 13 de outubro de 1996 no Autódromo Internacional de Curitiba, a categoria teve mais de 200 provas pelo país afora. A Fórmula Ford começou baseada no certame inglês – até os gabaritos dos primeiros carros eram copiados do chassi Merlyn que  disputou o Torneio BUA em 1970 – e sobreviveu às mais diferentes mudanças de regulamento esportivo e técnico.

Nos anos 1980 e 1990, a categoria reviveu uma tradição do esporte no país: corridas realizadas em pistas de rua, em cidades sem autódromos permanentes. A primeira dessas corridas foi em Florianópolis, há 30 anos, com vitória de um piloto local – Jindra Kraucher. Foz do Iguaçu estreou no calendário em 1987 e por lá ficou durante três anos. E veio Vitória, com aquela que é provavelmente a melhor pista de rua montada no país, na Enseada do Suá, que perdurou no calendário da categoria entre 1988 e 1993.

A foto acima mostra um pega entre dois dos participantes da corrida disputada em Vitória no ano de 1992. No carro amarelo #8, está o gaúcho André Klein. Atrás dele, no #12, o carioca Carlos Maia. O pole position naquela oportunidade foi o paranaense Norio Matsubara, que corria com um JQ-Reynard (lembram?) preparado por Mauro Vogel, enquanto os adversários estavam a bordo dos modelos Techspeed, incluindo o mineiro Marcelo Carneiro, que naquela altura liderava o campeonato.

Matsubara venceu a corrida disputada no dia 6 de setembro daquele ano, a quinta de um calendário de oito etapas. Carlos Maia foi um ótimo 2º colocado e Jacques Klein, irmão de André – que acabou penalizado em 1 minuto por queima de largada, foi o terceiro colocado.

O brother João Mendes disponibilizou no YouTube um vídeo com alguns dos melhores momentos da corrida, que o blog compartilha agora.

Há 24 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Putz… que saudades…

    Esta pista de Vitória era das mais bacanas que existiram no país, a despeito das dificuldades que naturalmente cercam um circuito de rua. E era interessante ver como os carros, desde o primeiro treino até a hora da largada, iam cada vez mais próximo ao guardrail à medida que a aderência do asfalto aumentava.

    Uma prova que deveria voltar ao calendário de alguma outra categoria nacional.

  • Caramba!

    Acho que esse é o único registro da pista de Vitória que tem no YT!
    Morei em São Mateus – ES, uns 220Km de Vitória, e quando tinha corrida, tinham uns vizinhos que iam pra lá ver a corrida.

    Legal é que os 4:16 do vídeo, um cara denuncia que o “amigo” foi ver a corrida escondido da mulher! hahahaha

    E a altura do guard-rail!? Se o piloto escapa da pista, adeus cinegrafista e fotógrafo!

    Contei quase 20 carros. Impressionante como, aparentemente, o automobilismo perdeu todo seu contexto.

    abraço!