#FuerzaLole

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RIO DE JANEIRO (Fim das férias…) – Vice-campeão mundial de Fórmula 1 em 1981, o argentino Carlos Reutemann se recupera nos EUA de uma cirurgia, realizada há cerca de uma semana. Aos 74 anos, o eterno ídolo do automobilismo do outro lado do Rio da Prata sofreu uma intervenção para curar um problema de fígado. Ele está naquele país desde novembro.

El Lole, que foi também governador da província de Santa Fe (onde nasceu) e senador da República Argentina, está em Manhattan, Nova York, apoiado pela família em sua recuperação, “lenta, mas gradual”, como informou uma de suas filhas, Mariana, via Twitter.

Carlos tirou licença de dois meses de suas atividades políticas para iniciar o tratamento. Através da hashtag #FuerzaLole, os fãs do antigo piloto de Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, que venceu 12 GPs de um total de 146 que disputou, podem mandar mensagens de restabelecimento para o ídolo.

Comentários

  • Carlos Reutemann, por um motivo ou por outro, nunca figurou entre meus pilotos favoritos. Entretanto, existem alguns momento na carreira de El Lole que me intrigam e me surpreendem. Não sem antes dizer que o vi correndo em Interlagos, na temporada de F2 de 1971, onde ele foi um dos protagonistas, pilotando de forma magistral um Brabham BT36, e disputando a vitoria com Emerson e Peterson.
    O primeiro momento, sem duvida foi a pole no GP da Argentina de 1972, em sua estreia na F1, com o estranho e problemático Brabham BT34.
    O segundo foi sua corrida magistral na Argentina em 1974, na estreia do BT44, liderando a corrida com autoridade, até que a tomada de ar solta provocou um aumento de consumo de combustível e ele parou em pane seca a 2 voltas do final.
    O terceiro foi no Rio, em 1981, quando não aceitou as ordens da Williams para deixar Jones ultrapassar, e venceu a corrida.
    E o quarto foi em 1995, 13 anos após o encerramento da carreira, quando guiou uma Ferrari de 1994 no circuito de Buenos Aires, numa demonstração/homenagem, sob chuva. Mesmo considerando que o carro tinha motor 3,5 litros, contra os 3,0 litros daquele ano, surpreende saber que os tempos marcados por Lole o colocariam entre os 10 primeiros pilotos que naquele dia treinaram com cuva….Dizem que no dia seguinte, quando deu algumas voltas no seco, seus tempos o colocariam em 5º no grid de largada. Estupendo !!!
    Nigel Roebuck, um fã de Lole, diz que o argentino era um piloto de dias bons e dias ruins, alternando performances de fazer cair o queixo com atuações pifias. Mas que em seus dias bons se igualava aos mais rapidos de todos os tempos. Tendo a concordar com ele.
    Meus augúrios de pronta recuperação ao velho piloto.

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    • Antonio, o Lole era isso mesmo que o Nigel Roebuck registrou. Tanto que a corrida da decisão do Mundial de 1981 entra para aquelas do rol de provas absolutamente medíocres do Carlos.

      E o que ele fez em 1995 aos 53 anos foi digno de aplausos.

  • Em 34 anos acompanhando essa cachaça, não me recordo – dentre 4Patas, Autoesporte, Motor3 e tantas outras publicações, inclusive eletrônicas – de uma entrevista com o Reutemann para falar da carreira, brasileiros, azares, Williams, Jones e a decisão de 1981. Discordo veementemente – até que ELE venha e diga que ele não guiou tudo – de quem diz que naquela decisão ele guiou de forma mediocre: há algumas matérias que esclareceram que Jones exigiu o melhor equipamento naquele ano, afetando inclusive a decisão. Há a lenda de que, quando o australiano deu volta no argentino, que havia largado na pole (???), a tchurma da Williams (mecânicos) bateu palmas! Enfim, Mattar, quem sabe você não seja o responsável por esta matéria. Seria sensacional, já que o Carlos, a esta altura, não tem mais nada a esconder…

    • Allan, o Jones tinha condição de exigir o melhor para ele, porque era o campeão de 1980.

      Mas o Reutemann fez um campeonato melhor que o do australiano, com muita regularidade.

      Até bater em Zandvoort e permitir a aproximação do Piquet na tabela. Depois, o argentino faria um 3º lugar em Monza e o Piquet teve o motor estourado na última volta. Na chuva do Canadá e em Vegas, o Carlos não andou nada e o Piquet fez 4 pontos. O Jones, que terminou justamente a 4 pontos do Nelson, até poderia ter emplacado o bicampeonato. Mas ninguém mandou ele ficar fora dos pontos por quatro corridas, não é mesmo?

  • Do meu ponto de vista, a explicação para isso so pode ser uma: Lole precisava de um carro perfeitamente ajustado a ele, pra ser rapido. Ai, ele poderia ser considerado dentre os mais rapidos. Mas, quando o carro estava alguma coisa menos do que o que seria ótimo pra ele, era um píloto apenas mediano (veja bem, mediano para F1).
    Quando o Moco formou dupla com ele na Brabham, de inicio detestou o BT44. Nas primeiras corridas o carro do Moco não tinha o desenvolvimento do carro principal, tais como molas especiais, etc. E logo 2 ou 3 corridas depois, já com o mesmo equipamento, o Moco ainda dizia que o carro regulado ao gosto do Lole, era “inguiavel” !!! Segundo o Pace, na época, o argentino gostava do carro absolutamente substerçante.
    Conforme o Moco foi ganhando peso na equipe, e foi mudando o desenvolvimento do carro, passou a ser sistematicamente mais rapido que o argentino. Até que, no desenvolvimento do BT45, o carro ficou a feição do Moco, e dai pra frente, só deu ele na equipe. A ponto do Bernie dizer, anos mais tarde, que se o Moco não tivesse morrido, ele não precisaria ter contratado o Lauda.
    Se você pegar videos e fotos da época, dá pra ver bem essa diferença de tocada: dificilmente você vai ver o argentino com o carro atravessado ou escorregando de traseira….já o Moco, com toda aquela habilidade natural, tá sempre com a traseira ligeiramente pendurada.

    Alías, dá pra observar essa tendencia em alguns pilotos. Os de maior habilidade natural (pra citar alguns: Peterson, Emerson, Piquet, Senna, Moco, Gilles, Mansell, Schumacher, Hakkinen) gostavam do carro nitidamente sobreesterçante. Os de menor dotação natural, que guiavam suportando-se na perfeição ´tecnica, preferiam o carro do substerçante para o neutro, tais como Prost, Lole, Button, Barrichello, Coulthard, Rosberg, Hill (pai e filho).

    Imagino que alguém pode “gritar”: “Mas voce coloca o Prost no grupo dos de menor habilidade natural” ???? ao quais eu antecipadamente respondo: “Você já viu alguma vez o Prost guiando de lado, ou com o carro nitidamente escorregando ??? Nas poucas vezes que eu vi ele escorregar de lado, ele rodou….
    Essa é uma analise até fácil de verificar: pegue os videos de 204 a 2015, e compare a tocada do Lewis e do Nico, nas ocasiões em que os dois estão andando juntos, mesmo naquelas em que o Nico esta mais rapido: o alemão-finlandês é um piloto extremamente técnico, muito comparável ao Prost, e que precisa do carro perfeito pra ser rapido. E ele SABE (como o Prost) desenvolver o carro pra isso. Já o Hamilton, pega o carro de qualquer jeito e dá show de pilotagem.

    Rodrigo, desculpe se eu acabei escrevendo aqui uma “tese”….e não fazendo um comentário……kkkkk.

    Abraço