Direto do túnel do tempo (356)

IanScheckter

RIO DE JANEIRO – Ah! Os bons tempos em que a Fórmula 1 tinha equipes e carros a granel – e principalmente carros com um ou mais anos de uso poderiam correr em qualquer Grande Prêmio, desde o início da categoria em 1950, prática enterrada pelo “profissionalismo” implantado por Bernie Ecclestone, que muitos hoje chamariam de “um pé no saco”. Afinal de contas, isso contribuiu para a escalada dos custos e hoje temos apenas 20 carros confirmados para 2017.

Na época dessa foto aí, qualquer treino de classificação tinha de 25 a 32 carros, dependendo do país e da pista. Em Zeltweg, onde seria disputado o GP da Áustria em 18 de agosto de 1974, foram 31. E justamente o carro #31 é do primeiro piloto não classificado para o grid: o sul-africano Ian Scheckter.

Era a primeira tentativa do irmão mais velho de Jody, que já brilhava na Tyrrell, fora do seu país. Naquele mesmo ano, Ian estreou num velho Lotus 72E do Team Gunston no GP da África do Sul e foi 13º colocado. Na Áustria, Lord Alexander Hesketh concordou em ceder o carro-reserva de James Hunt para o novato de 26 anos.

Scheckter fez o tempo de 1’39″17 nos treinos classificatórios, a 3″77 da pole position cravada pelo ídolo local Niki Lauda em sua Ferrari. Não seria um resultado ruim. Só que outro austríaco, Dieter Quester, foi ligeiramente melhor. Com 1’38″88, bateu Ian por 0″29 e relegou o sul-africano à sua primeira não classificação numa prova de Fórmula 1.

Há 43 anos, direto do túnel do tempo.

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