Nascar anuncia novas regras para 2017

RIO DE JANEIRO (Virou tudo do avesso!) – As três séries nacionais da Nascar – Monster Energy Cup Series, Xfinity Series e Camping World Truck Series – terão, a partir do campeonato que se inicia no fim de fevereiro, novidades no que diz respeito ao formato de disputa das corridas. Após uma série de estudos, a direção da categoria resolveu virar tudo do avesso para trazer de volta o público perdido nos últimos anos. O objetivo é dinamizar as disputas e tornar a competição mais atrativa não só para o torcedor que vai aos autódromos para o público telespectador em casa, diminuindo os intervalos comerciais e acabando com uma certa monotonia que aquele “meião” das provas longas acaba provocando no fã da categoria.

As provas passam a ser disputadas em três segmentos. Nos dois primeiros, serão distribuídos pontos extras para o top 10 de cada um deles, com o primeiro colocado de cada segmento contemplado com 10 pontos e mais um ponto extra para ser transportado à disputa do playoff – caso esse piloto vença qualquer uma das 26 provas preliminares antes do início do Chase. Entre cada um dos segmentos será deflagrada uma bandeira amarela e as equipes farão pit stops que terão transmissão ao vivo pela TV. Ou seja: as emissoras dos EUA não usarão mais o recurso da “imagem recuperada” ao perder um pit stop importante durante um intervalo comercial.

Aliás, para acabar com qualquer dúvida: o vencedor de cada prova, aquele que vai festejar no Victory Lane, sai mesmo do 3º e último segmento. Caem por terra os pontos de bônus por volta liderada e pelo maior número de voltas na ponta, convertidos em cinco pontos extras para o playoff, que serão distribuídos pela Nascar. A vitória continua valendo 40 pontos, o segundo colocado ganha 35, o terceiro 34, o quarto 33 e assim na descendente até a última posição, sendo que do 36º ao 40º colocado, isso na Monster Cup e na Xfinity Series, a pontuação será exatamente a mesma: 1 pontinho.

Os pontos de bônus, que a Nascar chamou de “playoff points” vão ser transportados ao total de pontos que cada piloto iniciar a primeira fase do Chase, sendo que o piloto que somar mais pontos nessa fase entra no Chase com 15 pontos extras (a escala será de 15-10-8-7-6-5-4-3-2-1 até o 10º mais bem classificado). Supondo que um piloto alcance 200 pontos de bônus nas 26 primeiras provas da Monster Energy Cup Series, esse piloto começa o playoff com 2.200 pontos, já que a base inicial é de 2.000 pontos na primeira fase – a propósito, a pontuação para o playoff não muda e os pontos de bônus são carregados para as fases seguintes, à exceção da última em que os quatro finalistas têm de partir de uma base de 5.000 pontos. E o piloto mais bem classificado na temporada regular efetivamente terá um título simbólico ofertado pela Nascar – em todas as divisões.

O critério para classificação no Chase continua sendo exatamente o mesmo: vitória classifica automaticamente, desde que o piloto esteja no top 30 da tabela e seja um piloto regular de cada categoria. Em caso contrário, o piloto se classifica por pontos.

As novas regras significam também o encerramento da experiência da chamada “Caution Clock”, a bandeira amarela programada a cada 20 minutos nas corridas da Truck Series.

O formato pode parecer confuso. Muita gente nas redes sociais já manifestou seu desagrado às mudanças. Mas a primeira coisa que temos que fazer é dar um crédito à Nascar e não tentar ser tão críticos num primeiro momento. Afinal, se os artistas do espetáculo – os pilotos – gostaram, quem somos nós para dizer algo contra?

Comentários

  • Não sei para que ter tantos pontos se o piloto que vence mesmo que seja a primeira prova da temporada não precisa se preocupar com praticamente mais nada. Eles deveriam é ter provas mais curtas de 300 milhas, algumas de 400 e as mais importantes (umas 5) de 500 milhas. A maioria das corridas só se vê pilotos acumulando voltas e esperando o último quarto de prova. Já não basta esta loteria que é o chase agora isto. Na minha opinião vamos ver ainda mais queda de público porque o grosso do ´público aprendeu a gostar de uma competição que era muito diferente e o novo público não quer ver corridas na tv, ainda mais quando são mais de 3 horas parado assistindo tv.

    • Concordo! Não sei se encher de penduricalhos no meio da corrida vai melhorar o espetáculo! Ao meu ver, diminuir a duração das provas é a solução! As provas são muito longas, não raro fica aquela monotonia no meio da prova, e não vejo a necessidade disso, a não ser fatores comerciais. Provas mais curtas, de 300 milhas como padrão e 500 milhas para as especiais seria uma boa decisão.

    • Cara a Real desses pontos é que vão valer mesmo é no Chase .pois ai é que tá a vantagem porque tu vai ter pontos a mais podendo assim talvez não terminar uma corrida e não correr o perigo de ser eliminado.pois nas temporada vc foi bem acho mais justo…

  • Deu para entender um pouco o que eles fizeram foi tentar valorizar o piloto mais bem colocado na temporada regular as primeiras 26 corridas.pois do jeito que era não adiantava se você ganhasse 6 corridas ou apenas tenha se classificado por pontos no início do Chase todos tinham a mesma pontuação e agora muda dando um bônus pro melhor puloto da fase de classificação na minha opinião muito justo diga se de passagem .vamos esperar pra ver mais acho que vai dar certo ..

  • Não gostei. E na minha opinião, deveriam pontuar apenas os 20 primeiros, manter o ponto extra para pole e maior número de voltas na liderança e tirar isso de playoff.

  • Pelo que entendi, a vitória é importante para ir no Chase, mas se manter entre o top 10 também se torna importante para levar pontos de vantagem para o Chase. O duro é ter um monte destes pontos e não ir para o Chase….

  • Caro Mattar,

    E qual é a sua opinião???
    Pelo que eu entendi no texto, acho que está mais pra “vamos esperar pra ver como fica”…
    Eu entendi o formato (Muito bem explicado por vc), só nunca entendi direito o dash4cash… não vai fazer falta…

    Abraços

    • João Luiz, não vou criticar a decisão sem ver na prática. Acho válido. Toda forma de deixar uma corrida mais atrativa é válida. Desde que o público goste e compreenda.

  • Na minha humilde opinião (e pelo que já ouvi de americanos) a Nascar atingiu o auge no inicio dos anos 90, bem na época do filme Days of Thunder.

    As equipes eram mais pequenas, os carros eram bastante rápidos e, por consequência, os acidentes eram mais frequentes e espetaculares, apesar de mais perigosos.

    Além disso, pilotos eram mais agressivos, algumas lendas estavam no auge, como Dale Earnhardt, Dale Jarrett, Rusty Wallace, Bobby Allison, Alan Kulwicki, Ricky Rudd e Jeff Gordon começando. Também podia patrocínio de tabaco.

    O nome do jogo era “roughness”.

    Eu sei que soa como aquela coisa clichê que o “antigo era sempre melhor” mas a Nascar daquela época era bem diferente. Hoje me parece uma coisa muito sanitizada e o público alvo gosta mesmo é de pilotos bigodudos e big ones.

    Mas fazer a categoria voltar aos tempos áureos hoje em dia requer soluções diferentes.

    Eu prefiro esperar pra ver mesmo, muitas vezes o que parece chato no papel acaba criando dinâmicas interessantes durante a corrida que é difícil de prever senão deixando acontecer.

  • Qualquer medida que tenha o intuito de melhorar o espetáculo ao público é válida…ainda que pareça polêmica e confusa num primeiro momento. É esperar para ver, pois em 2014 aconteceu o mesmo e as mudanças naquela ocasião foram bem positivas, em minha opinião.

  • Achei confuso. Muito confuso. A prática de distribuir pontos em frações determinadas da corrida já é utilizada em algumas categorias de endurance (creio que as 24 horas de Spa, que fazem parte do calendário da BES, se valham desse recurso), e nunca gostei.

    No entanto, eu entendo o intuito da Nascar: tornar não apenas as corridas mais disputadas, visando os pontos distribuídos durante a mesma, mas também evitar que pilotos que já venceram e garantiram vaga no Chase se acomodem, o que já aconteceu em outras temporadas.

    O jeito é aguardar o início da temporada para ver os resultados dessas mudanças na dinâmica das corridas e do campeonato.

  • Entendi que as regras são parecidas com as da stock car Brasil (sem playoffs), e de algumas categorias de mono posto. Não estou criticando, achei muito interessante, e mudaria mais.
    Seria também interessante, na minha opinião, se o vencedor de cada segmento também se classificasse para os playoffs, assim os 16, seriam definidos, provavelmente, pelo número de vitórias (também seria um ponto negativo, pois dificilmente, teríamos um azarão entre os 16). E no último segmento, utilizaria a inversão do Grid, e todos partindo do mesmo número de voltas, ou então, grid invertido para aqueles que terminaram na volta do líder no 2º segmento. Assim teríamos muitas estratégias, alguma pilotos iriam dar 100% em um segmento curto, enquanto outros, iriam buscar o grande prêmio.
    Como apontei acima, uma preocupação e se o número de voltas após cada segmento, será mantido do resultado do segmento anterior, ou igualado para o novo segmento, pois isso traria brecha no regulamento, equipes médias usando o start and park em segmentos curtos, e priorizando somente os longos. A grande vantagem nisso, seria que, um carro no murro no primeiro segmento, poderia estar de volta no 3º segmento, e em igualdade de condições, se todos partirem do mesmo número de voltas.
    Acredito que no formato proposto pela NASCAR, as voltas contam conforme resultado do segmento anterior, quem levou 3 voltas num segmento, continua 3 voltas atrás no próximo.
    Alguém tem está informação?