Polêmica à vista no Dakar: Honda tem pilotos punidos por reabastecimento irregular

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Bobeou, dançou: a Honda, dos pilotos Joan Barreda Bort e Paulo Gonçalves, pode ter perdido a maior chance de vencer o Rali Dakar após uma longa ausência, por ter reabastecido suas motos durante a 4ª etapa de forma não permitida pelo ASO. Polêmica à vista…

RIO DE JANEIRO – A Honda pode ter jogado fora a maior chance de ganhar o Rali Dakar nas Motocicletas após o tombo seguido de fratura de fêmur do campeão de 2016 Toby Price. Não se sabe por qual razão, mas todas as motocicletas do construtor japonês abasteceram fora das zonas de reposição de combustível previamente marcadas pelo roadbook distribuído aos pilotos pela organização do evento, leia-se ASO.

Nesses pontos de reabastecimento montados pela empresa petrolífera parceira do Rali, o combustível é analisado e certificado pela própria organização, seguindo as normas da FIA e FIM ao nível da octanagem. O regulamento do Dakar é bem claro: quem não reabastece dentro das zonas delimitadas pelo ASO acaba penalizado.

E foi exatamente neste erro que a Honda incorreu, pois as motos podem (vejam bem, podem, não estou afirmando que foram) ser reabastecidas, se não for dentro do que rege o regulamento do ASO, com combustível ilegal, fora das normas da FIA e da FIM, resultando em benefícios consideráveis.

A organização do Rali Dakar fez o chamado “vale o que está escrito”, que nem no Jogo do Bicho. E não só excluiu Joan Barreda do 2º lugar na etapa desta quinta-feira como também da liderança geral da classificação – foi aplicada ao espanhol uma pesada punição de 1h de acréscimo de tempo. Isso jogou o piloto da moto #11 para 32º lugar na etapa e 9º na geral.

E se Barreda foi punido, todos os outros pilotos Honda também o foram: Michael Metge, Paulo Gonçalves e Ricky Brabec. Sobrou até para o argentino Franco Caimi e para o português Pedro Bianchi Prata, que representam o construtor nipônico em esquemas não-oficiais, mas com algum suporte de fábrica.

Temos então a grande polêmica deste Rali Dakar 2017. Com isso, a liderança geral passa às mãos do chileno Pablo Quintanilla. E a KTM, ora vejam, mesmo sem Toby Price, ainda tem chances grandes de levar sua 16ª vitória consecutiva sobre duas rodas. Quer seja com Matthias Walkner ou Sam Sunderland – e até mesmo com o não-oficial Stefan Svitko.

Vamos ver como se comportam os pilotos daqui por diante – principalmente Joan Barreda, que tem um estilo atirado. E de sangue quente e pavio curto, o espanhol pode sofrer as consequências ou então dar um show nunca antes visto na história do evento.

A gente não perde por esperar nas próximas oito etapas do Rali.

Resultado da etapa #4 (com as punições)

1. #16 Matthias Walkner (KTM) – 4h57min22seg
2. #23 Xavier De Soultrait (Yamaha) – a 5min58seg
3. #2 Stefan Svitko (KTM) – a 8min33seg
4. #3 Pablo Quintanilla (Husqvarna) – a 9min22seg
5. #8 Gerard Farres Guell (KTM) – a 10min24seg
6. #31 Pierre-Alexandre Renet (Husqvarna) – a 12min30seg
7. #6 Adrien Van Beveren (Honda) – a 13min11seg
8. #14 Sam Sunderland (KTM) – a 16min18seg
9. #5 Hélder Rodrigues (Yamaha) – a 19min55seg (ASO devolveu 4min33seg ao piloto)
10. #79 Todd Smith (KTM) – a 23min11seg

Classificação geral:

1. #3 Pablo Quintanilla – 12h54min02seg
2. #16 Matthias Walkner – a 2min07seg (incluindo +5min de penalização)
3. #2 Stefan Svitko – a 5min52seg
4. #14 Sam Sunderland – a 6min12seg
5. #8 Gerard Farres Guell – a 12min02seg
6. #23 Xavier De Soultrait – a 12min38seg (incluindo +1min de penalização)
7. #6 Adrien Van Beveren – a 14min50seg
8. #31 Pierre-Alexandre Renet – a 15min13seg
9. #11 Joan Barreda Bort – a 41min41seg (incluindo +1h de penalização)
10. #34 Diego Martin Duplessis – a 42min15seg (ASO devolveu 20min21seg ao piloto)

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