28 carros anunciados para o Mundial de Endurance 2017

Race Start at the WEC 6 Hours of Spa - Circuit de Spa-Francorchamps - Spa - Belgium
Menos equipes, menos carros: o WEC tenta sobreviver à sexta temporada de sua história apostando na qualidade dos participantes e de marcas envolvidas, além de um bom plantel de pilotos

RIO DE JANEIRO – O Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) tenta recomeçar na temporada 2017 – a sexta da história recente da competição – após o golpe sofrido com as saídas do Audi Sport Team Joest e, em menor escala, da Tequila Patrón ESM, Strakka Racing e recentemente da RGR Sport.

Com pelo menos seis carros a menos no plantel de inscritos, o ACO tentou cobrir as brechas o quanto pôde, mas apesar das dificuldades os organizadores conseguiram um plantel de suficiente dimensão para uma temporada competitiva. Serão 28 carros disputando o Mundial a tempo inteiro nas nove provas do calendário, incluindo as 24h de Le Mans como a cereja do bolo de uma temporada que começa extra-oficialmente no fim de março com o Prólogo em Monza, na Itália.

Lista de inscritos do Campeonato Mundial de Endurance AQUI

A debandada da Audi do WEC e da Rebellion da LMP1 deixou a divisão principal órfã de participantes: são apenas cinco os carros confirmados para todo o ano, com a luta se resumindo apenas a Porsche e Toyota. Sem grandes novidades nos times oficiais de fábrica, a grande surpresa está na ByKolles, que vai de motor Nissan na próxima temporada: o polonês Robert Kubica, que testou o CLM P1/01 no Bahrein, foi confirmado como um dos titulares ao lado do britânico Oliver Webb.

É um recomeço impressionante para um piloto que perdeu parte dos movimentos de uma das mãos em razão de um violento acidente de Rali no início de 2011, quando ainda tinha contrato com a Renault na Fórmula 1. Após uma passagem acidentada pelo WRC, Kubica tenta se reinventar aos 32 anos de idade. É uma bela oportunidade para mostrar o que ele de fato ainda vale. A notícia de sua contratação pelo time sediado em Grëding deixou muita gente de queixo caído na mídia internacional.

Na divisão LMP2, vão alinhar 10 carros – todos, absolutamente todos Oreca 07 Gibson, muito embora a francesa Signatech-Alpine tenha recebido permissão para rebatizar seus protótipos como Alpine A470. Como novidades, os protótipos de Bruno Senna e Nelsinho Piquet estarão inscritos em 2017 como Vaillante Rebellion e a Manor formou uma parceria com a CEFC e a TRS Racing para de novo alinhar dois bólidos.

A Jackie Chan DC Racing utilizará as instalações e a expertise da Jota Sport em Frant, na Grã-Bretanha e a G-Drive Racing fechou parceria com a TDS Racing, única escuderia realmente nova na segunda subdivisão de protótipos para esta temporada do WEC.

A LMGTE-PRO apresentará o grande duelo do ano: quatro equipes oficiais de fábrica e oito bólidos confirmados para iniciar a temporada, com destaque para a estreia do novo Porsche 911 GTE. Fica a expectativa sobre o italiano Gianmaria Bruni e qual será o destino dele em 2017. Hoje considerado o melhor piloto de Grã-Turismo do mundo, ele é disputado a tapa e dizem que a Ferrari não vai conseguir segurá-lo neste ano. Caminho aberto para que se realize um sonho acalentado há alguns anos pela Porsche.

Em pelo menos três das nove provas do Mundial, o brasileiro Pipo Derani estará a bordo do Ford #67 junto a Andy Priaulx e Harry Tincknell, juntando-se a Bruno Senna e Nelsinho Piquet, anteriormente anunciados pela hoje rebatizada Vailante Rebellion. Como o mais novo contratado da “casa” Ganassi, o brasileiro se mostrou muito feliz pela opção.

“Estou muito feliz e orgulhoso de poder representar uma montadora bem sucedida e respeitada como a Ford. Correr por uma organização com a Ford Chip Ganassi é uma das minhas metas desde que comecei a correr, e ser escolhido por eles é imenso para mim”, disse. “Especialmente quero agradecer ao diretor do programa da Ford GT, George Howard Chappell pela confiança e fé em mim com essa oportunidade. A forma como o Ford GT andou no Endurance nos últimos 12 meses tem sido excepcional, e eu estou muito ansioso para trabalhar com a equipe e tentar trazer mais sucesso no Mundial de Endurance, defendendo a vitória em Le Mans na classe LMGTE -PRO”, falou.

E na LMGTE-AM, considerando a dificuldade de se reunir um plantel forte por conta da mudança de regulamento, o total de carros é de cinco – com três construtores diferentes. A Ferrari será representada pela Spirit of Race e Clearwater Racing em seu novo modelo 488 GTE. A Dempsey Racing-Proton segue com o Porsche 991 RSR, bem como a Gulf Racing. E a Aston Martin Racing fará o running para o trio capitaneado pelo canadense Paul Dalla Lana.

Comentários

  • Vejo a LMP2 e a LMGTE com grids satisfatórios e com possibilidade de expansão num futuro próximo. A GTE AM passa por uma fase de transição, já não era a categoria mais interessante de se assistir e acredito que continuará na mesma. O problema mesmo está na P1, cinco carros, e ainda com um sendo de uma subcategoria é muito pouco, e a preocupação é o futuro próximo. Que seja feito algo para atrair times e principalmente, equalizar as disputas, nunca levei fé nessa P1 não híbrida, e não é toda dia que tem uma montadora querendo gastar os tubos para desenvolver e colocar pra correr um veículo híbrido. Decepção pelo Derani, ele está inscrito no INSS ou só vai correr essas etapas do WEC?

    • Concordo que a P1 é a decepção do grid deste ano. Duas soluções poderiam ser adotadas: as equipes de fábrica venderem seus carros P1 híbridos para equipes privadas ou usar o regulamento DPi do IMSA com aumento de potência dos carros (+ 200cv) em relação ao adotado nos EUA.

      • Diogo, o problema é que para o ACO, o regulamento de protótipos da IMSA não serve. Então vamos ficar assim, com as duas batendo cabeça até o WEC perder mais fabricantes e a IMSA ganhar mais equipes. Joest e Penske estão a caminho e podem vir outras.

    • “Inscrito no INSS”? O Derani vai fazer o NAEC na IMSA e três provas do WEC como cartão de visita pra ele ser efetivado como titular em 2018. E por que não pensar assim? Ele mesmo me disse que prefere fazer um calendário reduzido de provas com a Ford a andar numa classe que, segundo o próprio, não tem muitos carros. Ele está certo.

      • Haha, vi só depois de postado, fucking corretor automático, claro que me referia ao IMSA. E pensando melhor, Derani está correto sim, é o caminho que hoje lhe oferece melhores condições, sorte para ele.

  • Torço muito pro Kubica se dar bem nessa nova empreitada, ele chegou a dar a seguinte declaração por ocasião do teste dos novatos no Bahrein ano passado: “It’s no secret that I’ve spent the past six months trying to get a good circuit racing programme because there aren’t the opportunities in rallying” É duro ver um talento como o dele se perder.