12h de Sebring: “Caddies” dominam e Wayne Taylor emplaca mais uma vitória

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Filhos de peixe: Jordan e Ricky Taylor igualam o pai Wayne, vencedor nas 12h de Sebring em 1996 e junto a Alex Lynn, novo piloto das provas de Endurance, emplacaram a segunda vitória seguida em 2017

RIO DE JANEIRO – O Cadillac DPi-V.R, mesmo com todas as restrições técnicas impostas pelo BoP da IMSA, que organiza o campeonato, continua sendo o protótipo a ser batido neste início de campeonato em 2017. Após o domínio em Daytona, os bólidos montados na plataforma dos Dallara LMP2 seguiram deitando e rolando neste sábado, nas 12h de Sebring.

Numa pista que é um autêntico cupim de ferro, moedora de equipamentos, os “Caddies” emplacaram o 1-2-3 que já era esperado na etapa inaugural. Com uma estratégia inteligente, melhor autonomia de combustível e uma performance forte de seus pilotos, a Wayne Taylor Racing ganhou de novo. Foi o primeiro triunfo dos irmãos Jordan e Ricky Taylor na lendária pista da Flórida – e que pela primeira vez correram com outro piloto que não Max Angelelli: Alex Lynn, britânico de 23 anos, estreou no #10 – e muito bem.

A partir do momento em que a Rebellion Racing saiu de esquadro e o #31 da Whelen Engineering/AX Racing teve problemas, a disputa pela vitória foi monopolizada – igualzinho a Daytona – pela Wayne Taylor e o #5 da Mustang Sampling/AX Racing. Efetivamente, o protótipo do brasileiro Christian Fittipaldi e os portugueses João Barbosa e Filipe Albuquerque chegou a liderar várias voltas, mas faltou fôlego para lutar de igual para igual com os adversários.

Com duas vit´rias nas duas primeiras corridas, os irmãos Taylor já aparecem na liderança do campeonato com 70 pontos, contra 65 de Barbosa/Fittipaldi/Albuquerque. A partir de Long Beach, João e Christian é que tentarão desalojar os “Metralha” do topo da tabela.

A destacar, além da trifeta dos Corvette, o bom resultado do único LMP2 genuíno que não teve problemas ao longo da corrida: o Oreca 07 Gibson #85 da JDC-Miller Motorsports fez o simples e seus pilotos, sem forçar muito o ritmo, chegaram ao fim da disputa num meritório 4º lugar. Chris Miller/Stephen Simpson/Misha Goikhberg estão em quinto no campeonato. Nada mal.

Já a falta de performance dos outros DPi salta aos olhos. Um dos Mazda pelo menos chegou ao final, depois de muitas voltas de atraso. Os Nissan da Tequila Patrón ESM, montados na plataforma do Ligier JS P217, tiveram muitos problemas e também não completaram as 12h de Sebring. Pipo Derani, vencedor no ano passado, sofreu muito desde o início e o carro #2 não conseguiu sequer completar 50 voltas.

O #22 de Brendon Hartley/Ed Brown/Bruno Senna/Johannes Van Overbeek resistiu por 158 voltas e cerca de 5h24min da disputa. Estava em 5º lugar com Bruno a bordo, quando a embreagem foi embora. Agora, o próximo compromisso do brasileiro é com o prólogo do WEC em Monza – no Weather Tech, Senna volta com as 6h de Watkins Glen.

A Prototype Challenge despediu-se das 12h de Sebring com um fato inédito: NENHUM de seus bólidos provocou qualquer uma das seis bandeiras amarelas em toda a pista durante a disputa. Os problemas técnicos foram resolvidos nos boxes ou na garagem – e o carro que enfrentou menos dificuldades venceu. E de novo deu Performance Tech Motorsports, com um ótimo desempenho de Pato O’Ward/James French/Kyle Masson, que conquistaram um honroso 5º lugar na classificação geral, completando 338 voltas – duas à frente de Sean Rayhall/Max Hanratty/Garry Grist, da Starworks Motorsports.

Com este novo triunfo, O’Ward/French/Masson chegaram a 72 pontos no campeonato, contra 60 de Chapman Ducote, Gustavo Yacaman e Sean Rayhall.

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Mais uma: o Corvette C7-R de Antonio Garcia/Jan Magnussen/Mike Rockenfeller deram à equipe a terceira vitória seguida na classe GTLM, em luta ferrenha contra Ford, Ferrari e Porsche ao longo da disputa

A GTLM foi – como sempre – animada do início ao fim. A luta pela vitória envolveu Porsche, Corvette, Ford e Ferrari até os últimos instantes. O carro #911 de Fred Makowiecki/Patrick Pilet/Dirk Werner apostava numa estratégia diferenciada e estava fora do ciclo dos adversários. Mas já nos instantes finais, enfrentou problemas com um pneu dianteiro esquerdo furado e, para piorar, sofreram um drive through porque o Porsche 911 GTE passou em cima da mangueira da pistola de ar comprimido…

A Ford sempre esteve na jogada com seus três EcoBoost, brigando o tempo todo pela dianteira. Mas no fim das contas, o Corvette C7-R deu o golpe de misericórdia e com uma performance brilhante de Antonio Garcia, mais Jan Magnussen e Mike Rockenfeller, o trovão amarelo #3 levou os pontos da vitória e chegou à terceira vitória consecutiva da marca na pista de Sebring, com 4″453 de vantagem para Dirk Müller/Joey Hand/Sébastien Bourdais, que lideram o campeonato após as duas primeiras etapas.

A Ferrari da Risi Competizione chegou novamente em 3º lugar: James Calado/Toni Vilander/Giancarlo Fisichella superaram na última volta o Ford de Richard Westbrook/Scott Dixon/Ryan Briscoe – que no afã de tentar recuperar a posição, acabou rodando na difícil curva 7, o Hairpin. A única BMW que restou na corrida após mais um desastre do #24 ficou em 6º lugar com Bill Auberlen/Alexander Sims/Kuno Wittmer.

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Primeirona: a nova Mercedes-AMG GT3 foi a vencedora na divisão GTD com Mario Farnbacher/Ben Keating/Jeroen Bleekemolen

Na GTD, a Riley Technologies-AMG deu ao Mercedes-AMG GT3 a primeira vitória da marca da estrela de três pontas no IMSA Weather Tech SportsCar Championship. A trinca Ben Keating/Mario Farnbacher/Jeroen Bleekemolen teve uma performance muito sólida e terminou em 16º lugar na geral, com 325 voltas completadas. Com isso, as quatro categorias tiveram carros vencedores com configuração mecânica V8 – Cadillac 6,2 litros, Chevrolet 6,3 litros, Corvette 5,5 litros e Mercedes 6,2 litros. Que tal hein?

A Ferrari da Scuderia Corsa, campeã no ano passado, recuperou-se após os problemas mecânicos enfrentados em Sebring para terminar em segundo, à frente da Mercedes-AMG da SunEnergy1 Racing em que o francês Tristan Vautier foi disparado o grande destaque: o carro #75 recuperou de uma punição antes da largada (após marcar a pole position no treino, é bom lembrar) para ultrapassar o Audi da Montaplast by Land Motorsport na última volta.

Registre-se que a 3ª posição era de outro carro: o #16 de Corey Lewis/Brett Sandberg/Jeroen Mul caminhava para o pódio, mas a Change Racing cometeu um erro de cálculo… e acabou a gasolina! O #11 de Rolf Ineichen/Chris Engelhart/Mirko Bortolotti/Richard Antinucci foi vítima do mesmo problema. Que coisa hein…

Oswaldo Negri e seus parceiros Jeff Segal e Tom Dyer sobreviveram – terminaram em 23º na geral e oitavo na categoria, com 324 voltas completadas. Na classificação do campeonato, a trinca da Michael Shank Racing está na sexta posição com 49 pontos – Farnbacher/Bleekemolen/Keating lideram com 66 e Mies/De Philippi/Gounon têm 60.

A próxima etapa é o GP de Long Beach, preliminar da Fórmula Indy. Corrida marcada para 8 de abril (um sábado), com participação das classes Prototype, GTLM e GTD. O grid deve contar com 33 carros – sendo 10 da Prototype, nove da GTLM e 14 GTD.

Resultado final das 12h de Sebring AQUI

Comentários

  • A ultrapassagem do trio da mercedes GTD foi muito, mas muito legal. Creio que foi a que decidiu a vitória p eles, na curva (longa) que antecede a reta. O cara colocou por dentro escorregando, foi mto bacana!!

  • As disputas foram intensas nas classes GTLM (sempre…) e GTD, que é a grata surpresa desta temporada, mostrando que, quanto mais marcas, melhor é a classe. Na Prototype fiquei um tanto decepcionado com a falta de confiabilidade dos Nissan Ligier, bem como do Rebellion…no caso dos Mazda, já era esperado, né…
    Voltando à GTLM, foi uma vitória maiúscula do Corvette #3 que combateu sozinho Ferrari, Porsches fortíssimos e, principalmente, os Ford GT da Ganassi que, diferentemente do ano passado (sim, ainda acho que esconderam o jogo em Daytona e Sebring para vencer Le Mans…) vieram para vencer. De lamentar apenas a BMW que realmente não mostra condições de brigar com os rivais.
    Outro grande destaque da prova – sem dúvida – este digno de medalha é que não tivemos nenhum PC atravessado na pista, cena comum nas provas do IMSA, e provocando bandeiras amarelas atrás de bandeiras amarelas…esta classe já vai tarde.