Nova velha história

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O carro muda, mas o domínio não: Lewis Hamilton foi absoluto nos dois primeiros treinos livres do GP da Austrália e deve fazer um tempo melhor que o recorde atual da pista neste sábado.

RIO DE JANEIRO – A Fórmula 1 mudou a cara com carros novos e pneus mais largos para 2017. Mas não a cara e muito menos o conteúdo. O enredo segue o mesmo do ano passado e pelo visto parece não ter adiantado muito a mudança de regulamento. A julgar pelos dois treinos dessa sexta-feira em Melbourne, a Mercedes é favorita à vitória e Lewis Hamilton, mais favorito que todos para conquistar seu quarto título mundial.

O tempo de 1’23″620, cravado com pneus ultramacios, deixou Lewis a menos de um décimo do recorde da pista – 1’23″529, obtido por Sebastian Vettel no auge do piloto a bordo da Red Bull e ainda no regulamento de propulsores 2,4 litros. Não obstante, o britânico fez um tempo melhor que o recorde da pista com motores V10 e também da atual configuração das unidades de potência com 1,6 litro de capacidade cúbica e sistemas híbridos. Sem contar que em relação ao primeiro treino livre do ano passado, as marcas baixaram em absurdos 4,2 segundos logo de cara. Não há como comparar com o resultado do FP2 do ano passado, já que choveu.

A vantagem de Hamilton sobre Vettel foi de 0″547. Muita gente questionou em redes sociais se não era muito – e é lógico que é, bastante significativo. Cada décimo é importante. Meio segundo é uma eternidade. Dois então, nem se fale…

Tivemos também ao longo dos dois treinos os problemas de sempre para algumas equipes (principalmente a McLaren) um forte acidente com Jolyon Palmer batendo na entrada da reta dos boxes com sua Renault e Felipe Massa sendo obrigado a abortar o FP2 pela metade porque o câmbio entrou em ponto morto e o piloto da Williams não conseguiu mais engatar marcha alguma. Massa acabou por completar 34 voltas ao fim do dia, a melhor delas em 1’26″178, pela manhã, quando foi o 7º mais veloz.

De acordo com um levantamento feito pela Pirelli, Lewis Hamilton conseguiu o mais longo stint com pneus ultramacios – 25 voltas no total. Sebastian Vettel e Marcus Ericsson foram os que mais voltas completaram com o composto médio para o GP da Austrália, no caso o pneu macio – 24 giros. Com o modelo mais duro disponível em Melbourne, o composto macio, Pascal Wehrlein conseguiu completar 25 voltas.

Uma outra coisa que precisa ser observada é a necessidade dos engenheiros em adotar toda a sorte de penduricalhos possíveis nos carros, sem contar as barbatanas e as asas em T, que espero ver banidas da Fórmula 1 o mais rápido possível. O problema é que as equipes souberam explorar muito bem todas as brechas do regulamento técnico e algumas têm exagerado na dose. A Haas, por exemplo, não poderá usar sua “T-Wing” porque ela foi considerada “flexível demais” pelos comissários.

Vamos ver até quando esses artefatos vão durar em nome da segurança.

À meia-noite de hoje, os carros voltam para o terceiro e último treino livre, aquele mais curtinho – com 60 minutos de duração. A classificação começa às 3h da manhã (horário de Brasília). Vou tentar acompanhar, mas não garanto. Haja Red Bull, Café ou Coca-Cola pra nos manter acordados.

Para mim, o favorito à pole é Hamilton, disparado. E para vocês, leitores?

Comentários

  • Liguei a Tv na noite de quinta esperançoso por uma temporada divertida na F1.
    Fui dormir no fim do FP1 decepcionado e descrente de que algo mudará. Até o ano passado, o Nico Rosberg, dava trabalho pro Hamilton. Esse ano nem isso teremos (até o Bottas se entender com o sistema e carro novo o ingles ja tera 100 pontos na frente).

    Espero estar errado… E adoraria errar essa previsão. Vamos ver como sera a classificação nesta madrugada.

  • Hamilton deve fazer a pole, salvo algo fora da normalidade. Mas a Ferrari aparenta estar muito melhor do que ano passado, quando perdeu até para a Red Bull, ops, Erre-Be-Erre! É possível a Ferrari incomodar as Flechas de Prata esse ano. Vamos ver do que o Bottas é capaz em um carro de ponta!

  • Como já havia dito a muito tempo ,esses tedescos sempre enfiam o pé na bota , nem mesmo nos anos 30 ,fazendo um regulamento pró os carros da “casa” para o Gran Prix di Tripoli de 1939 (colonia italiana na época) conseguiram vencer as Mercedes W 165 ,projetadas e construídas em 7 meses antes da prova partindo do zero em motor e chassis.