Game over: Dale Jr. anuncia aposentadoria ao fim da temporada da Monster Energy Cup Series

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RIO DE JANEIRO – A Nascar acorda nesta terça-feira com mais uma bomba: após a retirada de Jeff Gordon e Tony Stewart, seguida da surpreendente saída de Carl Edwards da categoria, agora é a vez de Dale Earnhardt Júnior anunciar que coloca um ponto final em sua trajetória de piloto de competição.

Aos 42 anos (completa 43 em outubro), com 603 largadas na divisão principal e 137 na Xfinity Series, com direito a dois títulos desta divisão em 1998 e 1999, Júnior sucedeu o pai no sobrenome e na popularidade – ganhou 14 vezes o prêmio de piloto mais querido pelos fãs. Mas ao contrário de Dale Senior, sete vezes campeão na Monster Energy Cup Series (quando a categoria tinha outros nomes, é claro), Júnior teve um 3º lugar em 2003 como melhor resultado na classificação final de uma temporada.

Após anos guiando pela Dale Earnhardt Inc. (DEI), ostentando a clássica pintura da Budweiser e o numeral #8, Dale Jr. mudou-se em 2008 para a Hendrick Motorsports, com armas e bagagens. Adotou o #88 como referência, mas venceu apenas sete vezes a bordo de um dos times mais fortes da categoria. A última foi em Phoenix, há quase dois anos.

A decisão já estava tomada desde o último dia 29 de março e a primeira pessoa que soube da aposentadoria do piloto – fora do círculo familiar, é claro – foi Rick Hendrick. Creio que os fatores que pesaram decisivamente para isso foram a queda de desempenho nas pistas e os sintomas de concussão cerebral apresentados no correr da última temporada – Júnior teve vários acidentes ao longo da carreira, nenhum deles felizmente muito grave, mas a saúde começou a cobrar a conta.

O rei dos Superspeedways, o maior especialista em pistas de placa restritora nos motores, como Daytona e Talladega, merece uma despedida digna, mesmo que não chegue aos Playoffs. Os fãs da categoria têm de reverenciá-lo como ele merece. Então, que lá nos EUA, a cada corrida a partir de Richmond, se façam homenagens por tudo o que ele fez e o que ele representou, trazendo consigo o legado e a fama de ser o filho de um dos maiores monstros sagrados da história do automobilismo mundial.

A Hendrick Motorsports vai ter que procurar um novo piloto no mercado para 2018. E Dale Jr., que já tem equipe na Xfinity Series, fica em definitivo do outro lado do balcão.

Assim é a vida…

Comentários

  • Caramba…mal nos recuperamos das aposentadorias do Smoke e do Primo Carl, isso se não contarmos a provável “compulsória” do Greg Biffle, agora a Nascar vai ter que digerir a saída de mais um nome de peso: Sinceramente, não considero grande coisa como piloto, mas é inegável sua importância para o espetáculo que envolve o evento da Nascar…aliás, todas as categorias devem reverenciar seus astros, seja o Jr na Nascar, o Alonso na F1, ou o Cacá na Stock brasileira…eles atraem fãs e patrocinadores e ajudam a viabilizar o esporte.
    Cabe à Hendrick agora, encontrar um substituto…se eu sou o Mr Rick, botaria a mão no bolso e tentaria tirar o Blaney da Penske…imagina ter dois jovens com potencial de campeões em seus carros (já tem o Elliott…). Se necessário chutaria o Casey Kahne do time…Larson seria muito bom também, mas eu tentaria o Blaney.

  • Como diriam os yankies IMO:

    Será ovacionado etc, era gente boa, mas era apenas um bom piloto, o desempenho dele sempre comprovou isso.

    A popularidade se deve unica-exclusivamente ser filho de quem era, pois, desempenho em pista lhe faltava (e muito).

  • Dale Jr nunca mereceu, mas gostaria de vê-lo campeão só para ver a reação dos fãs…

    No seu auge, era impressionante sua performance nos super-ovais!!

  • A Hendrick precisa arrumar 2 pilotos logo, um novo novato e outro um pouco mais experiente. Kasey Kahne não mostrou nada. O Earnhardt Jr foi muito bom com o carro 8, já no 88 ele se intimidou com o Jeff Gordon e com o Jimmie Johnson.

  • Novembro, 2016: Nico Rosberg sagrou-se campeão de F1 e, dias depois, anunciou sua aposentadoria. Ato contínuo, diversas pessoas destilaram asperezas e palavras de baixo calão para ele.
    Abril, 2017: Dale Earnhardt Junior – piloto do certame NASCAR Monster Energy Cup Series –, concedeu a seguinte declaração: “Esta será minha última temporada na condição de piloto NASCAR”. So what? Daí que, até o momento, as mesmas pessoas que registraram palavras de ódio e elogios do tipo ‘covarde’ e ‘maricas’ para o piloto alemão, nada fizeram perante o conhecido Junior.
    Mudando de assunto, gostaria de terçar algo pessoal: mesmo na condição de fã da marca Ford, admiro a postura de Dale perante à montadora Chevrolet. Ate porque, ao contrário de ‘traitors’ como Dale Jarrett, Kasey Kahne e Carl Edwards, Dale Junior sempre manteve-se fiel à marca da ‘gravatinha’. Uma atitude RARA nos dias de hoje. Afinal, não faltam exemplos de pilotos ricos que, mesmo ganhando ‘mil’ presentes de uma montadora, optam em correr pelas cores de outra, verdadeira demonstração de pessoas mentirosas. O que, claro, me faz ter o seguinte raciocínio: estes pilotos que largam uma marca para correr por outra não gostavam da ‘contratante’. Vou mais adiante: odiavam – mas eram obrigados a conviver com ela. Assim é fácil largar. Quem gosta de uma mulher que lhe dá prazer e lhe proporciona o encanto da vida só a larga se for um idiota. E o mesmo pode ser dito sobre um piloto de corridas: se uma fábrica lhe proporciona alto salário para fazer o que mais gosta – correr – e ainda lhe proporciona presentes caros, ambicionados por qualquer ser humano (automóveis zero), ele só a larga se for um idiota…