More, More, More

RIO DE JANEIRO – Na época da discothèque, fomos bombardeados por diversos artistas que fizeram relativo sucesso e depois sumiram na poeira. Alguns entraram para o folclore da música e outros foram notórios por diversos motivos. Talvez Andrea True Connection esteja nesse patamar de quem deixou sua marca não só pelas canções que deixou gravadas, mas também por sua inusitada trajetória.

Nascida Andrea Marie Truden em Nashville, no Tennessee (EUA) em 26 de julho de 1943, ela buscou a fama como atriz de cinema. Mas acabou premiada com papéis de pouco ou nenhum destaque em filmes de sucesso como “Almôndegas” (1972) e “Nosso Amor de Ontem” (1973). O jeito foi defender um como atriz de filmes pornô…

Isso mesmo: Andrea fez cerca de 60 produções de sacanagem entre os anos 1970 e 1980, incluindo uma aparição em “Garganta Profunda 2”, onde atuou ao lado da lendária Linda Lovelace, que fazia o papel-título.

No final de 1975, sua sorte mudou. Ela estava na Jamaica, país que vivia uma grande crise sócio-política e os estrangeiros eram proibidos de deixar o território. Com o dinheiro que vinha de jingles e comerciais que gravava, pagou para Gregg Diamond produzir uma canção de sucesso. Ele viajou até Kingston e trouxe uma base pronta para que a letra fosse escrita lá mesmo no país caribenho. Nascia o primeiro e estrondoso sucesso de Andrea, que seria rebatizada como True Connection a partir daí.

“More, More, More” explodiu nas discotecas e foi #4 no Top 100 da Billboard. A partir daí, a parceria Andrea/Diamond só rendeu frutos: ela virou figurinha fácil em temas internacionais de novelas da Globo – “Call Me” entrou em O Casarão e “N.Y. You Got Me Dancing”, em Locomotivas. “Keep It Up Longer” e “What’s Your Name, What’s Your Number” também fizeram muito sucesso na década de 1970 – e os dois primeiros discos dela até venderam bem e saíram pela Buddah Records.

O terceiro – e último – disco de Andrea True Connection só foi distribuído na Itália. A discothèque já era considerada decadente e ela, aos 37 anos, desapareceu da música de forma compulsória. Ela até ensaiou uma volta ao pornô – acabou considerada velha demais para tanto. Depois, viveu um drama quando descobriu um câncer na garganta, que a impediria definitivamente de voltar a cantar.

Andrea voltou a ser apenas Andrea Marie Truden, trabalhando como voluntária de um centro de reabilitação de viciados em Nova York, onde morava. Vivia dos direitos autorais de “More, More, More”, que toca até hoje. Morreu aos 68 anos, de causas não reveladas, em 7 de novembro de 2011.

Em sua homenagem, o blog traz “More, More, More”, com Andrea no esplendor da forma e estrondando nas paradas de sucesso, como o clip da semana.

https://www.youtube.com/watch?v=RlJGrIyt-X8

Comentários

  • Parabens Rodrigo bela lembrança. lembrança do que e bom esse site realmente e surpreendente semore coisas bacanas parabens mais uma vez