Ponto de interrogação

RIO DE JANEIRO – Domingo sem transmissão de Nascar por causa da chuva, o escriba aqui aproveitou para abusar do controle remoto e revezar entre a MotoGP no COTA e a Stock Car no Velopark. Assisti bem mais às corridas das motos, vibrei com mais um triunfo de Franco Morbidelli na Moto2 e com a liderança do “Doutor” Valentino Rossi na MotoGP.

Mas, claro, fiquei sabendo do acidente na Stock Car que movimentou as redes sociais. E que está aqui no vídeo abaixo.

Sincera e honestamente, até agora não consegui entender o que o Antonio Pizzonia quis fazer ao tentar voltar para a pista depois da dividida com o Tuka Rocha, que também levou a pior. A manobra foi de juvenil, absolutamente o oposto do que se espera de alguém com a experiência do amazonense no automobilismo.

Sobrou para o Lucas Foresti, que comprou pronta a enorme cagada do piloto da Prati-Donaduzzi, que se desculpou dizendo que os “pontos cegos” do carro não o deixaram ver que alguém se aproximava.

Ora, se o Pizzonia sabe e TODOS os pilotos da Stock sabem que o projeto do cockpit oferece pouca amplitude de visão aos pilotos, por que então fez aquilo?

Por muita sorte, até porque a batida foi em “T”, em ângulo de 90º, ninguém saiu com lesões graves. Foresti saiu com cinco pontos numa perna e o manauara, com lesões num dos tornozelos.

O que mais me impressiona é que a CBA, ao invés de agir com o rigor da lei, apenas faz com que o piloto do carro #1 seja punido com a largada no fim do grid da próxima rodada em Santa Cruz do Sul, quando deveria ter levado uma corrida de suspensão, no mínimo. Por muito menos, ou melhor, por dizer verdades, Cacá Bueno foi afastado de uma prova da categoria há alguns anos.

Pizzonia é um enorme ponto de interrogação no nosso automobilismo. Surgiu como sensação na Inglaterra, ganhou tudo até a Fórmula 3000 e depois não mostrou aquilo tudo que se esperava dele. E não pode se queixar da falta de oportunidades, depois de vagar pelas mais diversas categorias, incluindo a Superleague Formula (lembram?), Fórmula Indy, a AutoGP World Series e até o FIA WEC.

Comentários

  • Eu estava assistindo pela tv a segunda bateria desta prova…foi nela esse pavoroso acidente que poderia sim, ter sido muito pior para o próprio Pizzonia. que recebeu a batida do seu lado. O choque foi tão forte que a reação do narrador e comentaristas até fugiu do “protocolo” do plim plim. Voltando ao Pizzonia, conheci gente que trabalhou nos eventos da Stock Car e, embora o curriculo dele tenha essas passagens internacionais com até alguns triunfos em certas categorias, as referências não são nada boas. O fato de ser um ex-F1 não o credencia a ser um grande piloto ou uma figura tão querida no paddock da Stock Car .
    Essa “punição” só mostra como age a CBA…não importa se um ato irresponsável seu ponha em risco a vida alheia e a sua própria…desde que não fale mal da entidade (ou apenas a verdade…). Aprendeu, Cacá??

  • Pizzonia foi absolutamente imprudente, irresponsável até, e não há qualquer justificativa razoável para uma manobra dessa.
    Fosse a CBA uma organização séria este rapaz levaria três corridas de suspensão e só voltaria após um exame psicotecnico. Mas sabe como é né, de onde menos se espera é de lá mesmo que nada vem.

  • O Pizzonia foi um irresponsável! Nem piloto novato faz isso. Deveria tomar não uma, mas pelo menos duas corridas de gancho e perder alguns pontos no campeonato (tem 10, devia perder uns 30). Um piloto com a experiência que tem, tendo andado nas principais categorias do automobilismo mundial. Esta atitude ajuda a entender porque foi um fiasco em todas elas. E o que esperar de um homem que agride a mulher? Atitudes lamentáveis.

  • Não deveria estar correndo na categoria. não tem carisma, não tem habilidade e a julgar pela batida também não tem responsabilidade. Nota zero para a CBA e para ele também.

  • Vamos aos fatos:
    Pizzonia é um ex-piloto ainda em atividade. . .
    Periga, desde aquele acidente bizarro em Silverstone ou outra pista qualquer da Inglaterra, quando capotou um Jaguar de rua levando à bordo um convidado vip da empresa.
    Como bem comentado pelo Rodrigo, chegou chegando até a F3000, depois foi o ó do borogodó, e olhe que não foi por falta de oportunidade, nas mais diversas categorias.
    Dar a desculpa que ele deu, melhor seria ficar calado, melhor ainda assumir o erro!
    O chefe de equipe tentando justificar então, tenha a santa paciência!
    A punição saiu muito barato, até porque, no caso dele, largar em último tem sido uma constante.
    Deveria é tomar um gancho de 180 dias, mais retorno compulsório à escolinha do Beto Manzini aqui em Interlagos, para reaprender como é que se faz.

  • O Pizzonia deveria ser punido pelo tempo necessário à recuperação do piloto prejudicado, no caso, o Lucas Foresti. Aliás, todo acidente no automobilismo deveria existir essa punição. Fez besteira, julgado culpado e ter ferido o adversário, punição até a recuperação total do oponente. Largar na rabeira do Grid, é premiação para quem fez tamanha besteira.

  • Pizzonia mal… Fez uma escolha errada e deveria se desculpar e assumir o erro. Simples!

    A stock segue um ano muito interessante, em matéria de competitividade… Impossivel apontar menos de 8 favoritos a cada etapa. É um campeonato bem divertido de acompanhar.