WRC com 106 carros no Rali da Argentina

FIA WORLD RALLY CHAMPIONSHIP 2016 - WRC ARGENTINA
Em 2016, John Kennard e Hayden Paddon comemoraram a vitória no Rali da Argentina. E dessa vez? Quem será que leva?

RIO DE JANEIRO – Quinta etapa do Campeonato Mundial de Rali (WRC), o Rali da Argentina está marcado para o último fim de semana deste mês na região de Córdoba. Um público sensacional deve acompanhar as etapas cronometradas – serão 18 especiais, com 357,59 km percorridos e mais 1.060,59 km em trechos de ligação. O parque de serviço será, como de hábito, em Carlos Paz.

A única etapa sul-americana do calendário é disputada desde 1980 e apenas uma única vez (em 1982) não fez parte do WRC. Em 36 edições realizadas, o maior vencedor é Sébastien Loeb: o mito do Rali ganhou a prova nada menos que oito vezes – em duas sequências de cinco e três triunfos, intercalados por uma vitória de Juho Hänninen em 2010. Chefe da equipe Toyota, Tommi Makinen venceu o evento três vezes e o único local a vencer o Rali da Argentina – em duas oportunidades – foi Jorge Recalde, em 1988 e 1995, ambas com Lancia.

Desde a saída de Loeb do WRC, o Rali da Argentina não apresentou mais o domínio de nenhum outro piloto – foram três vencedores diferentes nas três últimas edições e todos eles buscam a segunda vitória na Argentina: Jari-Matti Latvala (2014), Kris Meeke (2015) e Hayden Paddon (2016).

O que dá a entender que Sébastien Ogier, atual tetracampeão e líder da temporada 2017 com 88 pontos – treze à frente de Jari-Matti Latvala, nunca venceu no continente. Ano passado, terminou em 2º lugar sem poder fazer nada diante de um irresistível Paddon.

A lista de inscritos para o 37º Rali da Argentina traz 26 carros que vão brigar pelos pontos no WRC e outros oitenta pelo Campeonato Argentino – um deslumbrante total de 106 veículos. Entre os principais nomes da listagem nacional estão Marcos Ligato (7º colocado geral ano passado), Federico “Coyote” Villagra e o ex-tenista David Nalbandián, que se especializou nas provas de Rali em seu país.

Treze duplas compõem a listagem dos carros chamados “Prioridade 1”: a Citroën não leva à Argentina o seu terceiro carro e Stéphane Lefévbre fica de fora. Mads Østberg e seu navegador Ola Fløene regressam para a disputa da 5ª etapa do Mundial com um Ford Fiesta e quem tem planos para as próximas etapas é a Toyota – a equipe japonesa deve inscrever um terceiro Yaris para Esapekka Lappi/Janne Ferm a partir do Rali de Portugal.

Ausente na próxima etapa, o líder do WRC2 Andreas Mikkelsen vai testar o Hyundai i20 WRC em Portugal – o que não deixa de ser uma surpresa. Talvez seja uma manobra dos sul-coreanos para pôr mais pressão em seus pilotos titulares. As críticas de Michael Nandan a Thierry Neuville foram bem respondidas e o belga venceu na semana retrasada o Tour de Corse, na França, após perpetrar erros infantis em Monte-Carlo e na Suécia.

O plantel do WRC2 tem apenas seis carros. Com exceção de Pontus Tidemand e do polonês Hubert Ptaszek, todos os demais concorrentes são da América Latina: o paraguaio Gustavo Saba, o mexicano Benito Guerra, o chileno Pedro Heller e o argentino Juan Carlos Alonso. Os demais pilotos que figuram na lista principal são do Rali Codasur, incluindo três deles a bordo de prosaicos… VW Gol!

Comentários

  • Muito boa a matéria em geral e particularmente o retrospecto histórico sobre o tradicional Rally da Argentina!

    Só gostaria de fazer uma observação. Além do ano de 1982, quando não houve o evento em decorrência da guerra das Malvinas, por ocasião do ano de 2010, o evento não foi válido pelo WRC, pois como na época muitos países queriam ingressar no campeonato (inclusive o Brasil, que volta e meia tenta seu reingresso), a FIA tentou introduzir um sistema de rotação entre as sedes, no qual alguns países tiveram que ficar de fora por um ano, como foi o caso da Argentina.

    Assim, como havia a opção do IRC (Intercontinental Rally Challenge), um campeonato alternativo apoiado pela Eurosport que na época estava sendo muito bem sucedido, os dirigentes argentinos conseguiram incluir sua prova no mesmo, mantendo assim o seu status de evento internacional, facilitando para eles também o fato de que o Brasil já estava incluído no calendário desde o ano anterior, com o Rally Internacional de Curitiba, vencido em ambas edições pelo Kris Meeke como piloto oficial da Peugeot United Kingdon.

    Assim, como na época até mesmo o legendário e prestigioso Rally de Monte Carlo havia se retirado do WRC e se tornado a etapa de abertura do IRC, em 2010 as duas primeiras provas do campeonato foram Monte Carlo e Brasil, como no ano anterior, tendo sido a Argentina incluída logo em seguida naquele ano, como terceira etapa do certame.

    Um pena que, apesar de todo o sucesso inicial do IRC, o campeonato foi perdendo força, sendo extinto pouco depois. Seguem abaixo alguns links com matérias sobre ambos os eventos:
    https://formulatotal.wordpress.com/2010/03/08/irc-rali-de-curitiba-deu-meeke/
    http://www.autoportal.iol.pt/desporto/ralis/irc-hanninen-dominador-na-argentina/
    http://www.redbull.com/br/pt/motorsports/offroad/stories/1331844331702/estrela-do-mundial-de-rally-ja-correu-no-brasil