Nicky Hayden (1981-2017)

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A mais bonita lembrança que Nicky Hayden nos deixa é esta: o choro incontido em Valência, no ano de 2006, quando derrotou ninguém menos que Valentino Rossi para se consagrar campeão mundial de MotoGP

RIO DE JANEIRO – Infelizmente, já era algo esperado. O piloto estadunidense Nicky Hayden, campeão mundial de MotoGP em 2006, morreu há pouco na Itália, cinco dias após sofrer um acidente enquanto andava de bicicleta. Hayden foi atropelado e sofreu lesões muito graves, que tornaram o quadro clínico irreversível.

Na sexta-feira, o jornal catalão Sport já noticiava a morte cerebral de Hayden, o que significava que alguns órgãos vitais ainda tinham sinais, mas o cérebro, não. Neste dia 22 de maio, foi confirmado o que todos nós desconfiávamos que em breve aconteceria.

Triste destino de um esportista que cuidava da forma física – afinal, ainda estava em atividade, defendendo a equipe Honda no WSBK, o Mundial de Superbikes – e que acabou vítima de um acidente brutal. Algo semelhante com o que ocorreu a Michael Schumacher: dois campeões, expostos periodicamente ao risco e a acidentes graves nas pistas de corrida, cujas vidas foram interrompidas por fatalidades. Schumacher, que caiu enquanto esquiava e bateu a cabeça numa pedra, segue vivo – mas sabe-se lá como. Hayden não resistiu e nos deixou nesta segunda-feira.

Batizado “Kentucky Kid”, pois nasceu na cidade de Owensboro, no estado do Kentucky, Hayden veio do AMA Superbikes para as provas de MotoGP em 2003, quando ainda completaria 22 anos. Conquistou apenas três vitórias e 28 pódios em 218 aparições na categoria-rainha do Mundial de Motovelocidade. Mas ninguém é campeão mundial por acaso: em 2006, numa temporada em que abandonou apenas uma corrida, conseguiu marcar cinco pontos a mais que Valentino Rossi, vencedor em cinco oportunidades.

Hayden ganhou “apenas” duas corridas – na catedral da MotoGP em Assen e diante de sua torcida, em Laguna Seca. Foi ao pódio 10 vezes em 17 corridas. Mereceu o título. Mas depois disto, suas performances nunca mais foram as mesmas e ao fim de 2008, já não fazia mais parte da equipe Repsol Honda HRC.

Assinou com a Ducati, onde permaneceu até 2013 e conquistou apenas três pódios. Por dois anos, esteve no time de Jorge “Aspar” Martinez e foi duas vezes requisitado no ano passado para substituir Jack Miller na Marc VDS e depois andou de Honda oficial pela última vez no lugar de Dani Pedrosa no GP da Austrália.

Uma pena que a vida de Hayden tenha sido ceifada dessa forma que nos impacta tanto. Jovem ainda, aos 35 anos, o garoto do Kentucky ainda tinha muito a fazer no esporte. Choram os fãs da velocidade e nós, que amamos o esporte, ficamos um pouco mais tristes com mais essa perda.

Comentários

  • – Que tristeza de perder um garoto tão amável, um grande piloto, um bom filho.
    Pra mim, parecia um jovem sempre pronto pra começar a carreira.
    E quis o destino que ele será homenageado nos templos sagrados de Indianápolis e Mônaco. Muito difícil perdê-lo =O(

  • Quando nos encontramos, na vespera do teu aniversario, ainda falamos da infelicidade desse acidente, e das poucas esperanças dele resistir.
    A vida, do mesmo jeito que pode ser milagrosa, pode ser (muito) estupida: incrivel que o Miller tenha saido ileso daquele acidente na Moto GP nesse sabado, e estupido que o Nick não tenha sobrevivido a um acidente de bicicleta….

    Kentucky Kid, descanse em Paz..