Sobre ídolos e injustiças

RIO DE JANEIRO – Fui cobrado em 1º de maio por não ter escrito nada sobre Ayrton Senna. Não vi motivo para falar a respeito, uma linha que fosse. Qualquer um escreve sobre ele. E além do mais, não era data redonda.

Foram 23 anos de sua morte – não 20, nem 25.

No mesmo 1º de maio, há exatos 30 anos, teve isso aqui do vídeo abaixo. E eu não falei nada, para não polemizar.

https://www.youtube.com/watch?v=pLyAKkeA25Q

Há 25 anos, no dia 7 de maio, também houve isso aqui do vídeo abaixo. E novamente não polemizei.

Mas diante dos fatos que o Flavio Gomes constatou aqui neste post, não posso deixar de me manifestar.

Nelson Piquet terá a importância devidamente reconhecida apenas no dia em que for desta para uma muito melhor, provavelmente de velhice, depois de tudo o que passou na vida.

Sobreviveu a duas tremendas porradas.

Não é qualquer um que passa por isso, ergue um império para seus filhos e ganha mais dinheiro nos negócios do que nas pistas de corrida, onde ganhou três títulos e corria por prazer. Vitórias não eram uma obssessão. Eram consequência de muito talento, argúcia, malandragem e uma visão tática e técnica fora do normal. Coisa de privilegiado, de predestinado.

O fato de ter escapado desses acidentes pavorosos em San Marino na Tamburello e na curva 4 de Indianápolis já o faz ser imensamente maior do que já é.

A indiferença é algo que dói em qualquer ser humano. Sei que Piquet caga e anda para convenções, rapapés ou para puxa-sacos. Mas num país onde só se cultua os vencedores – ou estou errado? – Nelson talvez tenha sido, dos mais bem-sucedidos, o menos celebrado.

O tempo é o senhor da razão. E dará mais razão a um cara que foi tão ou mais gênio nas pistas quanto foi Ayrton Senna.

Agora, podem me apedrejar.

Comentários

  • Rodrigo , é a primeira vez que comento aqui e so vim para dizer que assino embaixo cada palavra sua , meus parabens pela sua coragem em dizer estas verdades.

  • kkkk apedrejar nada! O Triquet é fodástico…. o herói ‘non sense’, sem língua preza, nem paga pau …. representante puro de uma geração cabeça feita!

    Este negócio de jogar pra torcida…. acho muito trouxa!

    Vida longa!

  • por conta da minha idade (tenho 42) e tendo acompanhado formula 1 a partir dos 7 anos (eu ainda me lembro do meu pai me explicando o que tinha que acontecer pro Piquet ser campeão em 1981), eu sou órfão do Piquet e não do Senna, embora eu tenha em minha memória momentos inesquecíveis da F1, nem sempre com o Senna:

    1 – A referida corrida de Las Vegas 81, a primeira que eu me lembro de ter acompanhado;
    2 – Como eu vibrei com o Patrese segurando o Lauda em 83, com o Galvão falando que o Patrese tava garantindo o contrato dele (ok, eu tinha 9 anos, vamos dar um desconto…)
    3 – Monaco 84, fantástico…
    4 – A primeira vitória do Senna, em 21-4-85 (só guardei porque era aniversário do meu pai)
    5 – A temporada toda de 1986 (4 lutando pelo título, eu torcia pelo Piquet)
    6 – O passão do Piquet na Hungria 86
    7 – Japão 88, Senna
    8 – A dobradinha Piquet – Moreno em 1990 (lágrimas nos olhos…)
    9 – Donington Park 93 (aquela volta…)
    10 – Bélgica 98 (o acidente mais legal da história)…

    Cito as minhas melhores lembranças na F1 pra lembrar q a F1 não era só Senna, eu também era fã do Niki Lauda, do Laffitte e gostava das equipes que eu chamava de médias-fortes (Renault, Ligier)…

    Reduzir as coisas ao Senna, como muitos fazem é reduzir a história da F1. E a F1 era muito mais legal, mas eram outros tempos, hj existe vida além da F1.

    Minha esposa fala que todo ano tem show do Roberto Carlos, ou o “Retorno da Múmia Natalina” (perdoem-me quem gosta, eu não gosto), falar do Senna em primeiro de maio é o “retorno da múmia automobilistica”

    • Eu aprendi a gostar de Automobilismo com Emerson Fittipaldi em 1972. Depois fui descobrindo outras coisas (Turismo, Grã-turismo, Veículo Esporte, Esporte-Protótipo, Fórmula Dois, Fórmula Três, Fórmula Ford, ´Fórmula Vê, Fórmula Super Vê, Can-Am, Trans-am, Picapes, Rali, arrancada, etc.).
      Também não nos esqueçamos de Motos, Caminhões e Motonáutica.
      Pilotos: a lista é longa.
      Engenheiros, Veículos, chefes de equipe. Existe muito a se admirar.
      Entrei no Wikipédia e estes são fatos marcantes de 01 de Maio:
      Eventos históricos
      305 — Diocleciano e Maximiano, imperadores de Roma, deixam de governar.
      524 — Rei Sigismundo da Borgonha é executado em Orleães após um reinado de oito anos e é sucedido por seu irmão Gundemaro.
      880 — A Igreja Nova é inaugurada em Constantinopla, servindo de modelo para as posteriores igrejas em cruz inscrita ortodoxas.
      1328 — As Guerras de independência da Escócia terminam: pelo Tratado de Edimburgo-Northampton o Reino da Inglaterra reconhece o Reino da Escócia com um Estado independente.
      1500 — Pedro Álvares Cabral toma posse da “Ilha de Vera Cruz” (atual Brasil) em nome do rei de Portugal.
      1576 — Estêvão Báthory, Príncipe da Transilvânia, casa com Ana Jagelão e eles se tornam co-regentes da República das Duas Nações.
      1625 — A armada luso-espanhola da Jornada dos Vassalos reconquista Salvador na Bahia aos holandeses.
      1707 — Entra em vigor o Tratado de União unindo o Reino da Inglaterra ao da Escócia para formar o Reino da Grã-Bretanha.
      1753 — Publicação da Species Plantarum por Linnaeus e início formal da taxonomia vegetal adotado pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica.
      1776 — Fundação da sociedade Illuminati em Ingolstadt (Alta Baviera) por Adam Weishaupt.
      1786 — Estreia a ópera-bufa As Bodas de Fígaro, de Wolfgang Amadeus Mozart, em Viena.
      1851 — Rainha Vitória inaugura a Grande Exposição no Palácio de Cristal em Londres.
      1865 — O Império do Brasil, Argentina e Uruguai assinam o Tratado da Tríplice Aliança.
      1875 — Reinauguração do Alexandra Palace depois de ser destruído em um incêndio em 1873.
      1886 — Início da greve geral nos Estados Unidos e manifestação nas ruas de Chicago. Os eventos que se seguiram motivaram a criação do Dia do Trabalhador.
      1893 — Inauguração da Exposição Universal em Chicago.
      1898 — Guerra Hispano-Americana: Batalha de Cavite: a Marinha dos Estados Unidos destrói a frota espanhola do Pacífico na primeira grande batalha da guerra.
      1931 — Inauguração do Empire State Building, em Nova Iorque.
      1943 — Sancionada pelo presidente brasileiro Getúlio Vargas a Consolidação das Leis do Trabalho.
      1945 — Segunda Guerra Mundial: Partisans iugoslavos libertam Trieste.
      1960 — Guerra Fria: Incidente com avião U2: Francis Gary Powers, em um avião de reconhecimento Lockheed U-2, é derrubado sobre a União Soviética, provocando uma crise diplomática.
      1961 — Primeiro-ministro de Cuba, Fidel Castro, proclama o país como nação socialista e abole as eleições.
      1987 — Papa João Paulo II beatifica Edith Stein, uma freira carmelita nascida judia, que morreu no campo de concentração nazista em Auschwitz.
      1994 — Grave acidente mata o tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna durante o Grande Prêmio de San Marino.
      2002 — OpenOffice.org lança a versão 1.0, a primeira versão estável do software.
      2004 — Passam a integrar a União Europeia os seguintes países: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Checa.
      2006 – É criada oficialmente no Brasil a Confederação Brasileira de Muaythai Tradicional (CBMTT).
      O presidente boliviano Evo Morales decreta a nacionalização dos hidrocarbonetos (gás natural e petróleo) e tropas do exército boliviano ocupam uma das instalações da Petrobrás.
      2008 — China inaugura a maior ponte marítima do mundo, chamada Ponte da Baía de Hangzhou, com 36 km de comprimento.
      2009 — O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado na Suécia.
      2011 – Osama bin Laden morre em operação militar dos Estados Unidos no Paquistão.
      Beatificação do Papa João Paulo II pelo seu sucessor, Papa Bento XVI.
      Nascimentos
      1218 — Rodolfo I da Germânia (m. 1291).
      1225 — João de Joinville, escritor francês (m. 1317).
      1285 — Edmundo FitzAlan, nobre inglês (m. 1326).
      1591 — Johann Adam Schall von Bell, missionário jesuíta alemão (m. 1666).
      1626 — António Álvares da Cunha, político português (m. 1690).
      1750 — Francisco Antônio de Oliveira Lopes, revolucionário brasileiro (m. 1794).
      1759 — Jakob Albrecht, clérigo norte-americano (m. 1808).
      1769 — Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington (m. 1852).
      1804 — Aleksey Khomyakov, poeta russo (m. 1860).
      1829 — José de Alencar, escritor e político brasileiro (m. 1877).
      1852 — Santiago Ramón y Cajal, cientista neurológico espanhol (m. 1934).
      1868 — Afonso Arinos de Melo Franco, jornalista, escritor e jurista brasileiro (m. 1916).
      1872 — Sidónio Pais, político português (m. 1918).
      1880 — Eurípedes Barsanulfo, professor, jornalista e médium brasileiro (m. 1918).
      1881 — Teilhard de Chardin, padre, arqueólogo e filósofo francês (m. 1955).
      1908 — Giovannino Guareschi, jornalista e humorista italiano (m. 1968).
      1909 — Yiannis Ritsos, poeta grego (m. 1990).
      1912 — Azis Simão, sociólogo brasileiro (m. 1990).
      1913 — Walter Susskind, maestro tcheco (m. 1980).
      1916 — Glenn Ford, ator norte-americano (m. 2006).
      1917 — Danielle Darrieux, atriz e cantora francesa.
      1923
      Joseph Heller, escritor estadunidense (m. 1999).
      Antonio Maria Mucciolo, religioso italiano (m. 2012).
      Fernando Cabrita, futebolista e treinador de futebol português (m. 2014).
      1928
      Marcelo Pinto Carvalheira, bispo brasileiro (m. 2017).
      Antônio Delfim Netto, político e economista brasileiro.
      Desmond Titterington, automobilista norte-irlandês (m. 2002).
      1934
      Haroldo de Andrade, radialista brasileiro (m. 2008).
      Cuauhtémoc Cárdenas, político mexicano.
      1942 — Jed Graef, ex-nadador norte-americano.
      1943 — Odilon Polleunis, ex-futebolista belga.
      1945 — Rita Coolidge, cantora norte-americana.
      1946
      John Woo, cineasta chinês.
      Joanna Lumley, atriz britânica.
      1947 — Danilo Popivoda, ex-futebolista esloveno.
      1949
      Stanisław Zając, político e advogado polonês (m. 2010).
      Jim Clench, músico canadense (m. 2010).
      1950 — John Diehl, ator norte-americano.
      1951 — Geoff Lees, ex-automobilista britânico.
      1953 — Mayumi Aoki, ex-nadadora japonesa.
      1954 — Ray Parker Jr., cantor, compositor e produtor musical norte-americano.
      1955
      Patrícya Travassos, atriz e roteirista brasileira.
      Bob Lenarduzzi, ex-futebolista canadense.
      1959
      Marcelo Rubens Paiva, escritor e jornalista brasileiro.
      Gustavo Ferrín, treinador de futebol uruguaio.
      1961 — Luis Capurro, ex-futebolista equatoriano.
      1963 — Daniel Carreño, treinador de futebol e ex-futebolista uruguaio.
      1965
      Debi Diamond, atriz norte-americana.
      Tiririca, cantor, compositor, humorista e político brasileiro.
      1966
      Olaf Thon, ex-futebolista alemão.
      Charlie Schlatter, ator norte-americano.
      1968 — Oliver Bierhoff, ex-futebolista alemão.
      1969
      Yasuyuki Moriyama, ex-futebolista japonês.
      Wes Anderson, cineasta norte-americano.
      1970 — Fernanda Young, escritora e roteirista brasileira.
      1972 — Julie Benz, atriz norte-americana.
      1973 — Oliver Neuville, ex-futebolista alemão.
      1975
      Christian Manfredini, ex-futebolista marfinense.
      Aleksey Smertin, ex-futebolista russo.
      Marc-Vivien Foé, futebolista camaronês (m. 2003).
      Nima Nakisa, ex-futebolista iraniano.
      Yan, ex-futebolista brasileiro.
      1977 — Aurtis Whitley, futebolista trinitário.
      1978 — Isaac Okoronkwo, futebolista nigeriano.
      1980
      Ana Claudia Talancón, atriz mexicana.
      Inês Henriques, marchadora portuguesa.
      1981
      Lenilson, futebolista brasileiro.
      Alyaksandar Hleb, futebolista bielorrusso.
      1982
      Jamie Dornan, ator, modelo e músico norte-irlandês.
      Tommy Robredo, tenista espanhol.
      Beto Pimparel, futebolista português.
      Darijo Srna, futebolista croata.
      1983 — Alain Bernard, nadador francês, campeão olímpico.
      1984 — Mišo Brečko, futebolista esloveno.
      1985 — Chad Mendes, lutador norte-americano.
      1986
      Christian Benítez, futebolista equatoriano (m. 2013).
      Bruno Teles, futebolista brasileiro.
      Dani Massunguna, futebolista angolano.
      Mamadou Samassa, futebolista malinês.
      Georges Ambourouet, futebolista gabonês.
      Diego Valeri, futebolista argentino.
      1987
      Shahar Pe’er, tenista israelense.
      Leonardo Bonucci, futebolista italiano.
      1988 — Nicholas Braun, ator norte-americano.
      1990
      Caitlin Stasey, atriz australiana.
      Diego Contento, futebolista alemão.
      1991 — Abdisalam Ibrahim, futebolista somali-norueguês.
      1992 — Matěj Vydra, futebolista tcheco.
      1993 — Jean-Christophe Bahebeck, futebolista francês.
      1994
      Wallace, futebolista brasileiro.
      Edgar Ié, futebolista português.
      1997 — Ariel Gade, atriz norte-americana.
      2003 — Lizzy Greene, atriz norte-americana.
      Vamos aos falecimentos:
      1118 — Edite da Escócia, rainha consorte da Inglaterra (n. 1080).
      1256 — Beata Mafalda de Portugal (n. 1195).
      1572 — Papa Pio V, (n. 1504).
      1860 — Anders Sandøe Ørsted, político e jurista dinamarquês (n. 1778).
      1873 — David Livingstone, missionário e explorador britânico (n. 1813).
      1883 — Qorpo Santo, dramaturgo brasileiro (n. 1829).
      1895 — John Newton, oficial norte-americano (n. 1822).
      1904 — Antonín Dvořák, compositor checo (n. 1841).
      1945 — Joseph Goebbels, político alemão (n. 1897).
      1977 — Antero de Oliveira, ator brasileiro (n. 1931).
      1978 — Aram Khachaturian, compositor armênio (n. 1903).
      1979 — Sérgio Fleury, policial brasileiro (n. 1933).
      1989 — Francisco Borja do Amaral, religioso brasileiro (n. 1898).
      1993 — Pierre Eugène Bérégovoy, político francês (n. 1925).
      1994 — Ayrton Senna, automobilista brasileiro (n. 1960).
      1997 — Bo Widerberg, cineasta sueco (n. 1930).
      1999 — Joel Ivo Catapan, bispo brasileiro (n. 1927).
      2000 — Cláudio Christovam de Pinho, futebolista brasileiro (n. 1922).
      2006 — Calasans Neto, artista plástico brasileiro (n. 1932).
      2008 — Paulo Amaral, técnico de futebol e preparador físico brasileiro (n. 1923).
      2010 — Helen Wagner, atriz norte-americana (n. 1918).
      2011 — Osama bin Laden, terrorista saudita (n. 1957).
      2013
      Pierre Pleimelding, futebolista e treinador de futebol francês (n. 1952).
      Chris “Mac Daddy” Kelly, rapper americano (n. 1978).
      2014 — Rodolfo Konder, jornalista, escritor e tradutor brasileiro (n. 1938).
      2015 — María Elena Velasco, atriz mexicana (n. 1940).
      Acho que é MUITO redutivo relacionar o Primeiro de Maio à morte de Ayrton Senna e ao Dia do Trabalhador.

    • Caro João Luiz, gostei muito do que escreveu! Sou Piquetista e pronto! Mas claro que me delicio com o fato de ter visto Lauda, Senna, Prost e outros… e que saudade mesmo das equipes dos anos 80.

      Ah… Por que sou Piquetista? Por muito do que o Rodrigo falou… o cara era um amante do automobilismo, e não um amante da mídia. Tinha uma mescla de arrojo, cabeça, precisão, técnica que talvez nenhum outro tenha possuído!

      • Obrigado Wilton, acho que fomos abençoados de termos visto uma infinidade de pilotos lendários. Pra mim, Senna foi um dos melhores, mas eu gostava mais do Piquet porque eu comecei a gostar de F1 por causa dele.

  • Perfeito. Dois gênios. Tivemos muita sorte. Eu sempre gostei mais do Piquet, até por causa de endeusamento do Senna…

  • Acompanho automobilismo desde muito jovem e diferente da maioria de minha geração, escolhi torcer para o Nelson… e nunca me preocupei em defender tese de que ele foi melhor que o Senna. Foda-se ele é o melhor ou o pior… ele é o cara para quem escolhi torcer. Vivo, morto, ganhando, perdendo, correndo ou aposentado… foda-se!

  • Mattar, você está corretíssimo, concordo plenamente com seus comentários, absoluta verdade. Pena que alguns “cegos” não enxergam a verdade dos fatos.

    • Erivaldo, estou pouco me lixando para “opiniões” que inclusive vêm dizer um monte de bobagens. Como os que assinam sob pseudônimo, vêm aqui bostejar e se protegem porque estão atrás de uma tela de computador. São uns pobres coitados.

  • Sempre achei que o Piquet tem sido desmerecido por todos esses anos.. Até mesmo quando lançaram DVDs em bancas de jornais com os campeonatos do Emerson e do Senna não encontrei algum com o Piquet. Certamente por sua sinceridade ele não se deu ao trabalho de paparicar alguns pobres coitados que endeusam alguns, que colocam no alto do Olimpo jovem promessas com falsas expectativas e depois os mandam para o inferno… Viva Piquet!

    PS. Meu 1º ídolo no automobilismo foi Jim Clark. Ainda lembro de estar em casa, na mesa da sala com minha mãe e de repente no rádio deram a nota sobre a morte dele. Prometi que não ia desenhar mais “carrinhos” nos meus cadernos e não é que parei mesmo…

  • Rodrigo…foi um dos textos mais inteligentes que já li sobre Piquet/Senna.
    Sou seu leitor a muito tempo e compartilhamos quase da mesma idade…e quero aproveitar agora e parabeniza-lo pela qualidade do que escreves! Fostes simples, direto e GENIAL!

  • Rodrigo, creio que suas palavras são muito justas. Piquet foi um gênio das pistas, e realmente não importa se fora dela o povo o consideram chato. Até por que muito pouca gente que opina o conhece na intimidade. Comecei assistir Formula 1 pouco antes da estreia de Piquet, mas acompanhei toda a sua carreira e vi seus 3 títulos. Acredito que tive um enorme prazer nisso. Deveríamos ser felizes por poder ver e torcer por pilotos brasileiros do calibre do Emerson, Pace, Piquet e Senna.
    Belo texto.

  • Começei a ver a F-1 a partir de 1980 e vi Piquet disputando o título com Alain Jones. Depois vi os três campeonatos dele. Claro que vi e aplaudi os três títulos e algumas vitórias épicas do Senna, mas sou mais fã do velho Nelson…

  • Na questão de melhor piloto, eu pendo para o lado do Senna, mas não consigo entender com muitas pessoas que preferem um tem ódio do outro! Que maravilha um país ter o privilégio de ter dois pilotos desse quilate! E contemporâneos! Acho que o Senna foi melhor, mas o Piquet foi gênio também, dois dos melhores de todos os tempos. Simples assim. Agora, é fato o que você escreveu Rodrigo: no Brasil só é homenageado que está morto. O Piquet merecia muitas homenagens enquanto vive…

    • Concordo contigo, Vinícius! Eu cresci acompanhando a F1 no final dos anos 80 e início dos 90 e para meu pai só o Senna que era bom. Hoje em dia vejo quantos pilotos excelentes tivemos nessa safra, dentre eles Piquet, o qual aprendi a admirar. Porém não entendo essa competição e ódio entre torcedores de um e outro. Dois excepcionais talentos de diferentes personalidades que tivemos a sorte de serem brasileiros. Puta privilégio que tivemos em pouco mais de 20 anos de janela (70/90) termos 3 pilotos fenomenais e tem velho barbado parecendo adolescente tentando desmerecer o feito de um ou do outro.

  • Basta lembrar que muitos sequer tem conhecimento do embate Piquet x Jones no Canadá em 80 e choram as pitangas até hoje no Senna x Prost no Japão em 89. Talvez porque ninguém nunca ouviu choramingos do piloto prejudicado…

    • E o Nelson foi tirado do caminho pelo Jones. Eu vi essa corrida ao vivo.

      Já tem 37 anos que isso aconteceu e nunca vi uma única queixa do Piquet a respeito.

    • Sem querer criar polêmica, mas o problema em 89 foi o jogo fora da pista. Bateu? Beleza. Jogou em cima de propósito? Fazer o que? Mas cassar a vitória de um, alegando que cortou a chincane, quando todos que escapam em uma curva não volta para fazer a curva novamente é que foi a “sacanagem”, independente de quem sejam os envolvidos. No máximo, a punição para quem “corta caminho” é um tempo acrescido ao fim da prova, e não eliminação.

  • Belas palavras. Eu tenho cada vez achado mais ridículo aqueles que idolatram Senna (ou Piquet) e desprezam Piquet (ou Senna).

    Ao invés de agradecer aos céus por termos tido 2 gênios na F-1 (3, inclua-se Emerson aí), ficamos com briguinhas e intrigas. Claro que foram os próprios pilotos que causaram isso, mas a torcida (e a imprensa) entrar nesse joguinho a’te hoje é patético.

    Prefiro curtir as vitórias de ambos e reconhecer a genialidade em ambos. Nunca mais, meus amigos, teremos algo parecido.

  • Rodrigo, por mais que você tente ser imparcial, não consegue. É notória sua antipatia por um e preferência por outro. Mas, pra mim, mais bostejante é atribuir rótulos. Por eu torcer pra um, tenho que denegrir a imagem do outro? Acho que não, né? Cada vitória tinha muito mais valor porque tinham que derrotar outros pilotos fora-de-série com carros diferentes, estilos diferentes e até de gerações diferentes.

    • É notória minha antipatia por quem? Pelo Senna?

      Olha… eu não era obrigado a torcer por ele. Quando comecei a acompanhar Fórmula 1, o Nelson Piquet já despontava. E em menos de dois anos, foi campeão. Não preciso dizer que ele é o piloto da minha geração e não o Ayrton.

      Reconheço o talento do Senna. Se eu não o fizesse, seria jogado num hospício. O que não concordo, Cristiano, é com o linchamento e o desmerecimento que o Piquet sofre por não ser “simpático” com os outros.

      Ele nunca precisou disso pra provar o que sempre foi. Um gênio. Tanto quanto foi o Ayrton. E cada um com suas características e estilos. Até lutando contra gerações diferentes.

      E me permita observar: o Nelson pegou em todos os anos em que brigou por título adversários – no plural – mais fortes que o Senna.

  • Chegando aqui com muito atraso…
    Sempre fui um grande fã do Nelson, e embora reconheça a grande capacidade do Ayrton como piloto, muito originada de sua extrema dedicação e foco no que fazia, nunca fui um fanático torcedor dele: sua postura obsessiva não me agradava, sua falta de esportividade (vencer a qualquer custo, não ter a fleugma de saber perder) ia de encontro as minhas crenças forjada ao longos dos anos admirando esse esporte.
    Tudo o que podia ser dito e enaltecido na belíssima carreira do Nelson, já foi dito, aqui e em alguns outros lugares, anteriormente. E após o belo texto do Rodrigo ai acima, eu não teria mais nada a dizer.
    Mas tem um ponto que eu não me canso de salientar: não se ode comparar o Nelson em final de carreira ao Ayrton em inicio de carreira. Quando Ayrton começou a fazer sucesso na Lotus em 85, em torno dos 24 anos, Nelson já tinha 33 anos e 2 titulos e um vice campeonato mundial. O Nelson do inicio de carreira era velocíssimo, tanto ou mais do que o Ayrton, e muito abusado, vide algumas belas pancas que deu.
    É complicado comparar pilotos que já estão na descendente de sua capacidade física, lembrando que o declínio chega cronologicamente mais cedo pra uns e mais tarde para outros. O Nelson depois da panca de 86 na Tamburello nunca mais foi o mesmo em termos de velocidade pura. Por outro lado o Ayrton nao teve o declinio que normalmente atinge os pilotos (nem meu idolo Gilles, nem Clark) porque morreram antes disso. Muitos falam que se o Ayrton nao tivesse morrido em 94 teria ganho mais muitos titulos, se esquecendo que ele estaria entrando na fase de declínio e estaria enfrentando um jovem e talentoso alemão que estava so começando a dar calor nele, A morte prematura obliturou o declinio natural e ajudou a compor a imagem de imbatível que paira ate´hoje sobre o nome dele.
    Esse fato deve ser sempre lembrado por quem analisa com isenção a carreira do Ayrton, e por quem o compara ao grande Nelson Piquet.
    Destaco que o Emerson é sempre lembrado como piloto estrategista, que ganhava na quebra dos outros, mas quase ninguém destaca que ele era velocissimo em seu inicio de carreira na F1 e, em paralelo, na F2.
    Finalmente, vale recordar que outro grande injustiçado na memoria do esporte é o velocissimo Moco, que so é lembrado por alguns e eventualmente.

    Antonio

  • Apedrejar? Pedradas? O que isso Rodrigo?!
    Só li verdades no teu texto e nos comentários anteriores dos amigos leitores do blog. Parabéns pelas palavras precisas e opinião concisa.

  • Não lembro do Piquet na F1 e muito pouco do Senna (mais pela indignação do meu pai quando ele perdia posições na largada e no dia do seu acidente fatal).

    Ambos foram grandes e brilhantes em muitos momentos da carreira e por isso serão sempre lembrados. Existe um número muito maior de especialistas no assunto, incluindo pilotos, que consideram o Senna o maior de todos os tempos. Nunca vi o Piquet sendo citado nessas pesquisas feitas de tempo em tempo, mas certamente alguém que foi tri mundial deve ficar no mínimo entre os top 15. Aproveito para também considerar injusto não valorizarem corretamente, com coerência, os pilotos que estão em atividade na F1 e tem números impressionantes, como Alonso, Vettel e Hamilton. Só vale quando saírem da categoria?

    Os pilotos também precisam ser grandes fora das pistas. Os fãs querem saber do que são feitos. São leais, corretos, deixam bom legado? Isso pesa muito. A julgar por seus “sucessores” mais próximos, já tenho minha escolha de quem foi o melhor dos dois.

  • Apoiado !!! Nelson Piquet, simplesmente, The Best, sem precisar se fantasiar, ou desfilar por aí, ou ficar na mídia, para ser aclamado, pois , Nelson Piquet, é isso, simples, puro, humilde e fantástico.

  • Além disso tudo o cara viveu como quis. Tava pouco se importando para as convenções e para o conceito geral sobre ele. Tratava as corridas com a prioridade que elas tem. Eu me lembro muito bem da importância que aquele carro branco tinha pra mim aos 4 anos. Quando ja era adolescente tive mais certeza do ídolo por conta dos valores. Não tinha esta história de entrar em outra dimensão nem frases inspiradoras. Só corrida.

  • Assino em baixo!!!!!!! Piquet era o cara!!!!!!! Foi o melhor piloto que vi correr!!!!!!! Gênio, era um fora de série!!!!!!

  • Acompanho Formula 1 desde 1983 e pude ver 2 dos 3 títulos de Piquet ,sem duvida foi um dos mais geniais que eu vi .Quanto a comparação com Senna, nos anos em que se manteve com certeza Piquet deve ter sido tão genial e bom quanto Senna,mas talvez a diferença era que Piquet corria somente por prazer . Mas sempre respeitei muito o talento do Piquet .