Vídeos históricos – Indy 500 (1977)
RIO DE JANEIRO – Há exatos quarenta anos, as 500 Milhas de Indianápolis conheceram três feitos históricos para a época, na 61ª corrida de sua existência.
O primeiro aconteceu nos treinos: o pole position Tom Sneva tornou-se o primeiro a quebrar a barreira das 200 milhas por hora numa volta de qualificação – duas vezes, aliás.
O segundo foi reservado para o chamado Bump Day, onde uma mulher se classificou pela primeira vez para a clássica prova: Janet Guthrie, hoje ainda viva aos 79 anos de idade, não só conseguiu um lugar no grid como também seria a primeira a chegar ao top 10 – isso aconteceria em 1978. Um jovem chamado Rick Mears, então com 25 anos, não se classificou.
E o terceiro, talvez o maior feito daquela Indy 500, ficou para o dia da corrida.
Aos 42 anos de idade na época, Anthony Joseph Foyt, o popularíssimo A.J. Foyt, mundialmente conhecido pelas vitórias nas 24 Horas de Le Mans e Daytona 500, já com três conquistas no Indianápolis Motor Speedway em seu vasto currículo, tornou-se o primeiro piloto de sempre a beber o tradicional leite ao lado do Troféu Borg-Warner por quatro vezes, feito que seria depois igualado por seu contemporâneo Al Unser e… por Rick Mears!
Foyt foi o único da história a ganhar em Indy com os carros dotados também de motor dianteiro, já que conquistou a prova em 1961, 1964 e 1967, quando já tinha deixado os velhos Roadsters para trás. O bólido de 1977 era o mesmo Coyote com frente “limpa-trilhos” com que conquistara a pole position para as 500 Milhas de 1975.
Em homenagem aos 40 anos da conquista histórica, o blog traz o vídeo disponibilizado pela própria IndyCar com os melhores momentos daquela corrida. Quem participa da transmissão da ABC como um dos comentaristas é o tricampeão de Fórmula 1 Jackie Stewart, ao lado do narrador Jim McKay. Reportagens de Chris Economaki (um dos maiores jornalistas de automobilismo dos EUA, falecido em 2012) e Bill Fleming.
E notem que perto da velocidade que os carros de 2017 alcançam, os de 40 anos atrás parecem tartarugas.
Mas, cá pra nós?
Eram carros bem mais bonitos – aliás, a quantidade de chassis e conjuntos mecânicos impressionava. Havia Coyote, McLaren, Parnelli, Wildcat, Watson, Eagle, Lightning, Rascar, King, Vollstedt e Dragon, equipados com propulsores Offenhauser, Cosworth, DGS, AMC e até Foyt (possivelmente, Ford).
E como o ronco dos motores era um tesão!
Indy 500, a despeito da pouca divulgação no Brasil, sempre foi uma prova imensa.
E do que guardo mais saudades era justamente a quantidade de chassis e conjuntos mecânicos, que chegamos a ter, em alguma medida, no final da década de 1980 e na primeira metade da década de 1990.
Que venha a 101ª.
Vendo esse VT pensei: O Bourdais não teria a mínima chance de sobreviver se a panca fosse nessa época… Mas impressiona como os carros eram mais belos, o ronco do motor tinha ronco de motor, enfim, são os prós e contras da modernidade…
Esta prova também contou com a participação de Clay Regazzoni, que conseguiu classificar um McLaren, mesmo depois de ter um acidente espetacular nos treino.
A velocidade era menor, mas mesmo assim atingia respeitáveis 320 km/h. Isso tudo com carros extremamente frágeis. Com um carro desses Mesmo em uma velocidade menor, Bourdais não teria chances. Vide Gordon Smiley, que teve um acidente praticamente igual e o seu carros se desintegrou completamente.
Aqui um video com detalhes do acidente https://www.youtube.com/watch?v=8LKtgEUTYqY
– Um show de jornalismo, um show de corrida. Você não sabe pra onde olhar por tantos detalhes. As camisas em xadrezinho da equipe do A.J. Foyt, então? E a matéria de Jackie Stewart (44:44) começando no “Gasoline Alley” é sensacional!
E o Chris Economaki explicando os “drivers’ safety equipment” e os preços. Ha, ha! Detalhe do capacete e da viseira de como eram frágeis. Preço? 88 Jimmy Carteres!
Formigueiro de gente por tudo que é buraco, as arquibancadas lotadas ao lado dos boxes e aquele povo todinho um em cima do outro na parte interna onde hoje está o misto. O caboco sentia cheiro de gasolina no circuito e pela TV.
E sobre a participação do Clay Regazzoni, citado pelo xará aí em cima, nada melhor que o próprio trabalho do Rodrigo Enciclopédia Mattar direto do túnel do tempo:
http://rodrigomattar.grandepremio.uol.com.br/2015/05/direto-do-tunel-do-tempo-261/#comments
Tá chegando o fim de semana! Yeah!
O chroma key usado na cabine de transmissão é simplesmente sensacional.
É inigualável essa atmosfera da Indy 500…o clima de festa…o público…e como eles conseguem manter vivo este espírito para mais uma edição. Imperdível!!
Um fato que eu me lembrei sobre essa corrida foi o seguinte:
Devido a classificação da Janet Guthrie, muita gente ficou com uma certa duvida de como seria o comando de ligar os motores. Porque, até então, o comando era simplesmente “Gentlemen, start your engines!” (“Senhores, liguem seus motores!”).
Tony Hulman resolveu esse “problema” dando o comando com a seguinte frase:
“In company with the first lady ever to qualify at Indianapolis, gentlemen, start your engines.” – (Na companhia da primeira dama a se classificar em Indianapolis, senhores, liguem seus motores).
Desde então o comando passou a ser dado incluindo as mulheres que participam da prova.
A primeira mulher que vi correr foi a Lyn St. James em 1992. Naquela Indy 500, a Mari Hulman George deu o comando com “Lady and Gentlemen, start your engines!”