IMSA: ninguém para Jordan e Ricky Taylor

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Torpedo? Míssil de longo alcance? Bazuca? Nada é capaz de parar Jordan e Ricky Taylor…

RIO DE JANEIRO – Podem entregar a taça: os irmãos Jordan e Ricky Taylor estão mais do que encaminhados para conquistar o título de 2017 do IMSA Weather Tech SportsCar Championship. Hoje, no Chevrolet SportsCar Classic, 5ª etapa da temporada, os “Irmãos Metralha” foram soberbos. Últimos entre os pilotos das duas classes de protótipos no grid de largada, sentaram o pé o tempo todo, com ultrapassagens super agressivas, negociando no tráfego numa pista de rua e difícil de forma absurda e sendo rápidos e com um ritmo essencialmente infernal quando necessário.

O resultado não podia ser outro: quinta vitória consecutiva do Cadillac DPi-V.R #10 da Wayne Taylor Racing e com isso a dupla chega a 177 pontos – trinta à frente de João Barbosa/Christian Fittipaldi, que pelo menos por largar na pole position hoje tinham uma nesga de esperança em reverter o quadro que já era bastante desfavorável com a invencibilidade de seus antagonistas.

Fittipaldi comandou na primeira parte da corrida e liderou bem, sem ser muito incomodado. Até que com menos de meia hora de prova, desandou a maionese. Primeiro, a Mercedes-AMG dos líderes do campeonato na GTD, pilotada por Ben Keating, saiu reto numa sequência de curvas e deu no muro tão forte, mas tão forte, que o carro ficou em três rodas.

Depois, o australiano Kenny Habul, que era o último colocado da sua categoria, com outra Mercedes-AMG, cometeu um erro crasso na freada de uma longa reta e bateu em cheio no Riley MK30 de Renger Van der Zande/Marc Goossens e depois numa pilha de pneus.

Isto provocou o único FCY da corrida e as equipes aproveitaram esta situação para proceder as trocas de pneus, pilotos e reabastecimento. A maionese de Christian e João Barbosa virou patê quando a equipe se embananou na parada e o #31 de Dane Cameron/Eric Curran voltou na frente. Pior: os irmãos Taylor conseguiram a aproximação do bloco dianteiro com a bandeira amarela. E como diz meu querido Edgard Mello Filho, Jordan Taylor sentou a marimba no seu Cadillac.

Dane Cameron, que passou à liderança, não conseguiu abrir vantagem suficiente para poder fazer seu último pit – apenas para abastecimento – com conforto e segurança para continuar em primeiro e assim ganhar. O #10 parou antes, roubou o 2º lugar do Mazda DPi de Joel Miller/Tom Long, que fizeram excelente corrida – e depois com a parada do #31, pegou a ponta e não largou mais. Com direito inclusive à volta mais rápida, que confere um ponto extra no campeonato.

João Barbosa não tinha um carro 100% dessa vez e tomou um calor tremendo do Oreca Gibson LMP2 da JDC-Miller, que chegou a andar em segundo no início. Só que Stephen Simpson deu a famosa “empolgada”, subindo em demasia numa zebra e perdendo o controle do carro. A sorte é que a manobra de evasão de Tristan Nunez foi sensacional e nenhum dos dois carros sofreu maiores danos.

E assim foi: nem baioneta, nem AK-47 e nem míssil com alcance telescópico puderam parar os brothers Taylor, que se mantém invictos no campeonato e tranquilos antes de viajarem para a França, dormindo aquele soninho básico para chegarem inteiros e descansados a fim de participar neste domingo do Journée Test das 24 Horas de Le Mans.

Na Prototype Challenge, também não houve graça nenhuma. Patricio “Pato” O’Ward e James French chegaram ao quarto triunfo consecutivo em 2017 para a Performance Tech Racing. A performance da dupla foi tão sólida que eles chegaram com uma volta inteira de vantagem sobre o 2º colocado e duas para o terceiro.

A boa notícia foi que Bruno Junqueira subiu ao pódio em seu retorno às pistas. Depois de um primeiro turno fraco do companheiro de equipe Tomy Drissi, o brasileiro andou bem para terminar em 2º com o carro #26 da BAR1 Motorsports. Don Yount irritou muito com sua lentidão no início, mas acabou comboiando os dois primeiros em dupla com Ryan Lewis.

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Katherine Legge e Andy Lally deram à Michael Shank Racing a primeira vitória do novo projeto Acura NSX-GT3, numa corrida perfeita da dupla – que é um casal fora das pistas

A corrida da GTD foi animadíssima, repleta de alternativas e com novos vencedores: Katherine Legge e Andy Lally, que fora das pistas têm um convívio mais, digamos, íntimo, foram muito competentes e deram à equipe Michael Shank Racing a primeira vitória na temporada de estreia do novo projeto Acura NSX-GT3. O carro #93 teve uma performance muito competitiva ao longo do fim de semana e a dupla foi premiada com o triunfo que os deixa em 6º lugar no campeonato com 112 pontos.

Christina Nielsen/Alessandro Balzan, com a Ferrari 488 GT3 da Scuderia Corsa, seguem de olho no bicampeonato: com mais um pódio, eles chegaram a 141 pontos, diminuindo para nove a vantagem de Bleekemolen/Keating. E após largar de último no grid, Oswaldo Negri e seu parceiro Jeff Segal tinham o terceiro lugar do pódio quase garantido a poucas voltas e minutos da quadriculada, quando Madison Snow, no Lamborghini #48 da Paul Miller Racing, tirou de forma sutil o carro rival do caminho.

A dupla do #86 acabou em 5º na classe, mesma posição que ocupam no campeonato com 116 pontos, a seis do quarto colocado, que é o canadense Daniel Morad.

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O dia de trabalho hoje foi perfeito: poder compartilhar de uma cabine com um monstro sagrado como Edgard Mello Filho, ídolo e referência de narração e conhecimento automobilístico, foi um momento que me emocionou. Um sonho que se realizou neste sábado, 3 de junho de 2017

Agora, quem acompanhou a transmissão hoje no Fox Sports 2 deve ter percebido a empolgação do escriba. Não é pra menos: afinal de contas, realizei um sonho de muito tempo. São 39 anos de paixão pelo esporte a motor – quase 20 como jornalista. Uma vida…

Dividi uma cabine de transmissão com um de meus mestres, com um dos caras mais sensacionais que conheci neste meio que, infelizmente, também tem gente sem nenhum caráter.

O cara é uma aula, um monstro. Sabe tudo e mais um pouco de carros e de corridas. O canal acertou na mosca quando trouxe o Edgard Mello Filho para trabalhar conosco. O Fox Sports já tem – minha opinião – a melhor equipe que transmite automobilismo no país. E quando traz um dos maiores de todos os que estão em atividade, como diz meu amigo João Guilherme, para tudo!

Bênção, Edgard. A você e a Giu Ferreira (in memoriam), dois dos meus mestres nesse negócio de transmissão em televisão, meu carinho e admiração eternos.

Comentários

  • Putz Rodrigo,

    Não assisti a corrida (devo ter perdido um momento excepcional, você e o Edgar transmitindo juntos).
    Mas fiquei super feliz agora ao ver você com a camiseta do Gilles !!!!!!!

    Abraços a voces 2

    Antonio

  • – É isso aí. Sorriso do pé da orelha até a outra e não é pra menos.
    Bola dentro do FOX Sports, mas especificamente, ali onde a “coruja dorme”.
    Boa semana.

  • Na classe Prototipos, nao vejo adversarios para os irmaos Taylors, principalmente o Jordan que “da coro no portugues João Batista desde sempre”, e o portugues ja fica tremendo quando o vê pelo retrovisor desde o passadão em Daytona. Abraços à dupla que transmitiu a prova do sabado e fala pro Edgard torcer menos pro Chase Elliot na Monsters Energy Cup, pois o Erik Jones é muito mais piloto que ele, alem do Blaney e do Larson….rsrsrsrsr

  • Parabéns Rodrigo e Edgar pela excelente transmissão da corrida! Espero ver mais corridas com essa dupla de comentaristas!
    Conheci e aprendi a gostar da Nascar e da DTM com o Edgar Mello Filho, nas transmissões pela Rede Manchete! Além do conhecimento técnico o ótimo humor dele cativa nas transmissões!