6h do México: 26 carros garantidos na 5ª etapa do Mundial de Endurance

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RIO DE JANEIRO – O Mundial de Endurance (FIA WEC) faz uma pausa e volta apenas no início de setembro, para a disputa das 6h do México, quinta etapa da tempoada 2017. Mas a pré-lista de inscritos já começa a circular – com as baixas já esperadas para o primeiro evento do campeonato fora do território europeu neste ano.

Serão apenas 26 carros na pista do Autódromo Hermanos Rodriguez, que recebe a categoria pela segunda vez em sequência. A ByKolles Racing decidiu por não se inscrever mais para as provas restantes do FIA WEC com o objetivo de desenvolver uma nova versão do seu protótipo ENSO CLM P1/01 e porque a equipe terá concorrência entre os protótipos não-híbridos da categoria principal: a Ginetta tem seu projeto em estado bastante adiantado e a SMP Racing avança na construção de seu LMP1 em parceria com a Dallara. Resta saber quantos clientes a Ginetta terá no próximo ano, o que pode significar uma sobrevida – ou não – da principal categoria do Mundial, considerando que a Porsche decida permanecer na categoria (uma hipótese hoje remota, segundo publicações da Alemanha).

Também na LMP2 o plantel será reduzido a nove unidades: a Tockwith Motorsports, que não fez uma inscrição “full season” para esta temporada, não vai ao México e tampouco participará das etapas seguintes em Austin, no Texas e em Fuji, no Japão. A equipe britânica regressa para os evento finais em Xangai e no Bahrein. E também a Signatech-Alpine Matmut reduz seu plantel a um carro, deixando de alinhar o #35 que conquistou o 3º lugar na categoria nas 24 Horas de Le Mans.

Mas há uma boa notícia. André Negrão vai competir no lugar de Matthew Rao na disputa das 6h do México. A equipe liderada por Philippe Sinault não ficou satisfeita com o desempenho do britânico nas quatro etapas iniciais da temporada e optou pela troca. Não se sabe se o time francês tem planos de colocar o seu segundo Alpine A470 na pista, já que a ideia inicial era que o carro estivesse presente apenas em Spa e Le Mans, apesar da inscrição do #35 ser “full season”. Sinault tem em mente voltar com esse carro ausente no México “em breve”. Talvez esteja buscando apoio financeiro para materializar seus planos.

Com isso, o total de brasileiros segue o mesmo em relação à corrida de Nürburgring, com o retorno confirmado de Nelsinho Piquet ao #13 da Vaillante Rebellion junto a Mathias Beche e David Heinemeier-Hänsson, além de mais uma participação de Daniel Serra com a Aston Martin Racing. Vencedor da prova ano passado na classe LMP2, Bruno Senna completa o plantel verde e amarelo na terra dos tacos, nachos e tequilas.

O fim da temporada da Fórmula E significa também que os pilotos do WEC ausentes da etapa anterior regressam aos seus postos. Além de Nelsinho, voltam Nicolas Prost ao #31 da Vaillante Rebellion, Jean-Éric Vergne ao #24 da Manor, Alex Lynn ao #26 da G-Drive e Sam Bird à Ferrari #71 da AF Corse na LMGTE-PRO.

A temporada chega praticamente à sua primeira metade na localidade com a maior diferença de altitude em relação ao nível do mar (2.250 metros), o que será um empecilho a mais para as equipes que lidam com carros de motor aspirado, uma vez que o ar rarefeito costuma roubar potência dos bólidos. Se bem que a Aston Martin conseguiu uma surpreendente vitória ano passado na LMGTE-PRO, graças à dupla Richie Stanaway/Darren Turner, um resultado que quase deu aos britânicos o título de construtores entre os concorrentes da classe Grã-Turismo na luta contra Ford e Ferrari com seus novos projetos de motor turbo. Os LMP2 foram muito prejudicados pela perda de performance, mas com 150 HP a mais em relação a 2016, os tempos devem ser mais competitivos desta vez.

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A Porsche conquistou duas vitórias seguidas, ampliando a vantagem da marca sobre a Toyota no Mundial de Construtores e também do trio Hartley/Bamber/Bernhard sobre Buemi/Davidson/Nakajima entre os pilotos

Com os resultados das 6h de Nürburgring, a Porsche lidera o Mundial de Construtores nos protótipos com 154 pontos, contra 114,5 de sua única rival – a Toyota – e a trinca Earl Bamber/Brendon Hartley/Timo Bernhard, vencedora das duas últimas etapas, abriu 30 de vantagem (108 a 78) para cima de Sébastien Buemi/Anthony Davidson/Kazuki Nakajima. A surpresa é o 3º lugar de Ho-Pin Tung/Oliver Jarvis/Thomas Laurent, que têm 60 pontos e estão à frente de trincas da LMP1.

Bruno Senna vai para a etapa do México em sétimo lugar na classificação do Mundial de Pilotos entre os protótipos, com 30 pontos – mesmo total do colega de cockpit Julien Canal. André Negrão é o 8º colocado com 24,5 pontos. Pipo Derani é o 26º com quatro – tendo substituído Nelsinho Piquet (29º colocado com apenas 1,5 ponto somado) na etapa anterior.

Na classificação do FIA Endurance Trophy da LMP2, a trinca Tung/Jarvis/Laurent disparou três vitórias em quatro corridas, chegando a 116 pontos – quarenta e seis à frente de Senna e Canal. Gustavo Menezes e o agora afastado Matt Rao têm 57 e ocupam o 3º lugar. André Negrão vem em nono, com 38 pontos. Nelsinho Piquet é o 18º com 14 pontos e Pipo Derani é o décimo-nono com 12.

Entre os Grã-Turismo, briga a tapa pela liderança da classificação de Construtores: Ferrari e Ford estão empatadas com 135 pontos, seguidas pela Aston Martin com 113 e Porsche com 106. Na tabela dos pilotos, o 5º lugar na última etapa manteve Harry Tincknell e Andy Priaulx na ponta da tabela, somando 84 pontos contra 74 de Pipo Derani – que mesmo sem correr na Alemanha ainda é o vice-líder – e 73 da dupla Richard Lietz/Fred Makowiecki. Daniel Serra e seus parceiros Darren Turner e Jonathan Adam estão agora em 4º lugar, com 69.

E temos um empate na liderança do FIA Endurance Trophy da LMGTE-AM: com uma vitória cada, Christian Ried/Marvin Dienst/Matteo Cairoli estão empatados em 88 pontos com Keita Sawa/Matt Griffin/Mok Weng Sun. Com oito pole positions seguidas nas últimas oito provas do WEC, a trinca Paul Dalla Lana/Mathias Lauda/Pedro Lamy segue os rivais de perto, a dois da liderança.

Comentários

  • Não entendi,se o Matthew rao era o piloto prata Ou bronze, o André Negrão é ouro ,na lmp2 cada carro tem que haver pelo menos um piloto prata ou bronze,e o outro piloto desse carro é o Nicolas lapierre como vão fazer tem que colocar pelo menos um piloto amador nesse carro,e eu também queria fazer outra pergunta Mattar:o a.c.o fai fazer um B.o.p contra o #38 da Jackie chan dc racing eles já estão com uma vantagem de mais de 30 pontos pelo que lembro e venceram 3 das 4 provas no ano algo vai ser feito com esse carro ?

  • Prezado Rodrigo, tudo bem ?
    A provável saída da Porsche poderia ser “parcial”, mantendo sua participação apenas nas 24 Horas de Le Mans ? Há algum indício neste sentido ? Tal ausência no campeonato seria benéfica para a Toyota ou também estimularia um fim-de-linha para o construtor japonês, receoso de disputar (e perder) para fábricas muito menores, como Ginetta e SMP/Dallara ? E por fim, no caso deste cenário extremo para a categoria LMP1, poderíamos finalmente ter a tão desejada (por parte dos torcedores) presença dos DPI para “engrossar” grid ao menos na etapa de Sarthe ?
    Obrigado e um abraço !

    • Se saírem, será definitivo. Mas a Toyota tem elogiado bastante o novo regulamento para 2020. Algum motivo há nisso. Quem sabe convencer a rival a permanecer.

      E sobre os DPi, cara, vou dizer pela enésima vez: os carros não são do regulamento LMP1. Eles são construídos sobre plataformas de LMP2, para que eles tenham potências semelhantes. E o próprio ACO já disse não ter interesse nenhum – ao menos por enquanto – em contar com os protótipos IMSA em Le Mans.

      • Ok, entendo Rodrigo quanto ao posicionamento do ACO em relação aos IMSA, li sobre isso aqui mesmo, mas perguntei pela possibilidade de haver uma abertura no próprio regulamento, e como forma de engrossar o grid ao lado dos LMP2 mesmo, e não dos LMP1, tornando assim, quem sabe, a classe como principal em termos de qualidade, não só de quantidade (pra mim, a Bykolles nem conta, e deveremos aguardar para ver como se sairão os Ginetta e SMP-Dallara). De todo modo, espero apenas que Le Mans não fique desfalcado, e que o próprio WEC mantenha-se viável de alguma forma, ainda que com apenas uma equipe de fábrica grande lá na ponta. Quem gosta de endurance (como eu) continuará acompanhando sempre !
        Obrigado e um abraço !