F5A no pódio
RIO DE JANEIRO – Com orgulho indisfarçável, mestre Ricardo Divila mandou a foto que aqui reproduzo. No quintal de casa do engenheiro brasileiro, que mora na França e próximo ao circuito de Magny-Cours, foi disputado no último fim de semana o 3º evento do Masters Historic Formula One Championship da FIA.
Com 22 carros inscritos, o Copersucar-Fittipaldi F5A que Divila e os italianos do Studio Fly retrabalharam após o fracasso do projeto de David Baldwin no ano de 1977, largou em 5º lugar no grid com o piloto Max Smith-Hilliard. Na primeira prova, o carro da equipe brasileira foi P5 na geral e P2 na categoria. Smith-Hilliard foi ao pódio na geral na prova #2 com um 3º lugar e venceu em sua subdivisão, para carros construídos até 1980. Todas as disputas foram em piso molhado, como denuncia a foto.
E sabem qual é o nome da divisão destes bólidos, onde ainda competem dois Shadow DN8, dois Hesketh, um March 761 e um ATS HS01?
Fittipaldi. Pois é…
Em tempo: Divila avisou que mesmo sendo um semicarro-asa, o F5A não corre mais de minissaia no campeonato de Históricos da FIA. “Tem fundo chato agora”, avisou o nosso gênio da engenharia.
É uma pena que a mídia e as universidades não se dêem conta do valor e da importância de Ricardo Divila.
É um genial engenheiro, que começou em carros mecânicos, motores a combustão, sem aerodinâmica. Viveu uma longa carreira e esteve recentemente envolvido em projetos como o Nismo, carro de vários motores e 2000 cavalos de potência. É o cara do futuro, aos 70 anos.
Também é um filósofo e uma analista genial do automobilismo. Fala das regras e como viver com elas, fala do modelo de negócios e fala da competição.
Ricardo é um ponto fora da curva e tem razão para celebrar o F5A, um carro que, embora vira – latas como nós, andou e fez bonito na F1.
Uma pequeníssima ilustração: o carro de Wilson Fittipaldi, em 1971, todo modificado pelo divila: http://www.gettyimages.com/detail/news-photo/wilson-fittipaldi-of-brazil-drives-the-team-bardahl-brabham-news-photo/154818227#wilson-fittipaldi-of-brazil-drives-the-team-bardahl-brabham-bt38-ford-picture-id154818227.
Ricardo Divila tem histórias para os fans e devia receber mais atenção da mídia.
E tem um conhecimento de engenharia que devia ser estudado nas escolas.
Valeu, Matar! Justa homenagem ao Ricardo Divila.
Perfeito o seu comentário, Walter.
Só um adendo, esse carro na verdade é o BT38 da temporada de 72 e recentemente foi pilotado pelo Wilsinho em Interlagos, após primorosamente restaurado pelo Paulo Loco, tem até programa da tv fechada que mostrou o reencontro emocionante.
O Tigrão foi às lágrimas com a surpresa de reencontrar a barata toda zerada, num dos últimos trabalhos do já saudoso mestre Darci Medeiros.
Abraço.
Zé Maria
Um dos mais belos carros da história da F1. Está no meu top 10. Lindo demais. Aliás, como os carros eram bonitos…Como diz o mito Edgard “deixa quieto”.
E não é transmitido no Brasil??? Nem mesmo flashes; compactos; reportagens?! O Rodrigo, conversa com os manda-chuvas da Fox hehehe Quem é fã de automobilismo como eu não perderia por nada!!
Rodrigo, tenho trocado informações e, de certa forma colaborado com o Massimo Polini, que comprou um chassis F8/3C e está tentando restaurar. Divila também tem ajudado, junto com Allen Brawn.