Confirmado: WEC terá campeonato bianual

60th Anniversary Mobil 1 Twelve Hours of Sebring
Pista sede da primeira prova do Mundial de Endurance em sua nova fase, Sebring volta a figurar no novo calendário bianual do WEC com sua prova tradicional de 12h de duração

RIO DE JANEIRO – O FIA World Endurance Championship dá uma enorme guinada no próximo ano. Não só a competição terá menos datas como também menos circuitos. Vai entrar em ação já em 2018 o plano que se pretendia de um campeonato bianual, com quatro datas em 2018 e as restantes quatro corridas no ano seguinte, incluindo uma etapa em janeiro e a volta das 12 Horas de Sebring como evento do Mundial. A pista da Flórida sediou a corrida inaugural da atual fase do WEC há cinco anos.

Curiosidade: o evento será em conjunto com o IMSA Weather Tech SportsCar Championship, mas haverá DUAS provas. A da IMSA acontece de 10h da manhã às 10h da noite e a do WEC, de forma inédita, vai começar à meia-noite do sábado e se encerrar meio-dia de domingo.

É uma das muitas tentativas de reacender o interesse num campeonato que perdeu, num espaço inferior a dois anos, três montadoras: Nissan, Audi e agora a Porsche foram embora. Restará a Toyota, que provavelmente será seduzida a ficar na competição, embora os japoneses tenham imposto como prazo o mês de outubro para se manifestarem acerca de uma possível permanência no Mundial de Endurance.

Caso o calendário não se tornasse ainda bianual, a marca japonesa optaria por um calendário reduzido de provas – Spa-Francorchamps, 24 Horas de Le Mans e Fuji. Mas nada impede que a Toyota siga essa possibilidade e deixe em aberto seu envolvimento para as demais corridas do ano seguinte.

Como era previsto, Silverstone está fora neste novo calendário do WEC, no qual também não consta a pista alemã de Nürburgring. A Cidade do México também não volta no próximo campeonato, bem como o Circuito das Américas (COTA) em Austin, capital do Texas. Os EUA são um mercado interessante demais para o ACO e a FIA desprezarem e a volta de Sebring pode também representar um caminho a ser seguido pelo Mundial de Endurance no futuro, no que diz respeito à configuração das categorias.

O Bahrein, em um primeiro momento, também é carta fora do baralho, mas nada impede que o país do Oriente Médio tenha a 5ª etapa do campeonato em janeiro de 2019.

O campeonato de 2018/2019 começa em maio com a disputa das 6 Horas de Spa-Francorchamps (haverá ainda o Prólogo que volta a Paul Ricard em abril), terminando em junho do ano seguinte do jeito desejado pelo ACO, com a disputa das 24h de Le Mans – aliás, a pista de Sarthe estará duas vezes no calendário do próximo campeonato – o que significa que o comitê de seleção terá que enviar convites não só para uma corrida, como também para as duas próximas. Só no certame de 2019/2020, com o realinhamento definitivo, haverá o início do campeonato em outubro e o encerramento em junho de 2020, novamente com o circuito francês como principal atração da categoria. O número de corridas também será reduzido, caindo para sete.

No próximo dia 21 de setembro, o Conselho Mundial da FIA deve referendar e confirmar o novo calendário do Mundial de Endurance.

Eis as provas da temporada 2018/19:

5/6 de Abril – Prólogo (Paul Ricard)
4/5 de Maio – 6 Horas de Spa-Francorchamps
16/17 de Junho – 24 Horas de Le Mans
13/14 de Outubro – 6 Horas de Fuji
3/4 de Novembro – 6 Horas de Xangai
Fevereiro de 2019 – Circuito a confirmar
15/16 de Março de 2019 – 12 Horas de Sebring
3/4 de Maio de 2019 – 6 Horas de Spa-Francorchamps
15/16 de Junho de 2019 – 24 Horas de Le Mans

Comentários

  • Eu sei que impossivel mais seria tao legal um dia ver as 24 horas de daytona as 12 horas de sebring e as 24 horas de le mans no mesmo calendario

  • Gostar, gostar mesmo, eu não gostei.

    Acho sete etapas pouco, considero o formato atual com nove ideal, mas o importante agora não são meus gostos, e sim salvar o campeonato, portanto é bom ver que estão se mexendo pensando nesse sentido.

    Quanto a essa equalização entre híbridos e não-híbridos, vai ser bem complicada a equação, principalmente se conseguirem atrair mais fabricantes interessados em investir nessa tecnologia: em caso positivo, não me surpreenderia se o regulamento acabasse beneficiando esses carros, mas, em caso contrário, a sardinha pode ser puxada para o outro lado visando atrair de volta os particulares.

    Como sempre, o jeito é esperar e ver no que vai dar.

  • Sempre tive a impressão de que se o ILMC tivesse sido mantido, hoje estaríamos em melhor situação. Mas não tem como negar, a FE cresceu em prejuízo do WEC.

    Poucas etapas, uma proposta bisonha para Sebring – que por si só já parece mais um rally do que qualquer outra coisa -, e uma insistência perigosa e dúbia nos P1s.

  • Excelente aporte sobre o tema, creio ser o correto para o WEC, recomeçar é que soa estranho. Creio que este fim de semana em Sebring seja algo para testar realmente a real capacidade dos DPI’s em relação aos LMP1, para somente depois pensar em unificação de ambas as categorias, qual sua opinião @Rodrigo Mattar?

  • Acho mais que coerente a Toyota permanecer na competição, a exemplo da Audi que permaneceu em 2000, depois de ver uma debandada daquelas de Toyota, Mercedes e BMW no ano anterior (sem mencionar a Porsche em 1998, com a esxtinção da GT1).

  • 13 meses, 8 provas, sendo que só 4 – em duas pistas – na europa. Desculpem o pessimismo, mas é o WEC a caminho da morte, simples assim.

    Fora o custo estratosférico dos P1H o principal problema do WEC sempre foi seu calendário que mesclava duas provas colossais- Spa e Le Mans – duas interessantes em Silverstone e Nurburgring com uma sequencia de provas em circuitos ruins e em países de nenhuma tradição no automobilismo.

    A coisa até deu uma melhorada com a inclusão do Mexico e a pista de Austin, apesar das arquibancadas as moscas, é bacana.

    Ao invés de investir em um local que propiciaria mais corridas, mais publico, mais exposição por um preço muito menor, os gênios da FIA/ACO propõe um calendário mirrado e ainda mais distanciamento. Vai dar em morte.

    Seria muito melhor uma aproximação com a LMS que tem um calendário infinitamente melhor, diga-se.

    Fusão com a LMS e migração definitiva dos P3 para o Le Mans Cup. Adoção dos DPi, sem torna-los mais rápidos que os P2, deixando assim o pelotão nivelado, competitivo e dando a equipes medias a chance real de vencer Le Mans.

    11 corridas – Austin, Monza, Spa, Le Mans, Nurburgring, Zeltwegg, Paul Ricard, Fuji, Mexico e Portimão. Variância no formato das provas entre 4 horas, 1000Km, 500 milhas e 1000km. Uma prova de 12 horas em Spa e Portimão fechando o campeonato na primeira semana de outubro com uma corrida de 10 horas terminando no começo da noite.

    Duvido que não daria mais certo que esse formato proposto – que é um verdadeiro desastre, diga-se.

    • LMS: DPi/P2 (na mesma categoria, sem pódios separados) e GTE pro.

      LMC: P3, GTE am e GT3.

      Para atender a sanha dos fabricantes e dar o devido destaque, adiciona-se mais 2 provas exclusivas para GTEs, algo como duas baterias de duas horas e em lugares como Mugello, Zandvoort, Hockenheim, Brands Hatch…