6h de Fuji: muita chuva no primeiro dia e Porsche na frente nos treinos livres

RIO DE JANEIRO – A previsão se confirmou: muita chuva na sexta-feira lá do outro lado do mundo e os primeiros dois treinos livres para as 6h de Fuji, sétima e antepenúltima etapa do FIA WEC, o Campeonato Mundial de Endurance, prejudicando o trabalho das equipes e dos pilotos. Não obstante o mau tempo, existe um outro problema para todos os envolvidos na competição – a limitação de pneus, mesmo os de chuva.

Cada carro tem direito a apenas cinco sets de pneus biscoito à disposição e por isso pouco se andou ao longo do dia. O asfalto do circuito de Fuji também contribui para o desgaste. Mesmo com a água, ele é abrasivo e o consumo de compostos é grande. Por isso, poucos quilômetros foram percorridos para se preservar a borracha. Eu, particularmente, não concordo com essa limitação de jogos de pneus de chuva. Mas, paciência… eu não faço as regras.

O que tivemos então foi a Porsche liderando a folha de tempos, com Andre Lotterer marcando 1’35″527, numa pista que o alemão conhece muito bem em todas as suas nuances. Earl Bamber fez o segundo tempo no outro carro da marca de Weissach e a Toyota, vencedora da última edição das 6h de Fuji, acabou como a mais rápida no segundo treino, quando as condições pioraram pelo acúmulo d’água e inclusive foi deflagrada pela direção de prova uma bandeira vermelha em virtude de uma batida do piloto russo Vitaly Petrov, a bordo do seu Oreca 07 da CEFC Manor TRS Racing, que voltou aos boxes com sérios danos.

Alex Brundle fez o melhor tempo entre os protótipos da LMP2: o britânico da Jackie Chan DC Racing marcou 1’42″735 no primeiro treino, quase meio segundo abaixo do francês Matthieu Vaxivière, da TDS Racing. Ho-Pin Tung foi o terceiro mais rápido, seguido por Ben Hanley e Gustavo Menezes.

Dos brasileiros, Nelsinho Piquet foi o mais rápido – ficou com a 8ª posição na categoria, com o tempo de 1’44″370, completando apenas cinco voltas. Bruno Senna andou nas duas sessões no outro carro da Vaillante Rebellion e fez 1’44″822. André Negrão, que não conhecia a pista de Fuji, foi escalado pela Signatech-Alpine para voltas de aclimatação. Deu 10 voltas, a melhor delas em 1’45″567. No segundo treino, o campineiro nem tempo marcou, justamente pela questão da economia dos pneus. Piquet, também não.

Na LMGTE-PRO, a Porsche ficou à vontade e fez 1-2 em sua categoria. Michael Christensen foi o mais rápido do dia com 1’47″365 e Richard Lietz ficou em segundo, com 1’47″617. As duas Ferrari 488 GTE vieram a seguir, com Davide Rigon à frente de Alessandro Pier Guidi. Com seu Ford EcoBoost, Stefan Mücke completou os cinco mais velozes – dependendo do ponto de vista, é claro.

E entre os LMGTE-AM, o espanhol Miguel Molina foi muito bem em condições adversas, marcando 1’47″655 com o carro da Spirit of Race, bem melhor que o irlandês Matt Griffin com a outra Ferrari, inscrita pela Clearwater Racing e que o Porsche do italiano Matteo Cairoli.

A previsão é que a chuva persista durante todo o fim de semana. O pessimismo de alguns é tanto que Bruno Senna avisou via assessoria de imprensa que a corrida corre, inclusive, risco de não se realizar. Cabe lembrar que houve uma edição das 6h de Fuji que praticamente não aconteceu, no ano de 2013: foram cumpridas 16 voltas – todas em regime de Safety Car – porque as condições climáticas eram péssimas. Os pontos foram auferidos pela metade e a Toyota ganhou a não-corrida naquela oportunidade.

O cronograma prevê, apesar da intempéries, a realização do terceiro treino livre às 22h30 (hora de Brasília), com o grid sendo definido – se as condições permitirem – às 2h30 com o treino das classes LMGTE-PRO e LMGTE-AM. Após um intervalo de 10 minutos, saem para a pista os protótipos LMP1 e LMP2.