Alternativa: Judd e AIM formam parceria para fornecer motores a times particulares no WEC

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RIO DE JANEIRO – Aos 75 anos, o engenheiro britânico John Judd (lembram-se dele?) ainda permanece na ativa com sua Engine Developments – e segue com a cabeça cheia de ideias e novos projetos. A aposta da vez é uma unidade motriz para equipes não-oficiais na classe LMP1 do FIA World Endurance Championship, o Campeonato Mundial de Endurance.

A parceria não é uma novidade: Judd se junta mais uma vez à japonesa AIM Co. para a construção de um propulsor com arquitetura V10 a 72º, deslocando 5,5 litros de capacidade cúbica a 8.500 RPM, com peso estimado em 140 kg. Você já viu essas características antes em carros de corrida, tenho certeza.

A intenção de se fazer um novo motor de aspiração normal para os times privados da divisão de elite do WEC é justamente buscar a confiabilidade perdida pelas atuais unidades com sistemas híbridos ou dotadas de turbocompressor.

“Acreditamos que a plataforma V10 seja uma escolha óbvia para qualquer equipe não-oficial de LMP1 que queira disputar uma edição das 24 Horas de Le Mans sem enfrentar qualquer tipo de problema”, disse o comunicado da Engine Developments.

Os motores estarão disponíveis a clientes já a partir da próxima temporada bienal que se inicia em maio com a disputa das 6h de Spa-Francorchamps. Os prospectos para 2018 prevêem chassis da britânica Ginetta; o projeto da BR Engineering em parceria com a Dallara – que será oferecido também para possíveis clientes e não será apenas exclusivo da SMP Racing; o retorno da ByKolles e até mesmo a possibilidade da Oreca preparar um chassi a tempo para estrear já no próximo ano. Os franceses (leia-se o engenheiro-chefe da Oreca, David Floury) pedem “clareza” do ACO e da FIA quanto à interpretação do novo regulamento de equivalência tecnológica entre os protótipos híbridos e não-híbridos.

Comentários

  • Já vi essa configuração mesmo, no carro de Henri Pescarolo (o Courage C60), a partir de 2004 e até 2006 (conseguindo um histórico segundo lugar com Loéb na tripulação), embora 0 C60 já corresse desde 2000.

  • Rodrigo, não só um especialista mas, por exemplo, não poderiam utilizar na LPM1 algum tipo de motor como o do Toyota Prius, e combustível flex (álcool/gasolina) ?

    Isto já não seria suficiente para as características “eco-modernidade “ sem perder público, patrocinadores e até trazendo uma redução de custo?

  • Rodrigo, a única possibilidade de termos motores híbridos no ano que vem é com a Toyota. Qual seria o desafio para eles, já que praticamente correrão sozinhos? Acredito que as equipes de motores não híbridos ainda terão um ou dois anos de aprendizado ainda…

  • Não quero bancar o retrógrado ou saudosista, mas acredito que uma categoria como o WEC não deva encarecer seus custos. Portanto, quanto menos usar tecnologia híbrida, melhor.
    O Emerson citou uso de motores flex, talvez a categoria poderia abrir o uso de outros combustíveis individualmente para cada motor: somente a álcool, somente a diesel ou só a gasolina como é hoje.
    Quanto ao uso de turbinas ou compressores, acho que poderiam ser incentivados para uma maior possibilidade de configurações não híbridas.
    Categorias como a Fórmula E, que foi concebida como 100% elétrica, eu entendo que seja o melhor caminho para utilizar a tecnologias diferentes em corridas,