Silly Season – IMSA 2018, classe GTD

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RIO DE JANEIRO – Faltam menos de 40 dias para a temporada 2018 do IMSA Weather Tech SportsCar Championship começar em caráter oficioso com o ROAR Before The Rolex 24 e menos de dois meses para se iniciar para valer o campeonato. E a movimentação das equipes começa a crescer com vistas ao quinto ano após a fusão entre a American Le Mans Series e a Rolex SportsCar Series.

Na classe GTD (GT Daytona) o panorama ainda é tímido. No teste de inverno que teremos na próxima semana, apenas três carros foram confirmados, mas pelo menos para Daytona a previsão é muito otimista. Scott Atherton, COO da IMSA, pelo visto vai conseguir atingir o objetivo de preencher o grid com um plantel bem próximo dos 60 carros que ele almeja.

Vamos ao desenho do que poderemos ter de equipes participantes no ano que vem – e cabe lembrar que os programas das equipes 3GT Racing e Michael Shank deixam de ser oficiais de fábrica por determinação da organização do certame.

SCUDERIA CORSA (1 carro)
Ferrari 488 GT3

Primeira equipe confirmada para 2018, a Scuderia Corsa traz como novidade a chegada de Cooper MacNeil e do “paitrocínio” da Weather Tech, o que deve inclusive mudar o layout da Ferrari do time bicampeão da divisão. Isso significou também que Christina Nielsen está fora dos planos e Alessandro Balzan segue a bordo. Para Daytona, Jeff Segal, antigo companheiro de Ozz Negri na Michael Shank Racing, está escolhido para compor a tripulação.

RILEY MOTORSPORTS-AMG (1 carro)
Mercedes-AMG GT3

Ben Keating e Jeroen Bleekemolen devem seguir juntos na próxima temporada, repetindo a parceria que perdura desde o tempo do Dodge Viper. Pelo segundo ano, o holandês e o texano vão dividir uma Mercedes-AMG GT3. A operação será reduzida a um carro em virtude do fim da parceria com a Weather Tech.

MICHAEL SHANK RACING (1 ou 2 carros)
Acura NSX-GT3

Com o fim das operações oficiais da Acura na GTD, a Michael Shank Racing terá que se socorrer de pilotos pagantes para compor a tripulação, que obrigatoriamente tem que ser Pro-Am. O brasileiro Ozz Negri, após 14 anos de bons serviços prestados à escuderia, não retorna em 2018. Spencer Pumpelly, cuja graduação trocou de ouro para prata, já está praticamente acertado com o time de Ohio, regressando à categoria para uma temporada completa. O restante dos pilotos deve ser anunciado no Performance Racing Industry (PRI), na próxima semana, em Indianápolis.

PAUL MILLER RACING (1 carro)
Lamborghini Huracán

Sem o retorno 100% confirmado para a próxima temporada, a previsão é que não haja muitas mudanças na Paul Miller Racing e em seu programa para 2018. A equipe deve seguir com o mesmo pacote, alinhando o modelo Huracán da Lamborghini para Madison Snow e Bryan Sellers.

WAYNE TAYLOR RACING/PRESTIGE PERFORMANCE (1 ou 2 carros)
Lamborghini Huracán

Uma das boas novidades para a classe GTD pode ser a participação do time de Wayne Taylor em parceria com a Prestige Performance, equipe das mais competitivas do Super Trofeo Blancpain dos EUA. A dúvida está no nome que a escuderia vai assumir em 2018. Pilotos ainda não foram cogitados, mas nomes como os de Riccardo Agostini, Trent Hindman e Katherine Legge, por exemplo, não podem ser descartados.

3GT RACING (2 carros)
Lexus RC-F GT3

A equipe de Paul Gentilozzi deve regressar em 2018 à série IMSA Weather Tech SportsCar Championship. Entretanto, com o fim da operação oficial, terão que se socorrer de um programa cliente de pilotos. Assim, três dos quatro nomes que guiaram para o time na temporada deste ano estarão no mercado.

PARK PLACE MOTORSPORTS (1 carro)
Porsche 911 GT3-R ou Mercedes-AMG GT3

O time de Patrick Lindsey prevê mudanças para 2018. Com a saída do alemão Jörg Bergmeister, a escuderia texana pode também trocar o Porsche 911 GT3-R por uma Mercedes-AMG GT3, provavelmente o antigo carro #50 guiado neste ano por Cooper MacNeil e Gunnar Jeannette. A dinamarquesa Christina Nielsen, bicampeã da GTD, tem negociações em curso com a equipe e deve ser anunciada como a principal piloto.

MAGNUS RACING (1 carro)
Audi R8 LMS

Após uma temporada no Pirelli World Challenge, a Magnus Racing planeja o retorno à IMSA na classe GTD com um de seus Audi R8 LMS. O patrão John Potter estará a bordo e o fiel escudeiro Andy Lally, que colaborou no programa Acura da Michael Shank Racing, regressa para 2018.

LAND MOTORSPORT (1 carro – 2 em Daytona/Sebring?)
Audi R8 LMS

Tradicional equipe no ADAC GT Championship e no VLN (competições de Grã-Turismo e Endurance disputadas em território alemão), a Land Motorsport se prepara para disputar a temporada completa da classe GTD após uma participação bastante positiva em provas pontuais da IMSA em 2017, com destaque absoluto à vitória na Petit Le Mans, na prova de estreia da equipe na pista da Geórgia. Com a saída de Connor De Philippi rumo ao programa BMW na divisão GTLM, os irmãos sul-africanos Sheldon e Kevin Van der Linde devem ser os pilotos full season e Christopher Mies pode aparecer nas 24h de Daytona. Não está descartada a hipótese de um segundo Audi em Daytona e também em Sebring.

SUN ENERGY1 RACING (1 carro)
Mercedes-AMG GT3

Tudo indica que a Sun Energy1 Racing retorna para um programa full season em 2018, praticamente com os mesmos pilotos deste ano – Tristan Vautier e Kenny Habul – bem como a Mercedes-AMG GT3 utilizada em 2017. O sul-africano Dion Von Moltke pode fechar para mais participações efetivas em provas de longa duração como 24h de Daytona, 12h de Sebring e Petit Le Mans.

ALEGRA MOTORSPORTS (1 carro)
Porsche 911 GT3-R

Com a possível debandada da Park Place para a Mercedes-AMG, a equipe Alegra Motorsports (campeã da última edição das 24h de Daytona na classe GTD) pode começar 2018 como a única equipe Porsche a tempo inteiro na IMSA em sua divisão. Nesta semana, testarão o kit “Evo” do carro da casa de Weissach em Daytona, com Jörg Bergmeister e Michael De Quesada. Caso confirmem presença, Bergmeister deve ser um dos titulares.

TURNER MOTORSPORT (1 carro)
BMW M6 GT3

Única equipe BMW na divisão GTD, a Turner Motorsport ainda não fechou sua participação em 2018, mas deve alinhar pelo menos uma M6 GT3 durante todo o campeonato. A exemplo de muitas outras escuderias, dependerá de pilotos pagantes para manter o esquema e seguir em frente na categoria.

P1 MOTORSPORTS (1 carro – NAEC)
Mercedes-AMG GT3

Baseada na Flórida, esta escuderia que se dividiu em 2017 entre o IMSA Prototype Challenge powered by Mazda e o Lamborghini Super Trofeo, tem planos concretos de alinhar um Mercedes-AMG GT3 nas provas do Tequila Patrón North American Endurance Cup (NAEC).

GMG RACING (1 carro – NAEC)
Porsche 911 GT3-R

O Global Motorsports Group (GMG), que teve uma campanha muito bem-sucedida no Pirelli World Challenge, pretende disputar as quatro provas do NAEC com um de seus Porsche 911 GT3-R. Caso o programa se materialize, Alec Udell deverá ser um dos pilotos.

HART (1 carro – NAEC)
Acura NSX-GT3

Sigla para Honda of America Racing Team, a HART parte para uma operação própria após assistir a Michael Shank Racing em 2017. O plano inicial da equipe é fazer uma temporada parcial na classe GTD com um Acura NSX-GT3 alugado. A equipe pretende alinhar nas quatro provas do NAEC e também na corrida de casa, em maio, no circuito de Mid-Ohio.

AMERICAN SPIRIT RACING (1 carro)
a definir (Audi R8 LMS?)

A antiga equipe do extinto ALMS e também da Fórmula Indy pretende regressar às pistas em 2018 com uma operação chefiada por Jon Lewis – possivelmente com um Audi R8 LMS.

Outras possibilidades:

Com o fim da Stevenson Motorsports, que encerrou suas atividades após o término do campeonato deste ano, Mike Johnson faz um enorme esforço para alinhar os “restos mortais” do time da Carolina do Sul, mantendo o Audi R8 LMS utilizado na última temporada. A “ex-equipe Stevenson” tem chances menores do que 50% de disputar a temporada full time, mas as possibilidades pelo menos para Daytona são boas.

Quem não deve voltar para 2018 é a Change Racing: a equipe de Robbie Benton, após duas temporadas na GTD com seu Huracán, pode trabalhar exclusivamente no Lamborghini Super Trofeo. A hipótese de uma participação da Risi Competizione com uma Ferrari 488 GT3 chegou a ser cogitada ao fim da última temporada e quase que o carro estreou na Petit Le Mans, em Road Atlanta. Mas hoje essa possibilidade é remota.

Com relação às inscrições adicionais para as 24h de Daytona e 12h de Sebring, é possível que a Grässer Racing Team regresse com pelo menos um e até mesmo dois Lamborghini Huracán. Yves Weerts e Vincent Vosse também trabalham para formalizar a participação do Belgian Audi Club Team WRT pelo menos na abertura da temporada. A Spirit of Race, braço suíço da AF Corse, deve ser outra equipe europeia a repetir a viagem para a Flórida, enquanto dos EUA a Tullman-Walker Racing mostrou intenção de estar presente nas 24h de Daytona com o ex-Porsche da TRG.

Comentários

  • Ao que parece a classe vai conseguir manter o bom grid mostrado este ano, que foi uma grata surpresa. Fiquei na expectativa de alguma equipe trazer outras máquinas como Bentley Continental, McLaren ou o Corvette GT3, mas não foi desta vez.