Dakar 2018: a última de Sainz?

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Por enquanto, a conquista do Rali Dakar é a última da carreira de “El Matador” Carlos Sainz. Mas, nunca se sabe…

RIO DE JANEIRO – Ele prometeu que seria a última – mas ao vencer, já deixou em aberto a possibilidade de voltar em 2019: aos 55, “El Matador” Carlos Sainz quebrou uma incômoda escrita de não terminar as últimas cinco edições do Rali Dakar, conquistando uma vitória há muito tempo desejada. O espanhol também não ganhava a prova havia oito anos – a última foi em 2010, quando a Volkswagen (lembram-se?) ainda tinha time oficial de fábrica com seus Touareg e ganhava absolutamente tudo.

Sainz desta vez foi simplesmente perfeito e incontestável, num título celebrado até pelos rivais. O “Monsieur Dakar” Stéphane Peterhansel reconheceu que o companheiro de Peugeot trabalhou muito bem e o rival Nasser Al-Attiyah também se dizia ‘muito feliz’ por Carlos ter vencido. Podem ser rivais, mas se respeitam.

Em entrevista ao fim da corrida, feliz com a vitória, Sainz diz ter recebido conselhos até do filho Carlos Sainz Jr., piloto da equipe Renault de Fórmula 1.

“Converso todos os dias com ele, antes e depois de cada etapa. E ele se vingou de mim todos esses dias por conta dos conselhos que sempre dei a ele. Agora, ele mesmo ficou farto de tanto que falou comigo, mas foram bons conselhos, falamos sobre as estratégias de cada dia, o que era melhor a fazer. Na verdade, ele sabe o quanto nos esforçamos para isso. Mas ele é muito melhor que eu”, reconheceu.

Carlos também ressaltou que vencer o Dakar pela Peugeot, no último ano do envolvimento da marca com o Rali Dakar, era uma questão de justiça.

“Depois de quatro anos, quando juntamos forças com a Peugeot para fazer um carro vencedor, conseguimos. Eles já haviam vencido duas vezes, mas eu acho que merecia também uma vitória, porque colocamos muito esforço nesse carro. Era uma questão de justiça”, frisou.

E o título veio justo na mesma Córdoba de tão boas recordações para Sainz nos tempos do WRC, o Campeonato Mundial de Rali. Foi na Argentina que ele conquistou sua última vitória naquela competição. “É um país muito especial para mim”, afirma Sainz.

Nasser Al-Attiyah foi um merecido vice-campeão após sofrer com nada menos que dez pneus furados ao longo de toda a competição, um imenso desportista e talvez o competidor mais celebrado – e também o mais solícito de todos. Por isso, ganha fãs no mundo inteiro e especialmente na América do Sul.

Giniel De Villiers, 3º colocado na geral, levou como prêmio de consolação a vitória na última especial, com 1h26min29seg. O sul-africano da Toyota, assim como a maioria dos pilotos, afirmou que este foi sem sombra de dúvidas o mais duro Rali Dakar já disputado em território sul-americano. Feliz pelo título da Peugeot (e de Sainz, também), Stéphane Peterhansel chegou em quarto, com Kuba Przygonski completando o top 5.

A melhor dupla sul-americana foi Sebastian Halpern/Edu Pulenta, com o nono posto. Apenas 43 carros, praticamente metade dos que largaram em Lima, chegaram a Córdoba no final da prova.

Classificação da etapa #14:
Córdoba-Córdoba
120 km cronometrados – 286 km de percurso

1. #304 Giniel De Villiers/Dirk Von Zitzewitz (Toyota) – 1h26min29seg
2. #300 Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret (Peugeot) – a 40seg
3. #301 Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel (Toyota) – a 41seg
4. #318 Lucio Álvarez/Robert Howie (Toyota) – a 43seg
5. #334 Peter Van Merksteijn/Maciej Marton (Toyota) – a 2min06seg
6. #312 Kuba Przygonski/Tom Colsoul (Mini All4Racing) – a 2min11seg
7. #311 Martin Prokop/Jan Tomanek (Ford) – a 2min13seg
8. #331 Sebastian Halpern/Edu Pulenta (Toyota) – a 2min25seg
9. #303 Carlos Sainz/Lucas Cruz Senra (Peugeot) – a 3min19seg
10. #319 Khalid Al Qassimi/Xavier Panseri (Peugeot) – a 3min37seg

Classificação final extra-oficial:

1. Carlos Sainz/Lucas Cruz Senra – 49h16min18seg
2. Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel – a 43min40seg
3. Giniei De Villiers/Dirk Von Zitzewitz – a 1h16min41seg
4. Stéphane Peternansel/Jean-Paul Cottret – a 1h25min29seg
5. Kuba Przygonski/Tom Colsoul – a 2h45min24seg
6. Khalid Al Qassimi/Xavier Panseri – a 4h20min58seg
7. Martin Prokop/Jan Tomanek – a 7h20min49seg
8. Peter Van Merksteijn/Maciej Marton – a 7h41min28seg
9. Sebastian Halpern/Edu Pulenta – a 9h08min10seg
10. Lucio Álvarez/Robert Howie – a 9h18min46seg

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