Dakar 2018: Walkner vence especial duríssima

dakar-dakar-2018-2-red-bull-ktm-factory-racing-ktm-matthias-walkner
Reviravoltas no Rali Dakar em duas rodas: numa especial dura, com pilotos perdidos e o acidente de um dos favoritos, Matthias Walkner se impôs e é o novo líder da classificação

RIO DE JANEIRO – Terça-feira de retorno do Rali Dakar às trilhas após o cancelamento da nona especial entre Tupiza e Salta. E a chegada da 40ª edição da prova ao território argentino foi um duro teste para os pilotos na categoria das Motocicletas. A décima etapa, com 373 km cronometrados de Salta a Belén, disputada num calor abrasador no norte daquele país, pode ter inclusive definido os rumos da classificação final.

Para começo de conversa, vários pilotos se perderam. O primeiro deles foi Ricky Brabec (Honda), que atrasou-se no início da etapa, chegou a figurar com o 42º tempo e depois perdeu ainda mais terreno. Sua desvantagem era ao redor de meia hora em relação aos líderes.

Depois do sétimo waypoint, chegou a informação que mais outros três competidores também tiveram grande atraso: o australiano Toby Price (KTM), o francês Antoine Méo (KTM) – que vencera a etapa anterior ao cancelamento do trecho cronometrado na segunda-feira – e o argentino Kevin Benavides (Honda), que discutia com Adrien Van Beveren, da Yamaha, a liderança na classificação geral do Rali Dakar sobre duas rodas.

Em determinado momento, a diferença de Van Beveren, que vinha sólido para triunfar na 10ª etapa, chegou a quase 50 minutos para o primeiro perdido que se ‘achou’ – Toby Price. Mas haveria ainda um duro golpe para o francês da Yamaha: a 3km do final da especial, Adrien levou um forte tombo. O piloto tentou retornar à trilha por seus próprios meios. Mas grogue e certamente com o corpo todo dolorido, Van Beveren não resistiu.

O ASO logo prestou os primeiros socorros ao representante da marca dos três diapasões. Diagnosticado com fratura de clavícula e trauma torácico, o único piloto da marca japonesa que ainda brigava pela dianteira está oficialmente fora da competição.

Assim, nesse autêntico tour de force que foi a 10ª etapa, deu Matthias Walkner com o tempo de 4h52min26seg. Não custa nada lembrar: vice-campeão em 2017, Walkner é um dos vários integrantes da equipe oficial de fábrica Red Bull KTM.

Parece que o jogo virou para o construtor austríaco manter uma hegemonia que já perdura há 16 anos. Mas a julgar pelo que vem acontecendo neste Dakar, tudo (mesmo) é possível.

A segunda colocação na especial foi do chileno Pablo Quintanilla, a 11min35seg do melhor tempo, superando Gerard Farres Guell (que também enfrentou problemas hoje): o terceiro colocado da última edição com a KTM da equipe Himoinsa completou a 16min21seg de Walkner.

Como efeito, o top 10 apresentou nomes surpreendentes, como o do chileno “Nacho” Cornejo Florimo. Com uma Honda da classe Super Production, ele foi o quarto melhor do dia, antecedendo o estadunidense Andrew Short (Husqvarna). O especialista em provas de Supercross em seu país alcançou seu melhor resultado na competição, à frente do compatriota Mark Samuels, outro com Honda Super Production.

Nesse desfile de zebras, a sétima posição foi do espanhol Daniel Oliveras Carreras (KTM), seguido por Oriol Mena, com uma Hero Speedbrain, Armand Monleon (KTM) e Juan Pedrero Garcia (Sherco TVS). A espanhola Laia Sanz, da KTM, chegou a figurar no top 5 do dia – mas terminou com a 11ª posição.

Classificação da etapa #10:
Salta-Belén
373 km cronometrados – 797 km de percurso

1. #2 Matthias Walkner (KTM) – 4h52min26seg
2. #10 Pablo Quintanilla (Husqvarna) – a 11min35seg
3. #3 Gerard Farres Guell (KTM) – a 16min21seg
4. #68 Jose Ignacio Cornejo Florimo (Honda) – a 23min14seg
5. #54 Andrew Short (Husqvarna) – a 24min13seg
6. #64 Mark Samuels (Honda) – a 24min50seg
7. #29 Daniel Oliveras Carreras (KTM) – a 25min25seg
8. #61 Oriol Mena (Hero) – a 29min18seg
9. #17 Armand Monleon (KTM) – a 34min18seg
10. #12 Juan Pedrero Garcia (Sherco TVS) – a 36min24seg

Classificação geral extra-oficial:

1. Matthias Walkner – 32h21min03seg (incluindo + 1min de penalização)
2. Joan Barreda Bort – a 39min42seg
3. Kevin Benavides – a 41min23seg
4. Gerard Farres Guell – a 47min46seg
5. Toby Price – a 50min18seg
6. Antoine Méo – a 1h03min35seg (incluindo + 1min de penalização)
7. Ricky Brabec – a 1h21min35seg
8. Stefan Svitko – a 1h25min09seg
9. Pablo Quintanilla – a 1h30min24seg
10. Johnny Aubert – a 1h49min31seg (incluindo + 19min de penalização)

Comentários