Direto do túnel do tempo (390)

4a0fa9b7e55a03904e69b4b35cb60282--michael-okeefe-foxes

RIO DE JANEIRO – Neste domingo, a Chip Ganassi Racing atingiu uma marca histórica – que o blog mencionou num dos parágrafos do post das 24h de Daytona: foi a 200ª vitória da equipe fundada pelo antigo piloto de Fórmula Indy – que também participou no passado das 24h de Le Mans – após aprender alguns segredinhos com Pat Patrick e também com Roger Penske.

Aprendeu tanto e tão bem que em 1990 alinhava primeiro um Penske PC18 Chevrolet do ano anterior e depois um Lola T90/00 para Eddie Cheever Jr. ser o seu primeiro de muitos pilotos a quem daria emprego. Mas nos primeiros anos, em que passaram nomes como Arie Luyendyk e Robby Gordon, por exemplo, a equipe só batia na trave.

O turning point seria na temporada de 1994, quando a Ganassi trocou os chassis Lola pelo Reynard e recebeu de braços abertos um filho pródigo da Indy que voltava após sofrer um massacre na Fórmula 1: era Michael Andretti. Um casamento anunciado já no dia em que Ron Dennis dava um pé na bunda de seu antigo piloto. Chip, enfim, tinha alguém em quem podia confiar para ganhar corridas.

E Andretti regressou em grande estilo. Venceu o GP da Austrália, disputado no sensacional circuito urbano de Surfers Paradise – naquela que foi também a primeira vitória da Reynard Racing Cars na Indy – e ainda foi protagonista de imagens sensacionais ao atacar as zebras do traçado da terra dos cangurus. Como essa da foto.

Como se diz por aí, o resto é história. A Ganassi se estabeleceu como time de ponta na Indy com Jimmy Vasser e Alessandro Zanardi, ainda teve o talento de Juan Pablo Montoya e depois Dario Franchitti e Scott Dixon foram os “caras” na equipe de monoposto, pela qual passou o brasileiro Tony Kanaan.

Nos Esporte-Protótipos, por muito tempo Scott Pruett e Memo Rojas foram os grandes protagonistas, especialmente na Rolex SportsCar Series. Agora, a Ganassi está na IMSA e no WEC, como cabeça de ponte do projeto Ford GT EcoBoost, tendo vencido as duas últimas edições das 24h de Daytona em sua categoria e também as 24h de Le Mans, ano retrasado.

O buraco é mais embaixo na Nascar. A equipe – em parceria com o latino Felix Sabates – já está há anos na Stock Car dos EUA. Mas só agora conseguiu se estabelecer como uma escuderia respeitada graças ao talento de Kyle Larson e à experiência de Jamie McMurray.

Mas foi Andretti, com um Reynard número #8, quem abriu as portas do sucesso para a equipe.

Há 24 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Chip Ganassi é um fato curioso, quando era piloto, não teve sucesso nenhum, mas como chefe de equipe se tornou, com méritos, uma lenda do automobilismo americano. Esses dias estava vendo no youtube, o vídeo da primeira vitória da Ganassi com Michael Andretti, na Austrália, e aconteceu um fato curioso nessa corrida, a largada foi atrasada por causa da chuva, e quando a prova retornou , teve muitas paralisações devido as bandeiras amarelas, o que resultou no atraso da prova e fez a corrida acabar praticamente a noite, já com as luzes artificiais acesas.
    Vídeo abaixo da corrida.
    https://www.youtube.com/watch?v=xazZBCgefis

  • Os chassis Reynard da Indy dos anos 90 foram os monopostos mais bonitos de todos os tempos! E deram muito trabalho para os Lola e Penske. Qualquer um dos motores combinava bem com aquele chassi: Ford, Honda ou Mercedes.

  • Rodrigo,
    No parágrafo que copio abaixo, houve um “typo” e você menciona que eles venceram as 24h de Le Mans nos últimos dois anos. Mas acho que você queria dizer Daytona.
    “Nos Esporte-Protótipos, por muito tempo Scott Pruett e Memo Rojas foram os grandes protagonistas, especialmente na Rolex SportsCar Series. Agora, a Ganassi está na IMSA e no WEC, como cabeça de ponte do projeto Ford GT EcoBoost, tendo vencido as duas últimas edições das 24h de *******Le Mans******* em sua categoria e também as 24h de Le Mans, ano retrasado.”