IMSA: 50 carros confirmados nas 24 Horas de Daytona

imsa-roar-2018-daytona-finish-order-01
Os Cadillac DPi, incluindo o da foto, guiado pelo brasileiro Felipe Nasr, começam a temporada 2018 da IMSA como favoritos. Mais uma vez

 

RIO DE JANEIRO – A IMSA divulgou ontem a primeira lista oficial de inscritos para a edição 2018 das 24 Horas de Daytona, prova de abertura do IMSA Weather Tech SportsCar Championship em 2018. No último fim de semana deste mês, 50 carros – os mesmos que participaram do ROAR Before The Rolex 24 – disputarão a vitória na geral e nas três subcategorias, com destaque absoluto para a Prototype e seu grid de 20 inscritos, incluindo estrelas como o bicampeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso e outros grandes pilotos não só da IMSA como de outras categorias como a própria F1 e o WEC. Contei, até o momento em que escrevo este post, um total de 185 pilotos participantes, de 24 países diferentes, confirmados na corrida.

Lista de inscritos para a Rolex 24 at Daytona

Entre os Protótipos, a divisão é salomônica. São 10 Daytona Prototype International (DPi), os carros construídos na plataforma dos fabricantes autorizados pelo ACO e pela FIA a construir os LMP2 pelos próximos anos. Os carros sofrem mudanças de mecânica e aerodinâmica, com motores de livre procedência e multimarcas. Quatro construtores estão envolvidos: Cadillac, Nissan, Acura (leia-se Honda) e Mazda. As grandes novidades para 2018 são a vinda da Penske como cabeça de ponte do projeto Acura DPi e a Joest Racing assumindo o running dos Mazda RT24-P que até o ano passado ficavam sob a responsabilidade da Speedsource.

Mas o carro a ser batido é o mesmo que dominou a temporada 2017: o Cadillac DPi-V.R, campeão e vencedor de quase todas as provas do ano passado, à exceção de duas, vencidas pelo Nissan Onroak DPi da Tequila Patrón ESM e pelo Ligier JS P2 que era da Spirit of Daytona. Nem mesmo a troca do motor 6,2 litros por uma unidade mais ‘mansa’ com 5,5 litros acabou com a superioridade dos bólidos que vestem a plataforma da italiana Dallara: no ROAR Before The Rolex, todos os treinos foram dominados pelos “Caddies” e o melhor tempo (aliás, novo recorde da pista) ficou com o brasileiro Felipe Nasr, em quem a equipe AX Racing/Whelen Engineering deposita enormes esperanças.

O ex-piloto da Sauber na Fórmula 1 será um dos três brasileiros a disputar o campeonato por completo. Hélio Castroneves trocou a Fórmula Indy pela IMSA e terá como parceiro o atual campeão Ricky Taylor no carro #7 da Penske. E Pipo Derani volta a defender a Tequila Patrón ESM junto a Johannes Van Overbeek no Nissan Onroak DPi #22.

ms-imsa-roar-2018-daytona-49
Serão 10 LMP2 disputando as 24 Horas de Daytona, entre eles o #32 do campeão do WEC na classe LMP2, Bruno Senna

Os demais 10 participantes da classe principal em Daytona são os “Global Cars” – os protótipos LMP2 do regulamento internacional, todos com motor Gibson 4,2 litros V8 de 600 cavalos e ECU Cosworth. A única diferença é que os pneus são os Continental, que não são utilizados na Europa e muito menos em Le Mans. Haverá seis desses carros “full season” em 2018, sendo quatro Oreca 07, um Ligier JS P217 e um Multimatic-Riley MK30 – e nenhum Dallara.

Duas equipes de fora vêm com dois carros cada para a corrida inaugural: a United Autosports, a mesma equipe que terá Fernando Alonso a bordo, além do campeão mundial do WEC na LMP2, o brasileiro Bruno Senna; e a Jackie Chan DC Racing X Jota, dando suporte a um carro que alinha jovens valores do automobilismo que vêm se destacando, como o holandês Robin Frijns e o líder da Fórmula E Felix Rosenqvist. E que ainda contará com o canadense Lance Stroll, que vai encarar sua segunda temporada na Fórmula 1.

ms-imsa-roar-2018-daytona-04
Dois vermelhos: a Risi Competizione terá duas Ferrari 488 na Flórida – uma delas na classe GTD – e não garantiu presença na temporada completa da IMSA em 2018. Pena…

Na divisão GTLM, as mesmas equipes de sempre vão alinhar na prova inicial de 2018 com uma diferença: a Risi Competizione não garantiu presença em todo o campeonato, o que é uma lástima. É bem possível que a equipe sediada em Houston, no Texas, faça apenas as corridas de longa duração. Assim, o campeonato teria apenas oito carros fixos, de quatro equipes: Corvette Racing, BMW Team RLL, Ford Chip Ganassi Racing e Porsche GT Team.

Do lado técnico, a Corvette se prepara para substituir o já saturado modelo C7.R – este deve ser o último ano do bólido amarelo nas pistas. O construtor dos EUA estaria nos trabalhos de preparação de um carro com motor central-traseiro. A permanência da Ford na divisão após este ano é uma incógnita, já que rumores apontam para a criação de um protótipo DPi com a mecânica do GT EcoBoost. A Porsche está no segundo ano da nova versão do 911 RSR e novidade – mesmo – só o M8 GTE, cujo desenvolvimento, admite o big boss da marca bávara Jens Marquardt, foi atrasado por no mínimo seis meses.

Dessa forma, não dá pra esperar muito da BMW na primeira corrida, o que é uma pena. Pois o construtor é o único que terá um brasileiro a bordo: o experiente paranaense Augusto Farfus, de 34 anos, que defenderá a marca no WEC e no DTM também em 2018.

imsa-roar-2018-daytona-finish-order-33
A alemã Land Motorsport volta a disputar a clássica prova da Flórida com seu Audi R8 LMS da classe GTD

A classe GTD é a que terá o maior número de carros – mas com um grid um pouco menos impressionante que o do ano passado. Com seis carros a menos em relação à Daytona 2017, a divisão vive um momento de transição. Até o grid “full season” será menor: a IMSA projeta um máximo de 11 carros disputando todo o campeonato, porque muitos times vão dar prioridade ao North American Endurance Cup (NAEC) – serão cinco carros no total. Equipes de fora dos EUA como a GRT Grässer, a Spirit of Race e a Manthey devem correr (se tanto) em Daytona e Sebring. A única exceção seria a Land Motorsport, que pretende fazer o máximo possível de corridas na GTD, mesmo com o envolvimento no ADAC GT Masters, na Alemanha.

Essa categoria contará em Daytona com a participação de dois brasileiros: o campeão das 24h de Le Mans na LMGTE-PRO e da Stock Car, Daniel Serra, vai defender a Spirit of Race com uma Ferrari. E o experiente Bruno Junqueira estará na 3GT Racing com um Lexus RC-F GT3.

O Fox Sports vai transmitir AO VIVO a abertura da temporada 2018 da IMSA. Mas as janelas de exibição da corrida ainda não foram determinadas pela programação do canal. A princípio, serão três períodos de exibição, com um flash da largada (não posso ainda divulgar os horários), prevista para sábado às 17h40 de Brasília. Mas, como se diz numa conhecida rádio, ‘em 20 minutos tudo pode mudar’.

Comentários

  • Rodrigo, mas a Cadillac não é “só” a Acura da GM hoje em dia? hehe

    Pra mim seria legal a Ford expandir o programa em vez de apenas migrar pra DPi, especialmente se forem usar a mesma mecânica do GTLM. Mas esses programas normalmente se concluem quando um grande objetivo é alcançado, e a Ford já o realizou, vencendo Le Mans no ano de estreia e Daytona ano passado.

    O campeonato será bem interessante por causa de todos os brasileiros na classe dos protótipos, além do Farfus com a BMW na GTLM. Também torcerei pelo sucesso do carro da Penske.

  • Desculpe-me, talvez não seja o lugar certo…
    Uma pergunta?
    Porque o Pipo Derani ainda é considerado piloto Gold, apesar de ter vencido em Daytona e Sebring em 2016?
    Obrigado!

  • Rodrigo nao duvido muito a ford pintar no Dpi ou na Lmp1 pois, .a mesma na época que lançou o Ford Gt para le mans tinha um esboço do Ford Gt lmp1 sera que eles sabiam dos planos da Aco para fazer a Lmp1 próximo dos carros de ruas com a carenagens parecida

  • Mattar,Existe a previsão para a transmissão de algúm programa durante essa semana sobre as 24 h Daytona ?o treino classificatório quinta será trasmitida