ROAR: Nasr quebra recorde em Daytona

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Os Cadillac DPi dominaram todos os treinos em Daytona e o #31 foi o mais rápido dentre todos (Foto: IMSA/Reprodução Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – O domínio dos Cadillac DPi não foi surpresa no ROAR Before The Rolex 24. Os carros na plataforma do chassi Dallara LMP2 foram os mais velozes em TODAS as sessões realizadas nos três dias de treinos preparatórios para a temporada 2018 do IMSA Weather Tech SportsCar Championship. Surpresa, talvez – mais para os que não o conheciam ainda – foi Felipe Nasr quebrando o recorde do Daytona International Speedway para a categoria Prototype.

Com a marca de 1’35″806, o brasileiro de 25 anos superou em mais de um segundo inteiro o recorde anterior da pista, que estava em poder do português João Barbosa, desde a qualificação das 24h de Daytona do ano passado. Foi mais surpreendente ainda porque a Cadillac optou por montar em seus protótipos uma unidade mecânica com 5,5 litros de capacidade cúbica ao invés do motor 6,2 litros usado em 2017. Não deixa de ser curioso, mas tamanha performance vai fazer com que a IMSA tenha que publicar um BoP que impeça o domínio avassalador dos “Caddies”, desenhado ao longo do ROAR Before The Rolex 24.

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Positivo: Nasr quebrou o antigo recorde do circuito de Daytona e foi o mais rápido piloto do fim de semana

Aliás, os quatro Cadillac DPi-V.R, com cinco pilotos diferentes, andaram mais rápido que o antigo recorde da pista, ao longo de um aperitivo de qualifying realizado hoje à tarde. Nos treinos de 15 minutos para cada uma das três classes, foram definidas as posições de pit e as garagens. Não havia a necessidade de todas as equipes com dois ou mais carros inscritos treinar com todos eles, mas a maioria foi à pista assim mesmo. A Action Express, graças à volta voadora de Nasr, garantiu o melhor posicionamento do pitlane para a prova do próximo dia 27.

Tristan Vautier foi o único que chegou próximo da marca de Nasr, mas a segunda posição acabou por ser o máximo que o francês conseguiu, com o tempo de 1’36″037. O português Filipe Albuquerque, com o outro carro da Action Express, nas cores da Mustang Sampling, foi o terceiro mais veloz, seguido por Renger Van der Zande – que conseguiu a façanha de superar Jordan Taylor, seu companheiro de equipe, por quase três décimos de segundo.

O melhor não-Cadillac no ROAR foi o Acura ARX-05 DPi do Team Penske, graças a Dane Cameron, que ficou em 5º lugar – 1’36″988. No outro carro do time, Ricky Taylor – parceiro do brasileiro Hélio Castroneves – alcançou a 6ª posição entre os carros da principal divisão da IMSA. O melhor brasileiro foi Christian Fittipaldi, que marcou 1’37″238 no sábado – hoje o mais rápido foi Pipo Derani, que levou seu carro da Tequila Patrón ESM ao sétimo tempo do ROAR, com 1’37″245.

Entre os LMP2, que os ianques chamam de “Global Cars”, o britânico Alex Brundle foi o mais rápido do fim de semana. Ele fez a marca de 1’37″274 – 9º tempo de cada carro – e superou o até então imbatível Colin Braun, que passou quase todos os treinos como o melhor piloto com os carros dotados do mesmo trem de força, câmbio e ECU Cosworth.

O bicampeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso saiu dos testes com a melhor volta do carro #23 da United Autosports. O tempo de 1’37″515 foi o 14º melhor do fim de semana (por carro, é claro) e o décimo-segundo do “qualifying”. Embora contente, Fernando não escondeu uma pequena crítica. Disse que a equipe precisa melhorar o ritmo do Ligier JS P217, um claro sinal de que terão dificuldades para alcançar os DPi mais bem preparados e os outros times com bons LMP2 – principalmente as que têm o chassi Oreca 07, superior ao carro produzido pela Onroak Automotive.

Lance Stroll fez o melhor tempo do carro #37, mas sem o mesmo destaque de Alonso, o jovem canadense ficou relegado a segundo plano no ROAR. Apesar das diferenças mínimas, o piloto da Williams teve mérito em conseguir, na última sessão, superar a marca de Robin Frijns no treino que definiu as posições de pit e de garagens – além de também superar Dani Juncadella e o sueco Felix Rosenqvist.

No outro bólido da United Autosports, Bruno Senna foi outra vez o mais rápido – marcou 1’37″779 e completou 63 voltas ao longo dos três dias de teste. O mais próximo piloto do quarteto, o suíço Hugo De Sadeleer, não conseguiu ficar próximo do tempo do campeão mundial do WEC na classe LMP2. Na verdade, foi superado em praticamente um segundo.

Ford-Ganassi
Na GTLM, deu Ford, Ganassi e Joey Hand no ROAR

Na GTLM, o melhor tempo do fim de semana foi obra de Joey Hand, no Ford GT EcoBoost da equipe de Chip Ganassi: o piloto do carro #66 marcou 1’43″610 e foi 0″030 mais veloz que o britânico Oliver Gavin, da Corvette. Ryan Briscoe, com a terceira marca, também superou a melhor volta até então, marcada no sábado pelo francês Sébastien Bourdais.

A Porsche fechou os testes com o quarto posto graças ao neozelandês Earl Bamber, seguida do segundo Corvette C7.R e da única Ferrari inscrita, tendo a bordo o solitário Alessandro Pier Guidi – que foi o piloto que mais voltas completou nos três dias de treinos, 146 no total. Sua volta mais rápida foi 1’44″037.

Na BMW, a certeza de muito trabalho pela frente nos próximos dias, porque a nova M8 GTE ainda não tem ritmo para acompanhar os adversários. Pelo menos até antes das 24 Horas de Le Mans, será preciso muita paciência e desenvolvimento por parte dos bávaros. A melhor volta do carro neste fim de semana foi 1’45″056, com Alexander Sims. Quase um segundo e meio pior que o Ford, já um carro no seu terceiro ano de uso e no auge da performance. O brasileiro Augusto Farfus ficou com a marca de 1’45″551, o melhor tempo do carro #24 na pré-temporada.

Lambo-Bortolotti
A Grässer levou o melhor tempo do Qualifying de hoje entre os GTD e o melhor tempo da categoria no ROAR Before The Rolex 24

Já na divisão GTD, o Lamborghini Huracán da GRT Grässer acabou mesmo com o melhor tempo, jamais superado desde o primeiro dia. Com Rolf Ineichen a bordo, o carro #11 ficou com 1’47″104 e o italiano Mirko Bortolotti, hoje, ainda foi o mais rápido do Qualifying – 1’47″374. A Manthey Racing – que não treinou hoje – acabou o ROAR com o segundo melhor tempo e a outra Lambo da Grässer completou os três primeiros do fim de semana.

Entre as poucas alterações em relação aos dois dias anteriores, a melhora do tempo do Audi #44 da Magnus Racing, tripulado por Andy Lally e do Porsche da Wright Motorsports, guiado por Patrick Long. De resto, não houve nada mais digno de registro. Daniel Serra permaneceu com o mesmo tempo de 1’47″752 registrado no treino #3 de sexta-feira e Bruno Junqueira ficou com seu 1’48″495 do treino noturno como melhor volta.

Dentre todos os 180 pilotos relacionados para treinar no ROAR, somente cinco não andaram. No fim de janeiro, espera-se que todos os inscritos entrem na pista pelo menos uma vez e até lá as equipes voltam às suas bases para muito trabalho.

Os próximos dias serão intensos. Porque Daytona vem aí…

Comentários

  • Esses Cadillac DPi são lindos, mas sei lá, sou anti-GM, daí não gosto de vê-los vencer…

    Eu também não gosto muito quando empresas simplesmente colocam seu nome no carro que, na verdade, é desenvolvido pela matriz. Cadillac (que é apenas o sucessor do Corvette DP), o Lexus DP com o patrocínio da Telmex de uns anos atrás, o motor Infiniti da Red Bull (Renault na verdade), os motores “Petronas” (Ferrari) da Sauber na virada do milênio…

    Pra mim é engraçado porque entre Penske e Ganassi eu sou Team Penske, mas nem sempre eles correm com a marca de minha preferência, já que o velho Roger, que é dono de uma das maiores cadeias de concessionárias dos EUA, já foi parceiro de todo mundo, incluindo Chevrolet, Ford, Porsche, Audi, Mercedes e Honda. O Penske correu de Ford na NASCAR, mas no USCC e no WEC quem mantém os Ford GT é a Ganassi. Enfim, coisas do automobilismo…

  • Vai ser uma festa incrível,será que mais carros de inscreverão para a prova além desses que participaram do Roar ?quando sai a lista? E para finalizar as 24 h daytona terão alguma transmissão

    • Gustavo, acho que os 50 carros do ROAR serão esses mesmos que vão largar em Daytona. E sobre transmissão, devemos ter. Mas não há confirmação, ainda.

  • Se a organização conseguir equalizar os protótipos, que campeonatasso vai ser a IMSA… olha só o nº de inscritos neste ano! Pode ser que eu esteja escrevendo uma grande besteira… mas não fica devendo em nada ao WEC, mesmo com este contando com os LMP1 (e olha que eu gosto demais do wec…).
    Torcendo muito pra Fox continuar transmitindo neste ano.

  • O ACO permitiu aos os outros fabricantes mudancas nos seus carros (Dallara, Ligier e Riley) mas olhando o Ligier e o Riley, mesmo o carro da Mazda que um Riley, nao conseguir ver nada de diferente na aerodinamica desses carros, em relacao ao ano passadio, se foram feitas mudancas, estao quase imperceptiveis.