Roda Viva

RIO DE JANEIRO – A roda da vida não para de girar.

Numa dessas coincidências do destino, estava (re)lendo ontem o livro “Uma noite em 67”, alusivo ao Festival de Música Popular Brasileira da TV Record que marcou história, há exatamente meio século – tanto que além do livro devidamente devorado, virou documentário, com boa exibição no circuito de cinemas.

Naquela época, surgiram músicas que se eternizariam: “Ponteio” (Capinam/Edu Lobo), “Domingo no Parque” (Gilberto Gil), “Roda Viva” (Chico Buarque de Hollanda), “Maria, Carnaval e Cinzas” (Luiz Carlos Paraná), “Alegria, Alegria” (Caetano Veloso), “O Cantador” (Nelson Motta/Dori Caymmi) e “Eu e a Brisa” (Johnny Alf) são os mais significativos exemplos.

E até a controvertida “Beto Bom de Bola”, de Sérgio Ricardo, também se tornou histórica não pelo seu desempenho no festival. Mas pela vaia estrepitosa e pela reação intempestiva de Sérgio Ricardo, que o levou a atirar os restos de seu violão, quebrado contra um pedestal de microfone, na plateia.

“Vocês são uns animais!”, vociferava.

E aí fico sabendo que o MPB-4, tal como conhecemos, perde seu segundo integrante. Depois da partida de Magro Waghabi, o brilhante arranjador vocal do conjunto que tantas vezes se apresentou com Chico Buarque de Hollanda, ontem foi a vez do Ruy Faria ir embora. Agora, só Aquiles e Miltinho veem a roda da vida rodar. Até parar.

Chico, MPB-4 e “Roda Viva” no clip da semana, em homenagem ao talento desses caras e à partida de Ruy Faria. Mais uma perda imensa para a música brasileira.

Comentários

  • ô loko Mattar, não sabia que era tão eclético, para mim apenas os mais velhos gostavam deste tipo de música alem do esporte é claro

  • que pena.
    mas o tempo leva tudo mesmo, um dia a roda viva pega a gente.
    pelo menos isso é pra todo mundo.
    mattar, acho que vc ja sabia, mas o aquiles tem uma coluna no site do luiz nassif, o ggn
    falando de musica