A volta do JB

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Orgulhoso: Omar Resende Peres Filho, presidente do JB em sua nova fase, mostra a capa do primeiro jornal impresso após sete anos. O jornalismo agoniza, mas não morre!

RIO DE JANEIRO (Longa vida ao JB!) – Em tempos difíceis e de jornalismo (de verdade) cada vez mais inexistente, que dirá decadente, uma notícia boa nos deixa orgulhosos.

Sete anos após seu fim como veículo impresso, sobrevivendo apenas em formato digital, o Jornal do Brasil está de volta às bancas neste domingo.

É motivo de orgulho ver a publicação secular, cuja fundação data de 1891 e que por tanto tempo pertenceu à família da Condessa Pereira Carneiro, nadar contra a corrente. Enquanto todos olham para o virtual, o JB faz o sentido inverso e se recria com os esforços do mineiro Omar Resende Peres Filho, que não é um neófito no meio jornalístico. Não caiu de paraquedas para trazer de volta o querido “Jotabê”.

Fico muito feliz com o regresso do Jornal do Brasil. Tenho motivos pessoais para isso, pois lá por 1996, fiz a prova e passei para estagiar na redação ainda localizada no número 500 da Av. Brasil, onde hoje está o INTO.

Na maior parte do tempo em que lá trabalhei, estive no Esporte, com passagens pelas editorias de Cidade e, salvo engano, de Economia. Mas nessas duas fiquei pouco. No Esporte, que sempre foi uma paixão, trabalhei com caras sensacionais feito Roberto Assaf, Carlos Silva, Roberto Falcão, André Balocco, Vicente Dattoli, o falecido Vicente Senna, Luiz Augusto Nunes – e em contrapartida com outros que não valem a pena sequer a citação.

Sem contar que eram tempos em que o jornal tinha as colunas de Armando Nogueira e Sérgio Noronha. Afora Oldemário Touguinhó, que por si só era um acontecimento.

Então para o ex-foca do JB, que respirou os ares daquela redação por quase um ano, é uma alegria enorme o regresso do periódico. Aprendi muito naquela casa. Escrevi dezenas, centenas de textos que jamais tinham crédito – porque estagiários não recebiam crédito na época. Com o dinheiro que ganhava – e não era muito – comprei meu primeiro videocassete, luxo que minha família não podia se permitir possuir em 1996/97, para gravar as corridas que passei a cada vez menos acompanhar nos finais de semana, já que eram quase todos tomados pelo plantão de domingo.

Vida de jornalista, sacumé… mas faz parte.

Então, saudemos todos a volta do Jornal do Brasil como ele merece. Em tempos de maus-tratos com a inteligência das pessoas no Rio de Janeiro e no país inteiro, é um bálsamo.

O jornalismo agoniza, mas não morre.

Viva o JB! O dia 25 de janeiro é, simbolicamente, a segunda data de fundação do periódico que tem tudo para ser o mais querido por todos nós.

Comentários

  • Rodrigo, certa vez, eu estava em Salvador, e conversava com um grupo de jornalistas do Rio e uma moça nova, jornalista de O Dia falou no JB eu aprendi a ler.

  • Continuando, aprendi a ler no JB dos inesquecíveis colunistas e jornalistas Castelo Branco, Villas Boas Corrêa, Sandro Moreira, Zózimo, Drummond, Carlos Eduardo Novaes, Mário Andrada e tantos outros, além dos mencionados por você e outros que esqueci. Salve o JB.