Dupla da pesada

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Festa: João Paulo de Oliveira e Daniel Serra celebram a pole com o troféu ofertado aos donos do melhor tempo para a Corrida de Duplas que abre a temporada 2018 de uma Stock Car melhor do que nunca (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – A Stock Car larga neste sábado (isso mesmo, sábado) às 13h30 de Brasília para a quadragésima temporada de sua história. A categoria começa esse ano de 2018 tão forte como há muito tempo não víamos. A chegada de Rubens Barrichello no fim de 2012 elevou o nível – com todo respeito a todos os pilotos que lá já estavam – de tal forma que uma rivalidade que vem de outras categorias chega aqui. Refiro-me a Nelsinho Piquet versus Lucas di Grassi. Uma história que está longe de terminar e terá um novo capítulo nos autódromos brasileiros, começando por Interlagos.

O campeonato não atingiu esse momento – que tem que ser comemorado – à toa. É verdade que vemos alguns erros aqui e ali, mas é inegável que a Stock hoje é uma das principais categorias de turismo do mundo, com força suficiente para atrair pilotos de 10 países afora o Brasil e uma dezena de ex-pilotos de Fórmula 1 para a primeira etapa da temporada. Nem o Supercars australiano, que já teve vários pilotos de fora nas provas de duplas (principalmente em Surfers Paradise), atinge tamanha importância nas suas corridas atualmente.

“É o melhor grid da história”, exalta – com toda razão – o multicampeão Cacá Bueno.

Falando em nível novamente, o último treino livre antes do classificatório trouxe 25 carros dentro do mesmo segundo. Das 33 duplas, dezoito não voltariam para a segunda parte da classificação e outras nove ficariam pelo caminho para o Q3, com uma volta rápida apenas para cada carro.

E nesse Shootout, brilhou o talento de uma dupla da pesada: João Paulo de Oliveira, convidado de Daniel Serra, fez uma volta excepcional com pneus já gastos em seu carro e cravou a pole.

Um resultado que só demonstra o quão o “Oribeira” é diferente. Hoje com 37 anos, o piloto despontou na Fórmula 3 sul-americana e até pole na geral conquistou com um Dallara da categoria B. De lá, migrou para a Europa, onde foi campeão na F3 alemã, partindo depois para o Japão e lá do outro lado do mundo, só fez coisas bacanas. Foi campeão da hoje Super Formula e tem 13 anos de Super GT. Não é pouco. Sem contar que ele veio de lá do Japão para disputar a prova, está ainda com o famoso jet lag e mesmo assim acelerou tudo o que pôde e sabe.

Sobre o Daniel Serra, o que dizer? O cara vive um momento iluminado na carreira: atual campeão da Stock, vencedor da Corrida do Milhão, campeão das 24h de Le Mans na LMGTE-PRO, pole position da GTD nas 24h de Daytona… uma máquina de grandes resultados.

Largam amanhã como favoritos? Sim e não. Sim, porque uma pole dá moral. Não porque a Stock é uma categoria extremamente equilibrada e difícil. Numa prova de 60 minutos, diferente do que veremos nos demais eventos da temporada, tudo pode acontecer.

Que seja, pois, um corridão. Vale a pena assistir – tanto na televisão quanto in loco, e se eu estivesse em São Paulo ou de folga no Fox Sports, iria fácil pegar a estrada e estar em Interlagos. A Vicar e a Stock Car estão de parabéns. E você pode conferir todas as notícias no Grande Prêmio.

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