WEC, Prólogo: Toyota domina, com folga

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Nenhuma surpresa: a Toyota dominou o primeiro dia do Prólogo em Paul Ricard

RIO DE JANEIRO – Num domínio até certo ponto previsível, a Toyota fez 1-2 no encerramento da primeira parte do Prólogo do WEC para a maioria das equipes, no circuito francês de Paul Ricard. Dos 35 carros presentes, treze farão até amanhã uma simulação de 30 horas, permitida pela organização do campeonato. E os japoneses não tiveram dificuldade alguma para impor sua velocidade na pista de 5,791 km de extensão.

Com o carro #8 que terá o bicampeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso a bordo durante toda a temporada, além do japonês Kazuki Nakajima, ausente por conta da abertura do campeonato do Super GT em Okayama, Mike Conway fez o melhor tempo do dia – 1’32″662, média de 225 km/h – em simulação de classificação. O britânico foi 1″489 mais rápido que Sébastien Buemi.

O carro #7, que está com a configuração de baixo downforce com que competirão em Spa-Francorchamps e também em Le Mans, fará o treino de 30 horas e até o fim da sessão regulamentar, havia completado nada menos que 220 voltas – cerca de 1.274 km. E daí pra mais, até amanhã. Anthony Davidson, piloto reserva da marca e futuro piloto da DragonSpeed na LMP2 após Le Mans, marcou 1’34″655.

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A bordo do carro #11, Mikhail Aleshin foi o mais rápido entre os pilotos dos LMP1 independentes

Entre os protótipos LMP1 não-oficiais, a SMP Racing começou melhor que suas adversárias – dispondo inclusive de um kit de baixo downforce, já testado anteriormente em Aragão, na Espanha. O russo Mikhail Aleshin fez 1’38″128, apenas 0″058 melhor que o compatriota Matevos Isaakyan.

Enquanto isso, o novo Rebellion R13 com motor Gibson completou de fato suas primeiras voltas – foram 84 ao todo e a equipe, da qual faz parte Bruno Senna, campeão mundial de LMP2 ano passado, espera sentir a evolução do conjunto ao longo do treino de 30 horas. Andre Lotterer fez a melhor volta do carro #1, o único pronto, em 1’38″469. Ben Hanley fechou os seis mais rápidos com o carro da DragonSpeed.

O Ginetta com motor Mecachrome da Manor – que ontem anunciou a contratação de Léo Roussel e Dean Stoneman para compor a tripulação do carro #5 – completou somente 73 voltas. Chegou a ser o terceiro mais rápido na fase inicial dos treinos do Prólogo e acabou em sétimo, com Alex Brundle marcando 1’38″634.

Em contrapartida, o segundo chassi, que sequer foi decorado, não completou uma única volta competitiva, esperando percorrer alguns quilômetros neste sábado. A ByKolles trouxe Tom Dillmann, Dominik Kraihamer, René Binder e Kang Ling para os treinos junto a Oliver Webb (único titular até agora confirmado) e o francês acabou sendo o mais rápido com 1’39″441.

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André Negrão fez o 3º melhor tempo da LMP2 com o Alpine A470 da Signatech

Na LMP2, Pastor Maldonado mostrou seus dotes de velocista. Fez o melhor tempo da classe no primeiro dia do Prólogo com 1’40″771, superando em quase meio segundo o tempo alcançado por Matthieu Vaxivière a bordo do carro da TDS Racing. O brasileiro André Negrão completou hoje 54 voltas – a melhor delas em 1’41″843.

Giedo Van der Garde foi o quarto mais rápido, com os dois carros da Jackie Chan na sequência e o Ligier da Larbre Competition em sétimo – a equipe francesa convocou mais dois pilotos (Thomas Dagoneau e Romain Brandela) para o Prólogo e a melhor volta foi de Fernando Rees, após 28 voltas – 1’43″441.

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A Aston Martin aproveita para fazer muita quilometragem com seu novo Vantage AMR da LMGTE-PRO

Entre os LMGTE-PRO, a Porsche se estabeleceu com o melhor tempo do primeiro dia graças a Richard Lietz, ao marcar 1’51″650 contra 1’52″010 de Harry Tincknell, este com um dos dois Ford GT EcoBoost da Ganassi. Olivier Pla foi o terceiro mais rápido, a 0″468 do Porsche líder, enquanto Kévin Estre foi o quarto, já superado por mais de um segundo.

Dos carros novos, o que teve o melhor resultado foi o Aston Martin Vantage AMR com Jonathan Adam: o britânico fez sua melhor passagem em 1’53″444, quase três décimos à frente do tempo da BMW M8 GTE #82 que tem entre os pilotos o brasileiro Augusto Farfus. O português Antônio Félix da Costa fez a volta em 1’53″701 e Farfus marcou 1’55″044 após completar 71 passagens. Os bávaros têm 200 voltas completadas no teste, mas o Aston Martin #95, que está na simulação de 30 horas, chegou a 223 giros.

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Julien Andlauer e Matt Campbell mostraram serviço com o novo Porsche da Dempsey Racing-Proton: a equipe estreia o 911 RSR GTE na Super Season 2018/19

Na LMGTE-AM, os novos recrutas da Dempsey Racing-Proton mostraram serviço e o Porsche 911 RSR GTE, mesmo que na especificação de 2017, foi muito rápido – com os quatro melhores tempos do teste até agora. Matt Campbell marcou 1’53″515, dois décimos melhor que o francês Julien Andlauer, que dividirá com ele e Christian Ried o carro #77 na Super Season.

O britânico Ben Barker, da Gulf Racing, acabou com o 2º lugar da classe, seguido por Giorgio Roda Jr. e Jörg Bergmeister. Pedro Lamy, campeão mundial no ano passado, ficou em quinto lugar com o Aston Martin Vantage versão 2017. E houve muito equilíbrio na classificação, apesar do domínio dos carros da casa de Weissach: Euan Hankey, Giancarlo Fisichella e Eddie Cheever III ficaram dentro do mesmo segundo do tempo de Campbell. Só a Clearwater destoou, com Matt Griffin a 1″636 da melhor volta da sessão.

Amanhã, além do término da simulação de 30 horas, haverá a segunda parte do Prólogo, de 9h até 16h locais – 4h às 11h pelo horário de Brasília. Após as atividades de pista, o paddock será aberto para visitação do público e sessões de autógrafos.

Comentários

  • Apesar de ainda estar no início prático do desenvolvimento dos carros, os LMP1 independentes estão tomando mais de seis segundos dos Toyotas, e estão mais para os LMP2 do que dar canseira e incomodar os japoneses… E se os nossos amigos nipônicos acharam a cabeça de burro enterrada lá nos pés do Monte Fuji, eles faturam fácil, fácil as 24 Horas de Le Mans (e Don Fernando agradece)… Mas se o azar ainda acompanha os japas, até dá medo de imaginar o pode acontecer na sede da Toyota, pois acredito que eles ainda estão no WEC só por conta de finalmente ganharem lá em Le Mans, objeto de desejo há tempos lá em Nagoya…
    Sei que ainda é prematuro condenar os LMP1 independentes mas os esperava mais próximos do Toyota, apesar daquela regra ridícula de penalização caso algum deles for mais rápido que os bólidos japoneses. Agora é ver o campeonato começar e seu desenrolar para ver de verdade qual é o tamanho da diferença entre os LMP1 independentes e os Toyota: se diminuírem a diferença será bom para o campeonato mas se manter essa ora observada e até aumentar, será que valeu a pena para os independentes se aventurarem, como por exemplo a Rebellion e a Manor, vencedores e competitivas na LMP2 (a despeito das especificações da classe) para serem mera coadjuvantes e preenchedoras de grid da LMP1, tendo que torcer por azares e infortúnios da Toyota para ganhar corridas??

    • Luciano, acho que a diferença não só está na performance como também na expertise. A Toyota conhece esse carro na palma da mão e sabe o limite dele – tanto que explorou poucas brechas pra evoluir o TS050. As outras estão em fase inicial de preparo de seus equipamentos, embora a SMP Racing tenha feito uma razoável quilometragem em treinos. Mas a Rebellion andou pouco, a DragonSpeed também e não se sabe o quanto o carro da Manor percorreu. A ByKolles ainda tem um longo caminho a percorrer e não sei se o chassi é realmente de qualidade.

      Porém, estão surpreendendo agora na simulação de 30 horas, superando o tempo dos BR1 da SMP Racing.

  • Toyota domina, como esperado

    Mas imagina só o tanto de água na cerveja dos japoneses se os carros falhassem de novo esse ano em Le Mans…