Direto do túnel do tempo (401)

60522010

RIO DE JANEIRO – O último domingo foi histórico para o Team Penske. A equipe do velho Roger venceu sua primeira corrida no IMSA Weather Tech SportsCar Championship, com o protótipo Acura ARX-5 DPi, com Hélio Castroneves/Ricky Taylor liderando a dobradinha com Juan Pablo Montoya/Dane Cameron.

Foi no Mid-Ohio Sports Car Course, justamente a mesma pista da primeira vez em que um protótipo LMP2 derrotou os LMP1 na extinta American Le Mans Series.

Em 2005, na última etapa do campeonato, a Penske promoveu nos EUA a estreia do Porsche RS Spyder, um carro com potência de 530 HP, motor de 3,4 litros conforme o regulamento da época e peso mínimo de 675 kg. Era um bólido rápido, confiável e que consumia menos combustível que os LMP1 da Audi, por exemplo. Bater os protótipos da casa de Ingolstadt não seria impossível, desde que houvesse grandes pilotos a bordo dos carros do Team Penske.

A Porsche não se fez de rogada para a temporada 2006. Cedeu Sascha Maassen e Lucas Luhr para um dos carros, tendo no outro Timo Bernhard e Romain Dumas. Nas provas longas, os reforços foram Patrick Long, Emmanuel Collard e Mike Rockenfeller.

Nas primeiras etapas, a Audi ainda teve vantagem. Ganhou as 12h de Sebring na estreia mundial do protótipo R10 TDi e venceu também em Houston, no Reliant Park, com o velho R8.

Mas em Mid-Ohio, não houve jeito: em 21 de maio, dia da 3ª etapa do campeonato, só deu Penske. Pole position de Sascha Maassen com o tempo de 1’12″815. Melhor volta em prova por Lucas Luhr, em 1’13″774. Vitória de Romain Dumas/Timo Bernhard, que lideraram a disputa a partir da volta 74. E segundo posto para Maassen/Luhr, que pontearam no início. A disputa teve 119 voltas no total.

A Audi ainda correria com o R8 até a etapa de Lime Rock. Naquele ano, a Penske não venceria mais na geral, mas dominaria na sua categoria.

Em 2007, o panorama seria exponencialmente diferente. Foram nada menos que oito vitórias consecutivas na geral entre as provas de Long Beach e Detroit. Na Petit Le Mans, finalmente foram derrotados pela Audi. O Team Penske ganhou o título da LMP2 triunfando em onze das 12 etapas na classe e teria vencido – com certeza – a classificação geral, se houvesse uma como existe no WEC.

Na temporada seguinte, os Porsche RS Spyder conquistariam mais cinco vitórias – com direito ao histórico triunfo geral nas 12h de Sebring. Até Hélio Castroneves, que na época respondia a um rumoroso processo de fraude fiscal nos EUA – do qual acabaria absolvido – tem um triunfo no currículo com o vitorioso protótipo germânico, que fechou sua trajetória com o Team Penske tendo vencido 23 vezes na classe LMP2 e dez na geral.

Há 12 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Na minha humilde e leiga opinião, o Porsche RS Spyder foi um dos mais assombrosos carros de corrida no esporte a motor se baseando nos seus feitos. Imaginem vocês um LMP2 obter uma vitória GERAL nas 12 Horas de Sebring derrotando ninguém menos que Audi e Peugeot, com seus titãs movidos com V12 turbodiesel gerando potências superiores a 650 e 700 cv respectivamente? E pior, ainda fazendo um 1-2 com o carro da Dyson Racing chegando em segundo?? Poisé o fuscão amarelo da Penske foi capaz de fazer isso na edição de 2008. E dou um grande destaque pra essa prova, porque essa foi a primeira derrota da Audi em Sebring desde 1999, a primeira vitória geral da Porsche em 20 anos e a primeira vitória de um carro não pertencente a classe principal em 14 anos, quando um Nissan 300 ZX da classe GTS venceu a prova (inclusive já destacado nesse blog). Simplesmente… espetacular. Porsche é Porsche meu caros, não tem jeito.