Os 33 da Indy 500

RIO DE JANEIRO – O próximo domingo é daqueles de gala para o fã da velocidade. Tem GP de Mônaco de Fórmula 1, 600 Milhas de Charlotte (a corrida mais longa da Nascar) e as 500 Milhas de Indianápolis, que junto à corrida monegasca e às 24h de Le Mans, faz parte da chamada Tríplice Coroa do automobilismo mundial.

A 102ª edição do maior clássico do esporte a motor dos EUA nos reservou surpresas. Na volta do Bump Day, já que o total de inscritos superava o de pilotos aptos a largar, o pole position de 2016 está fora: James Hinchcliffe ficou com a última colocação entre os 35 pilotos no sábado e não correrá neste domingo. Um drama vivido no passado por Bobby Rahal, Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr., só para elencar nomes de peso.

De acordo com a regra das 500 Milhas, é o carro que se classifica e não o piloto. Já vimos acontecer trocas forçadas, como a que levou Scott Goodyear da última posição ao segundo lugar em 1992 e também mudanças que vitimaram brasileiros. Certa vez, Raul Boesel classificou um carro da Treadway – mas quem largou foi Felipe Giaffone. Bruno Junqueira, pole position da edição de 2002, passou por experiência semelhante em 2009, quando pôs um carro da Conquest Racing no grid e teve de dar lugar ao canadense Alex Tagliani.

Enfim, Hinch não foi o primeiro e nem será o último. Mesmo as lágrimas que comoveram num primeiro momento, não foram suficientes para convencer ninguém de outra equipe a vender sua vaga ao piloto do carro #5, que ficará mesmo de espectador junto à britânica Pippa Mann.

Os treinos mostraram Hélio Castroneves muito forte no sábado, com o brasileiro da Penske marcando o melhor tempo daquele dia. Mas no domingo, no Fast Nine, quem fez urrar as arquibancadas foi o local Ed Carpenter, que pela terceira vez irá comandar o grid de 33 carros, tendo a seu lado Simon Pagenaud e Will Power, com Josef Newgarden em quarto. Castroneves sai de oitavo, com Tony Kanaan em 10º e Matheus Leist, melhor dos quatro estreantes do grid, em 11º lugar.

Confira as imagens da transmissão do BandSports neste último fim de semana nos vídeos abaixo.

Comentários

  • Eu ainda tenho a sensação que até sexta-feira a Schimdt Peterson anuncia que vai tirar o Jay Howard pra colocar o Hinchcliffe no grid, e ele larga da P33 no domingo. Se acontecer mesmo, acho muito injusto. Sei que quem classifica é o carro, mas se o Hinchcliffe não conseguiu colocar o carro no grid, paciência. O bump day de 1995 limou a Penske, que tinha “só” Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. Se eles ficaram de fora, o Hinchcliffe pode ficar também.

  • Bruno Junqueira ainda ficou fora de outra edição em que classificou um carro da Foyt e essa vendeu a vaga para Ryan Hunther-Reay.

  • A surpresa negativa ficou por conta do Helinho, que achei que disputaria a pole com o Carpenter. Entre os Fast 9 ele e Dixon foram os únicos que fizeram tempo pior que o do Bump Day.
    A surpresa positiva foi Danica que melhorou de 9º para 7º e isto numa corrida de despedida. Depois deste tempo todo fora da Indy ainda conseguindo andar na frente da maioria dos marmanjos.
    Achei besteira a ida dela para a Nascar, assim como a de Hornish e Franchitti (que voltou correndo).
    De toda forma a pole tem um peso muito menor que Mônaco por exemplo. Apesar da maioria dos vencedores terem saído da 1ª posição, foram 20 vitorias do pole em 101 edições, menos de 20%. E vou torcer muito pelo Helinho, Tony e Leist no domingo.

  • Pippa é a Lyn Saint James dos tempos modernos. Fraquinha. Uma hora ela ficaria fora.
    Chato pro Hinch ficar fora também. Mas faz parte. É igual dança das cadeiras, se tem mais gente que cadeira, alguém vai ficar em pé. Não tem jeito.
    E melhor assim, deve ser tão frustrante quanto não conseguir ter conseguido e de repente ser rifado pra outro entrar.
    E Danica mostrou o que mostrou a carreira inteira: Não é nenhuma Michele Mouton, mas tem capacidade pra andar junto com a rapaziada, o que é de se bater palmas sempre. Das mulheres que passaram nos últimos anos na Indy, sempre foi a mais consistente (Desculpa, Bia!)
    Quanto à corrida… Menos emocionante que nos últimos anos. Culpam o chassi, e tal. Umas traseiradas loucas que tiraram gente tarimbada, e ninguém fez nenhuma bobagem digna de inquérito policial. E quem ficava no bolo ficava vendido e ia pra trás, num dado momento ficou claro que o Leist se lascou em ter ficado no meio de um caminhão de gente e perdeu um monte de posições. Mas dá pra se ajeitar.
    Falando em Leist, o moleque é bom. Muito novo ainda. Pela pouca idade e experiência, andou bem. A última coisa a ser feita é queimar o rapaz. Mas ele tá na melhor situação possível. Equipe sem obrigação de vencer, companheiro forte, experiente e disposto a passar tudo o que sabe. Se tiver cabeça, vai muito longe.
    Carpenter merecia ter vencido. Teve um canhão o mês inteiro. Andou forte a corrida inteira. Mostrou mais uma vez que no que se determinou a fazer (correr só oval), é do ramo. Mas veio um Will Power sabe-se-lá-de-onde e andou melhor no final.
    Rossi vem mostrando esse ano que deu sorte há dois anos atrás, mas que nesse ano o que tem vindo é por mérito dele, mesmo.
    E Hélio merece voltar ano que vem. Mesmo que só em Indy. Tem lenha pra queimar ainda.
    Acho que vai faltar cadeira ano que vem de novo…