Vídeos históricos: Há 40 anos, a estreia de Reginaldo Leme na Globo (1978)

RIO DE JANEIRO – Dia 7 de maio de 1978. Naquela data, há exatas quatro décadas, o Esporte da Globo ganhava um dos seus nomes mais consagrados e um dos funcionários mais longevos do vídeo – perdendo só para o Leo Baptista, salvo engano: Reginaldo Leme, então jornalista de automobilismo do Estado de S. Paulo, ganhava sua primeira oportunidade para comentar uma corrida de Fórmula 1 ao lado de Luciano Do Valle. Foi no GP de Mônaco, ganho por Patrick Depailler, na primeira vitória do francês da Tyrrell.

Era a 5ª etapa daquele campeonato, em que a emissora do Jardim Botânico colocou Ciro José, que mais tarde seria diretor geral de Esportes, para comentar as primeiras etapas – Argentina, Brasil e África do Sul – que a Globo transmitiu ao vivo, exceto o GP dos EUA-Oeste, exibido em compacto após o “Fantástico”. Portanto, a estreia do Regi aconteceu no sistema off-tube, ou no Rio ou em São Paulo, com o campeonato em andamento.

Em entrevista histórica à saudosa revista Auto Esporte nos anos 1980, Reginaldo confirmou que chegou a se dividir entre Globo e Estadão por pelo menos um ano. Em 1981, quando as transmissões voltaram às mãos da Vênus Platinada após ficarem um ano na Bandeirantes, Regi e Luciano fizeram diversas corridas in loco e o jornalista, além dos comentários, passou a fazer também reportagens que entraram para a história – como as dos títulos de Nelson Piquet em 81 e 83 (neste, Piquet se permitiu uma bebidinha antes de conversar com Reginaldo e dizer que estava ‘nas nuvens’) e também o primeiro teste de Ayrton Senna com a Williams, em Donington Park.

O jornalista também seria testemunha da assinatura de contrato de Ayrton com a Lotus, ainda na vigência do compromisso com a Toleman – uma reportagem que ficou três meses embargada. E, mais recentemente, foi protagonista do furo mundial que abalou as estruturas da Fórmula 1, o famoso “Singapuragate”, em que Nelson Piquet abriu o jogo e contou que o filho Nelsinho tinha batido de propósito em 2008 para favorecer Fernando Alonso.

Trabalhei no Grupo Globo por 13 anos e entre as minhas melhores memórias estão o convívio com o Reginaldo não só nos switchers, acompanhando e aprendendo com suas intervenções nas transmissões, como principalmente no Linha de Chegada, programa do qual participei desde a gestação, fazendo produção, edição, participação entre os debatdores e até fechamento, participando na gravação dos programas em São Paulo, dando as deixas no ponto eletrônico.

Pra mim, motivo de honra e orgulho de partilhar de tudo isso até 2012, quando fui demitido.

O Regi é um amigo querido que, mesmo distante e fora das transmissões na Globo ou no SporTV, acompanha sempre que pode nosso trabalho no Fox Sports. Lembro de ter lido uma mensagem dele, todo feliz com as 24h de Le Mans e lamentando a interrupção da nossa primeira janela de transmissão.

“Que pena que acabou!”, escreveu na época. E de lá pra cá, temos mantido algum contato.

Já dei os parabéns por WhatsApp, por redes sociais e dou parabéns aqui no A Mil Por Hora, de novo, com uma homenagem a ele: uma versão compactada de 40 minutos com a transmissão de sua estreia na Globo em 1978.

Muito obrigado, Regi!

Comentários

  • Um cara que vou sentir falta nas transmissões da F1, quando ele se aposentar, com certeza vai ser o Reginaldo Leme, ele é um verdadeiro monstro do jornalismo esportivo no Brasil, principalmente pela sua sinceridade e profissionalismo.