ACO e FIA revelam novo regulamento para a hoje LMP1
RIO DE JANEIRO – Em conferência de imprensa realizada há algumas horas – e que vocês podem ver no vídeo acima, o Automobile Club de l’Ouest (ACO) e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciaram o consenso em torno das novas regras do que hoje conhecemos como LMP1, que entrarão em vigor para a temporada 2020/21 do Mundial de Endurance (FIA WEC), válidas por cinco anos.
Com orçamento limitado a R$ 100 milhões para dois carros e oito etapas – incluindo as 24h de Le Mans e uma prova de 1000 Milhas em Sebring, as equipes terão liberdade mecânica, podendo trabalhar com qualquer cilindrada e arquitetura de bloco dos motores a combustíveis fósseis – porém será regulamentado um motor elétrico padrão que trabalhará no eixo dianteiro a uma potência de 200 kW, equivalentes a algo próximo de 270 HP.
O sistema do powertrain será integrado por três componentes – o ERS, a bateria armazenadora e a parte eletrônica (hardware e software). Um fornecedor desse ERS terá que suprir um mínimo de participantes, a ser determinado pela organização.
Os bólidos – serão protótipos com o conceito “Hypercars” – terão peso mínimo de 980 kg, trabalhando com câmbio de até oito marchas – com uma única relação (diferenciais hidráulicos e eletrônicos estarão banidos). Será também aumentada a largura do cockpit, bem como a área de visão do piloto e o teto. Os motores a combustão que farão parte desses novos carros terão potência estimada em 700 HP – o que junto aos ERS, ofertará quase 1000 HP aos pilotos.
Com potência de sobra, há outras preocupações – reduzir o tempo de volta em Le Mans para algo em torno de 3’20” na categoria principal é uma delas – como a de incentivar a participação de construtores privados e principalmente com a eficiência dos motores a combustão e o fluxo de combustível, que será controlado.
“A direção para os novos regulamentos anunciados hoje em conjunto pela ACO e pela FIA é extremamente positiva”, disse o CEO do Mundial de Endurance, o francês Gérard Neveu.
“As regulamentações de 2020-24 são, para os concorrentes, tecnicamente interessantes e sustentáveis, sendo os orçamentos controlados um fator-chave.”
“Estamos confiantes de que vamos receber um número crescente de fabricantes e equipes internacionais de classe mundial no WEC e que todos os elementos estão no lugar para que eles possam competir no mais alto nível, com o auge, é claro, sendo as 24 horas de Le Mans.”
Cabe lembrar que, além dos fabricantes já mencionados noutra oportunidade – Toyota, Ford, Ferrari, Aston Martin e McLaren – a International Motor Sport Association (IMSA) teve representantes enviados às reuniões que formataram o caminho deste novo regulamento.
Para além de 2024, a missão será trazer o hidrogênio como solução alternativa aos combustíveis fósseis, que começam gradativamente a ser banidos do território europeu.
O novo regulamento estreia em setembro de 2020 e o novo formato da LMP1 – o nome da categoria será ainda escolhido em votação popular – será visto em La Sarthe somente em junho de 2021. Os promotores da etapa brasileira, que retorna ao calendário do WEC na Super Season 2019/20, estavam lá na França acompanhando todos os detalhes na coletiva.
“…terão liberdade mecânica, podendo trabalhar com qualquer cilindrada e arquitetura de bloco dos motores…” Quase uma Can Am.
Padronização, cockpits mais largos, “caracterização” como carros de rua… Sei não, tava esperando um Super DPi e veio mesmo uma Grand Am de fibra de carbono.
Não gostei.
Minha sugestão para o nome da classe: Gran Am 2.0.
Assino embaixo….
E os P2s…vão adotar os DPI ou não?
Isso não foi definido. DPi é DPi. P2 é motor padrão.
E os P1 privados? Vão ficar na mão?
Não, ora. Viram independentes na nova categoria do mesmo jeito, se adequando aos conceitos que vão vigorar a partir de setembro de 2020.
Rodrigo, no regulamento eles falam em combustíveis fósseis e hidrogênio.
Gostaria de fazer 2 perguntas:
1-No WEC por que não se fala em álcool/etanol como opção de combustível?
2- No Brasil com o desenvolvimento de motores Flex e 1.0 por que não se pensou em criar uma categoria com carros 1.0 turbo flex onde as equipes deveriam usar os 2 combustíveis na corrida? Isto é viável?
Desculpe se estou falando besteira. Gosto de corridas mas, não entendo nada de engenharia e áreas correlatas. Obrigado!
Eu também não sou engenheiro. Sou jornalista.
No WEC, a gasolina já é misturada ao etanol, numa proporção de 10 a 20%.
Com relação a motores flex e carros 1 litro nas competições nacionais, não sei se as fábricas têm interesse e a CBA prefere apostar no Turismo Nacional BR com motores 1,6 litro – que são mais tradicionais e, no meu entendimento, é a fórmula mais legal.
Rodrigo essa criação dessa nova categoria,vc acha que remete aos antigos GT1/P dos 90 mas com uma versão mt mais moderna?OBS:desculpe se eu falei alguma besteira na pergunta pois eu sou um pouco leigo dessa parte do asssunto.
É exatamente isso, Renan. Certinho.