Direto do túnel do tempo (404)

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RIO DE JANEIRO – Quase ia esquecendo da efeméride mas, passeando pelo blog Continental Circus, do meu amigo “Tuga” Paulo Alexandre Teixeira, não posso deixar passar batido. No dia 9 de junho de 1968, a McLaren conquistava sua primeira vitória na Fórmula 1 no GP da Bélgica, então disputado no circuito de Spa-Francorchamps, que à época possuía 14,1 km de extensão.

Detalhe curioso: foram duas edições em sequência que a lendária pista viu pilotos-construtores triunfarem, já que Dan Gurney foi o vitorioso em 1967 com o lindo Eagle Weslake. Em 1966, Jack Brabham ganhou corridas e o título mundial com seu Brabham Repco. Três anos seguidos com vitórias de pilotos a bordo de suas criações.

A McLaren Cars penou para chegar ao seu primeiro triunfo. Bruce McLaren formatou a equipe ainda como piloto da Cooper, em 1963. Ele tinha apenas 26 anos, precoce demais pra ser dono de equipe se comparado a Jack Brabham, que era uma década mais velho que o neozelandês. Mas Bruce cercou-se de profissionais qualificados. Trouxe Teddy Mayer e Tyler Alexander para chefiar a organização, Robin Herd para o design e, posteriormente, Alastair Caldwell para a chefia dos mecânicos.

Após dois anos difíceis, a equipe chegou em 1968 preparada. Denny Hulme deixara a Brabham, onde fora campeão mundial em 1967 e daí seria piloto da McLaren para o resto da carreira – incluindo Indy e Can-Am, categorias onde Bruce e sua trupe tiveram muito sucesso.

O modelo M7A daquela temporada – novamente desenhado por Robin Herd – foi o primeiro com o motor Ford Cosworth DFV, após inúteis tentativas com motores BRM, Serenissima (Maserati) e Ford, mas não o Cosworth e sim um bloco de codinome 406, com estrutura V8. No GP da Bélgica, os dois pilotos largaram em 5º e 6º com Hulme melhor que o patrão.

Chris Amon largou na pole e John Surtees, com o Honda, liderou até a 10ª volta. Hulme liderou em duas voltas de forma esparsa, mas o domínio ficou com Jackie Stewart e sua Matra Cosworth. Faltando 10 voltas para o final, Hulme saiu da corrida e a perseguição ao Vesgo ficou por conta de Bruce McLaren e Pedro Rodriguez, da BRM.

Até que…

Um golpe de sorte favoreceu Bruce McLaren, que não vencia desde 1962 – no GP de Mônaco. O combustível do Matra de Stewart acabou e o neozelandês deixou Pedro Rodriguez para trás, vencendo com sua criação pela primeira – e última vez.

Bruce Leslie McLaren morreria precocemente aos 32 anos em 2 de junho de 1970, num acidente durante testes com um modelo Can-Am em Goodwood. Hoje, sua criação imortal vive um jejum de quase seis anos sem triunfos na Fórmula 1 – e os fãs da velocidade se empolgam com a possibilidade de rever a McLaren na Fórmula Indy e também em Le Mans.

Há 50 anos, direto do túnel do tempo.

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