Huracán triunfa mais uma vez no Endurance Brasil

36395294_1974708342582160_7834664803451797504_o
A segunda vitória do Lamborghini Huracán da Via Italia/TMG Racing contou com valiosa colaboração do substituto de Daniel Serra, Marcos Gomes, que superou Xandinho Negrão já às escuras, a 25 minutos do final

RIO DE JANEIRO – A Chevrolet Absoluta 500, segunda etapa do Endurance Brasil, teve todos os ingredientes de que precisa uma boa prova de longa duração. Alternativas, quebras, rodadas, entradas do Safety Car e um final sensacional sob a luz dos refletores do Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos e dos faróis dos carros.

Num pega emocionante nos últimos minutos da disputa, encerrada com 140 voltas e pouco mais de quatro horas, o Lamborghini Huracán GT3 da equipe Via Italia/TMG Racing voltou a se impor. Se não havia Daniel Serra a bordo, o piloto que disputará as 6h de Watkins Glen neste fim de semana foi muitíssimo bem substituído: Marcos Gomes esteve à altura do desafio e colaborou – muito – para a vitória do #19 que partilhou com Chico Longo.

O carro da marca de Sant’Agata saiu da disputa não só com mais um troféu de vencedor na geral e na subclasse GT3, como também com a volta mais rápida da disputa – 1’33″087, na 68ª passagem. A vitória foi conquistada já com a pista às escuras, quando Marcos superou o rival Xandinho Negrão, que conduzia a Mercedes-AMG GT3 da Scuderia 111, dividida com seu pai, Xandy Negrão, a cerca de 25 minutos do final.

A diferença entre os três primeiros, que completaram a prova na mesma volta, pode ser considerada pequena para uma corrida de quatro horas de duração: Gomes venceu Negrão por 6″717 e o Porsche 911 GT3-R da dupla Marcel Visconde/Ricardo Maurício fechou em 3º lugar a apenas 7″157.

Pole position, o AJR Chevrolet V8 #88 da dupla Vicente Orige/Carlos Kray liderou até a primeira janela obrigatória de parada nos boxes. Orige conseguiu um bom ritmo, virando voltas na casa de 1’36”, mas a parada foi longa demais e quando o protótipo voltou à pista, Carlos Kray não acompanhou a performance do colega de escuderia. Mas o carro seguiu no top 5 até que um problema na 61ª volta o tirou da disputa.

Cinco voltas depois, o #26 de Oswaldo e Eduardo Scheer bateu, levando mais um dentre os quatro AJR à nocaute. A dupla Nilson e José Roberto Ribeiro, cujo carro ficou pronto em cima da pinta, tentou seguir mesmo com vários problemas no #65 e acabaram por desistir após completarem 84 voltas. O único dos carros criados por Juliano Moro a sobreviver foi o #117 de Henrique Assunção/Fernando Fortes/Fernando Ohashi/Emilio Padron, que ainda conseguiu terminar em sexto na geral.

36516934_392127007942935_1191944971867914240_n
Mauro Kern e Paulo Sousa triunfaram entre os protótipos da classe P2

Assim, a vitória entre os protótipos da P1, a exemplo do que aconteceu em Curitiba, ficou com o MC Tubarão IX de Tiel Andrade/Júlio Martini que, mesmo a 11 voltas dos primeiros, conseguiu um importante quarto lugar na classificação geral, à frente também da Ferrari 458 Italia GT3 de Peter Ferter/Ricardo Mendes.

36441883_392127124609590_5428210454457483264_n
Segunda corrida – e primeira vitória – do Audi RS3 LMS TCR no país. O fim de semana foi mesmo dos bons para a equipe MC Tubarão…

A equipe MC Tubarão, aliás, conseguiu ainda mais dois triunfos na Chevrolet Absoluta 500: Mauro Kern/Paulo Sousa ganharam com o MRX Tubarão #32 de pintura que lembra o Porsche 917 da Martini nas 24h de Le Mans de 1970 na classe P2 (7º posto na geral), enquanto Henry Visconde/Márcio Basso foram perfeitos com o Audi RS3 LMS TCR, dando ao simpático carro que tem motor turbo de 360 cavalos, que chegou em 11º na geral, sua primeira vitória em Terras de Vera Cruz, na classe GT4.

36402817_1635503259881984_1941486077202137088_n
Sonho realizado: vitória da Motorcar em Interlagos na classe P3 com a dupla Rafael e Gustavo Simon. A equipe festejou muito, merecidamente!

Os gaúchos Gustavo e Rafael Simon também fizeram uma corrida perfeita dentro do que o equipamento permitiu, fechando num sólido 9º posto geral e com a vitória na P3, beneficiados especialmente pelo problema – raro – que tirou o Spyder #151 de Sérgio Pistilli/Walter Pinheiro de esquadro. Os outros competidores da categoria ficaram várias voltas atrasados e não tiveram chance de incomodar.

De positivo, o ótimo grid verificado na disputa, com 39 carros largando entre os quarenta que marcaram tempo – o que deve ter deixado os organizadores das 6h de São Paulo (que inclusive estiveram em Interlagos assistindo à corrida), prova que regressa ao calendário do Mundial de Endurance na temporada 2019/20 bastante impressionados. Torço, aliás, para que a N/Duduch Motorsports consiga fazer uma boa parceria com a Associação de Pilotos de Endurance (APE) para trazer melhores notícias à modalidade no país.

O único senão foi o público diminuto nas arquibancadas. Mesmo com entrada franqueada mediante doações ao Instituto Ingo Hoffmann, o concreto frio de Interlagos esteve praticamente vazio.

Uma lástima, mas é aquilo: tem gente que só pisa em autódromo pela boca livre dos camarotes e HC’s. Sei que os fãs querem ficar perto dos carros, mas na impossibilidade, por que não colaborar com uma instituição de um dos maiores monstros do esporte a motor do país? Enfim… vida que segue.

Dia 21 de julho tem a 3ª etapa em Tarumã. Oxalá o escriba aqui possa estar presente colhendo impressões sobre um campeonato que parece seguir firme e forte num ótimo caminho dentro do motorsport brasileiro.

Ainda bem.

Resultado final da Chevrolet Absoluta 500:

1º #19 Chico Longo/Marcos Gomes
Lamborghini Huracán GT3 – classe GT3
140 voltas em 4h01min18seg351

2º #9 Xandinho Negrão/Xandy Negrão
Mercedes-AMG GT3 – classe GT3
a 6″717

3º #70 Marcel Visconde/Ricardo Maurício
Porsche 911 GT3-R – classe GT3
a 7″157

4º #5 Tiel Andrade/Júlio Martini
Protótipo MC Tubarão IX Ford Duratec Turbo – classe P1
a 11 voltas

5º #155 Ricardo Mendes/Peter Ferter
Ferrari 458 Italia GT3 – classe GT3
a 12 voltas

6º #117 Fernando Ohashi/Henrique Assunção/Fernando Fortes/Emílio Padron
Protótipo AJR Chevrolet V8 – classe P1
a 12 voltas

7º #32 Mauro Kern/Paulo Sousa
Protótipo MRX Tubarão – classe P2
a 13 voltas

8º #35 Jair Bana/Duda Bana
Protótipo Predador Audi Turbo – classe P1
a 15 voltas

9º #56 Gustavo Simon/Rafael Simon
Protótipo MRX Volkswagen 8V – classe P3
a 16 voltas

10º #3 Cali Crestani/Fernando Stédile
Protótipo Tornado III Hayabusa – classe P2
a 19 voltas

Comentários

  • Aqui em Tarumã teremos casa cheia pode ter certeza e acompanhada daquele cheirinho de churrasco no ar ! Te esperamos por aqui Rodrigo !!

  • Boa tarde Rodrigo, tenho duas perguntas:

    1. Até o ano passado, o Porsche era o mais rápido e o que mais vencia no Endurance nacional, se quiserem trazer a versão GT2 RS com 700 cv pro país (que é o Porsche MAIS RÁPIDO da historia) ele seria aceito no regulamento?

    2. Em qual categoria esse Porsche corre mundo afora? Não achei nada no seu blog…

    Obrigado!

    • Vamos às respostas:

      1. Não, não seria aceito pelo regulamento do Endurance Brasil.

      2. O 911 GT3-R que está aqui é apto a competir nas séries Blancpain, na IMSA, no Pirelli World Challenge, no Australiano de GT, no ADAC GT Masters, FFSA GT, British GT e no GT300 do Super GT Japonês.

  • Eu era um dos gatos pingados na arquibancada. Uma pena mesmo o público pequeno, mas pode ser que tenha faltado trabalho de divulgação. Tive de me deslocar uns 100km para ir até lá. Eu e a pessoa que estava comigo nos perguntávamos “O que tem melhor para fazer hoje a essa hora qualquer pessoa que more por aqui?”.

    Enfim, um desperdício porque o evento foi sensacional. Além do que o Mattar já escreveu, no início teve um protótipo motor Hayabusa que largou em quarto, atropelou todo mundo e ficou disputando a ponto com o AJR #88 (que largou na pole) por umas 5 voltas. Sensacional. Teve uma ultrapassagem desse protótipo sobre o AJR inclusive, que a trasmissão não pegou, só vimos os que estávamos lá… não que a transmissão tenha sido ruim, pelo contrário, vi depois para conferir algumas coisas, o ponto é que tem coisas que só indo até o lugar para ver.

    Finalmente, esse campeonato é muito bacana, só falta trabalharem a confiabilidade dos protótipos em geral. Quebram bastante. E no fim virou uma corrida de GTs. É legal quando é diferente disso. Verdade que o AJR teve uma grande vitória ano passado, Tarumã se não me engano. Tomara que engrenem.