Martin Birrane (1935-2018)

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Martin Birrane foi uma personagem importante no automobilismo britânico, salvando a Lola da bancarrota e mantendo viva a trajetória de um dos construtores de maior sucesso da história do esporte a motor (Foto: reprodução Autosport)

RIO DE JANEIRO – A semana das 24 Horas de Le Mans começa com uma noticia triste. Morreu sábado, aos 82 anos, o antigo piloto e também empresário Martin Birrane.

Irlandês nascido em Ballina, no dia 19 de agosto de 1935, viveu intensamente no meio do esporte a motor por meio século. Foi o dono do circuito de Mondello Park, na sua Irlanda natal, além de empresário de sucesso no ramo imobiliário, com uma fortuna avaliada em £ 85 milhões.

Como piloto, disputou provas do British Touring Car Championship (BTCC), Fórmula 5000 e diversas provas de carros esporte, a partir de 1967. Em Sarthe, competiu por nove vezes em onze oportunidades de que tentou participar da maior prova de longa duração do planeta. Em 1985, venceu no Grupo B com uma BMW M1 da equipe Helmut Gall, que dividiu com o alemão Edgar Dören e o belga Jean-Paul Libert, completando a disputa na 15ª posição na classificação geral.

Fora das pistas, a importância de Martin Birrane para o esporte pode ser medida quando, em meados dos anos 1990, ele conseguiu salvar a Lola Cars da bancarrota. A desastrada aventura de Eric Broadley na Fórmula 1 em 1997 quase encerrou a trajetória de uma das maiores construtoras de carros de competição do mundo, mas a fábrica de Huntingdon não silenciou suas atividades.

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Sob seu comando, a Lola construiu protótipos como este da foto, o MG EX265, também batizado como B01/60 (Foto: reprodução Autosport)

Birrane reconstruiu a história da Lola Cars. Levou prêmios de ‘melhor negócio do ano’ em seu país por ter conseguido recuperar a saúde financeira da companhia. Fez carros para a ChampCar, os monopostos da primeira geração da extinta série A1GP e também diversos Esporte-Protótipos, entre os quais o simpático modelo que foi rebatizado ora como EX257 – com motor MG Turbo – ou como B01/60. A Lola fez parte também do primeiro grid do Mundial de Endurance (FIA WEC), com os chassis B12/60 da Rebellion Racing e o B12/80 de LMP2 usado pela escuderia Gulf Racing Middle East.

Após o fim da atividade como construtor de carros de competição, Birrane – que teve também um time de Nascar no início dos anos 1990 – serviu o túnel de vento da Lola, um dos mais avançados da Europa, para serviços técnicos a vários clientes.

Comentários

  • Esses protótipos da MG/Lola deram muita dor de cabeça para os Audi R8 nos anos 2000,mesmo sendo de uma categoria inferior ao dos Audi.