Pole provisória é da Toyota em noite de recordes em Le Mans

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Com Kazuki Nakajima, Toyota fez a pole provisória em La Sarthe, num treino em que o abismo entre japoneses e os melhores independentes não é como se imaginava (Foto: FIA WEC)

RIO DE JANEIRO – O primeiro passo foi dado: a Toyota fez 1-2 novamente e tem tudo para assegurar a primeira fila e a pole position para a 86ª edição das 24h de Le Mans, que se realiza neste fim de semana. Resta saber com qual carro: hoje o #8 com Kazuki Nakajima a bordo levou vantagem de pouco mais de um décimo de segundo sobre o outro bólido do construtor japonês.

A volta em 3’17″270 nem de longe chega ao recorde do ano passado, triturado por Kamui Kobayashi. Alguns até perguntaram em redes sociais se a equipe não estaria andando em ‘modo de segurança’. Nada disso: os carros estão rápidos e uma prova de que eles têm que se preocupar foi dada quando a direção de prova anunciou que sete (e não seis) das voltas percorridas pelo carro #8 (o de Fernando Alonso, Nakajima e Sébastien Buemi) seriam deletadas porque o fluxo de combustível por volta estava excessivo – trocando em miúdos, fora do limite estipulado pelo EoT do WEC.

Preocupante para os orientais e positivo para os independentes foi ver que a diferença não é tão abissal assim. No treino livre já houve surpresa. Em ritmo de qualificação, SMP Racing e Rebellion tiveram bom desempenho. O time russo ficou em 3º com uma ótima volta de Stéphane Sarrazin em 3’19″483, enquanto Bruno Senna pôs o carro #1 do time anglo-helvético na quarta posição da folha de tempos – 3’19″662.

O outro Rebellion R13 virou uma volta pior que no treino livre, mas fechou os cinco mais rápidos da sessão, enquanto a DragonSpeed teve de abreviar sua performance: o motor do carro #10 quebrou. Mikhail Aleshin também não foi capaz de superar no treino classificatório a boa volta de Jenson Button na primeira sessão, deixando o #11 em sétimo, seguido pelo protótipo da ByKolles e os dois Ginetta da Manor – que continuam tendo toda a série de problemas, desde motor trocado até falhas eletrônicas e no motor de arranque.

Para piorar, Léo Roussel chegou a andar voltas em torno de 3’26”, mas os comissários decidiram cancelar todas as suas voltas porque o piloto francês superou o limite de 60 km/h no pitlane, além de uma multa de € 400, cerca de R$ 2 mil. Assim, valeu o modesto 3’30″481 do estreante britânico Mike Simpson, no comecinho da sessão.

Se a Toyota não impressionou e não chegou perto da marca histórica de “Koba San” em 2017, a LMP2 teve o recorde da volta quebrado pelo segundo ano consecutivo dentro do novo regulamento. O autor da volta voadora foi Paul-Loup Chatin, no Oreca #48 da IDEC Sport Racing equipado com pneus Michelin. O piloto da casa marcou 3’24″965, baixando em quase três décimos o tempo da G-Drive Racing estabelecido ano passado em 3’25″352.

Loïc Duval também andou próximo do antigo recorde, cravando a segunda melhor marca da sessão em 3’25″440 com o carro #28 da TDS Racing, seguido por Jean-Éric Vergne (G-Drive Racing), Pastor Maldonado (DragonSpeed) e Nico Lapierre (Signatech-Alpine Matmut).

Para variar, a United Autosports se destacou entre os Ligier e ficou em 6º com Filipe Albuquerque. E outro Felipe (com E), o Nasr, estabeleceu a 8ª marca da classe e o melhor tempo entre os Dallara inscritos, com 3’27″993.

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O “Rothmans” Porsche quebrou o recorde da LMGTE-PRO para o circuito antes de sair da pista com Gimmi Bruni. A marca também foi a melhor na LMGTE-AM (Foto: FIA WEC)

Na LMGTE-PRO também teve quebra de recorde e uma situação curiosa. Instantes após trucidar o tempo anterior da categoria, com uma volta em 3’47″504, Gianmaria Bruni perdeu o controle do Porsche #91 “Rothmans” e acabou saindo da pista nos esses próximos à lendária ponte Dunlop. E o carro não voltaria mais…

A volta demolidora de Bruni foi incríveis 1″593 mais veloz que o Porsche #92 “Pink Pig” e a partir daí até o 14º colocado entre os dezessete carros inscritos, as diferenças variaram até menos de meio segundo.

Entre os brasileiros, a Ferrari de Daniel Serra ficou em quinto, graças a uma bela volta do experiente Ale Pier Guidi. O Ford de Tony Kanaan estabeleceu a oitava marca com Andy Priaulx, enquanto o português Antônio Félix da Costa ficou em nono, no carro que terá Augusto Farfus. Na Ferrari #52 de Pipo Derani, Antonio Giovinazzi foi o responsável pela melhor volta.

E tomara que as diferenças tornem a diminuir. A performance dos novos Aston Martin AMR Vantage beira o sofrível e quase dois segundos e meio separaram os dois carros do time britânico. O ACO tem que intervir e rápido com mais um BoP, para que os britânicos não desistam de lutar por uma corrida mais digna.

Já na LMGTE-AM, outro recorde quebrado nesta quarta-feira: Matteo Cairoli ignorou o tempo anterior do brasileiro Fernando Rees e cravou um excelente 3’50″669 com o Porsche #88 da equipe do galã Patrick Dempsey (que inclusive está em La Sarthe) e do alemão Christian Ried, que também guia no #77 que ficou em 2º na sessão de classificação com Matt Campbell a 1″202 do novo recorde da pista para a categoria.

Outros dois pilotos superaram a antiga marca da classe, com Benjamin Barker fechando o 1-2-3 da Porsche e Giancarlo Fisichella de novo se intrometendo entre os bólidos germânicos, deixando Jörg Bergmeister com o quinto tempo. Jeroen Bleekemolen completou o top 6 com a Ferrari #85 da Keating Motorsports, inscrita em parceira com a Risi Competizione.

Nesta quinta-feira, acontecem ainda mais duas sessões com duas horas de duração cada uma, às 14h e 17h de Brasília, respectivamente, definindo as 60 posições de largada. E o Fox Sports 2 vai transmitir AO VIVO e com exclusividade as 24h de Le Mans em duas janelas – sábado às 14h (até 18h) e domingo às 8h, até o final. A equipe de transmissão será Hamilton Rodrigues na narração e Rodrigo Mattar junto a Edgard Mello Filho nos comentários.

Comentários

  • O Sapo com o nome da Toyota ainda tá enterrado. Se os particulares fizerem a Toyota ter que fazer um ritmo mais forte, não sei não. Depois da 12a hora as Toyotas não são mais confiáveis.

  • Boa sorte amigo, tenhas uma otima transmissao com direito ao abandono da Toyota do Choronso (rsrsrsrsr)…apesar de gostar da Toyota em Nascar, nao precisava favorecer tanto assim a mesma na WEC….abraços tricolores (que ta mal, perder pro Santos, afff)…
    .

  • Estava lendo no Grande Prêmio as considerações do Alonso sobre a classificação em Le Mans. Falou também sobre as expectativas para a corrida. Acho que ele ainda não pertence ao mundo do Endurance. Talvez no ano que vem, na próxima Le Mans a opinião dele já tenha mudado sobre “emoção apenas nas últimas horas”, etc, etc. Endurance, para mim, é quase um exercício de autoconhecimento, a máquina e o piloto são testados a cada hora, a cada mudança de pista, a cada vez que o cansaço bate. Se ele não vier a sentir verdadeiramente isso, creio que após vencer uma Le Mans ele desaparece do Endurance. Cresceu em provas curtas e parece não ter desapegado disso ainda. Endurance é um amor maduro pelo esporte, de intensidade completa. Já corridas de Sprint, uma paixão adolescente.
    Sou mais Endurance.

  • Le Mans é coisa de maluco mesmo. A Toyota vem com a faca e o queijo na mão de novo… e começa a dar sinais preocupantes. E todo mundo achando que havia o risco da prova ser sem graça no pelotão da frente, com os japas disparando… teremos uma corrida!

  • 70 anos…de porsche..
    Tá com cara que vai ao podium em todas as classes..
    Ganhar..pode esperar…..
    Talvez transmitir ápenas 1 hora..do dia..largada..
    Ou então uma materia bem extensa..assim não tem que ver só Copa..timinhho da Granja etc etc……………