AJR #65 quebra recorde do Endurance Brasil em Tarumã

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O novo recordista de Tarumã no clique de Bruno Terena (Foto: Divulgação/MS2)

PORTO ALEGRE – Uma tarde fria e histórica no Autódromo de Tarumã: o protótipo AJR com motor Chevrolet V8 preparado pela equipe dos sul-matogrossenses Nílson e José Roberto Ribeiro superou o antigo recorde de Juliano Moro para o Endurance Brasil, durante os treinos para a 3ª etapa do Campeonato Brasileiro e segunda etapa do Campeonato Gaúcho.

O tempo de 56″610, registrado na sessão de classificação para os protótipos inscritos na subclasse P1, com média de 193,3 km/h, é a volta mais rápida da história do traçado de 3,039 km de extensão para carros do gênero. No entanto, o recorde de qualquer categoria para o circuito é de Pedro Piquet – o caçula de Nelson Piquet marcou 55″712, média de 196,37 km/h, alcançado em 2014.

Ao fim do treino, os aplausos tomaram conta dos boxes da pista, com todas as equipes vindo cumprimentar o pole position José Roberto Ribeiro. A equipe do #65 conseguiu um feito digno de registro, pois é a segunda corrida com o novo protótipo e a primeira para valer, pois em Interlagos o carro ainda não estava 100% pronto e aquela prova foi usada para testes. E logo na primeira aparição no mais veloz circuito do país, vem um recorde incrível, mais de seis décimos abaixo do 2º colocado.

“A gente acompanhou a evolução da categoria”, comentou o pole. “Hoje temos em mãos o protótipo mais rápido do Brasil e o estamos desenvolvendo. Estou feliz mas, você sabe, pole em Endurance não significa muito ainda. A gente tem que ter a confiabilidade, mas a satisfação por colocar o carro lá na frente logo na segunda prova dele é grande”, comentou José Roberto Ribeiro.

“Acho que a gente tem bastante coisa pra melhorar”, explicou o piloto. “Em tempo talvez a gente possa baixar um segundo ou dois, mas em termos de durabilidade a gente tem que trabalhar muito. Nós temos que chegar ao fim disputando na nossa classe, que é a P1. E se tivermos uma chance de brigar com os super esportivos que vêm de fora vai ser mais um motivo de orgulho para um carro feito no Brasil”, arremata.

Realmente os protótipos AJR já se mostraram velozes, tendo conquistado as três poles no ano. Mas vitória, que é bom, somente na última corrida da temporada passada. É o calcanhar de Aquiles de um belo e promissor carro, mas que ainda padece de falta de confiabilidade.

Voltando ao resultado dos treinos, após o pole veio o carro #117 que foi tripulado por Fernando Fortes em ótima performance do piloto, a 0″660 de José Roberto Ribeiro. Júlio Campos classificou o #88 da equipe AJR, mas não acompanhou o ritmo dos outros carros, ficando a 1″114 da pole.

Outro feito digno de nota foi que sete carros registraram tempos abaixo de um minuto no treino classificatório (no terceiro treino livre, foram oito), entre eles os principais carros da classe GT3, que vêm sendo os que brigam na linha de frente com os melhores protótipos nacionais. O Lamborghini #19 da equipe Via Italia/TMG ficou em quarto com Daniel Serra cravando 57″847, um tempo superior ao da Mercedes-AMG GT3 de Xandy e Xandinho Negrão e do Porsche 911 GT3-R de Miguel Paludo/Ricardo Maurício.

E aí cabe uma explicação para a diferença de desempenho: sem restrição nos motores, o Huracán despeja mais de 600 HP de potência e o Porsche tem pouco mais de 500 cavalos. O que já provocou uma alteração anunciada no regulamento do Endurance Brasil em 2019, com os carros voltando a apresentar restritores.

Nas demais categorias, Rubens Ghisleni/João Cardoso marcaram 1’03″304 e conquistaram com o protótipo MRX #44 a pole position da classe P2. Gustavo Frey/Gustavo Tomazini ficaram com o melhor tempo dos P3 – 1’04″690. E na briga restrita a apenas dois GT4 presentes, o Audi RS3 LMS TCR guiado por Márcio Basso bateu a Mercedes CLA 45 #63 da Mottin Racing. Basso marcou 1’09″941 e foi praticamente um segundo mais rápido que o adversário.

A 3ª etapa do Endurance Brasil tem entrada franqueada para o público mediante a doação de um quilo de alimento não-perecível ou um agasalho. A largada será às 13h e o blog terá o streaming com a corrida ao vivo e na íntegra.

Comentários

  • Sensacional !!!

    Os protótipos nacionais estão mostrando seu valor !!!

    Rodrigo, não seria um retrocesso a alteração anunciada no regulamento do Endurance Brasil em 2019, com os carros voltando a apresentar restritores? Fico com a impressão que se deveria ir no sentido oposto, ou seja, fazer com que os carros mais “fracos” pudessem alcançar os mais fortes.

    Finalmente, uma pena a coincidência de datas entre a Endurance e o TurismoBR..

    Saudações !!!

    • Gustavo, quanto a isso eles é que sabem. Nessa questão técnica, tem que existir sim um equilíbrio. O que o Lamborghini tem de potência a mais em relação ao Porsche é um absurdo. Principalmente no trecho correspondente em Tarumã da saída da Curva 9 até a freada pro Laço. Ali, o carro italiano faz valer seus 100 HP a mais que o 911 GT3-R.

  • Equalizar o desempenho dos carros GT é bom para o espetáculo na medida em que favorece os “pegas” na prova, porém isso mascara o desempenho real dos carros. Tem também os fatores pista e pilotos; conforme o traçado da pista, uma marca pode ser favorecida em relação a outra. Em outro autódromo, a situação pode se inverter. Pilotos então nem se fala. O Paludo é muito mais piloto que o Marcel Visconde. Eu deixaria o regulamento como está.