E Vergne é campeão

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Diminuir a importância do título de Jean-Éric Vergne para valorizar quem fez a melhor campanha nas últimas corridas? Aqui, não: o francês foi constante, competente e inteligente. Todos esses fatores pesam mais do que conquistar seis pódios consecutivos

RIO DE JANEIRO – A Fórmula E chega ao fim de sua temporada #4, última na atual configuração de carros e também de corridas com troca de monoposto, com um novo campeão – quebrando um tabu de que, para ganhar a categoria, era preciso virar o jogo na corrida final.

Para Jean-Éric Vergne, francês de 28 anos nascido em Pontoise, não foi necessário. O piloto da Techeetah cruzou a linha de chegada com o 5º lugar na primeira prova do ePrix de Nova York, disputado em rodada dupla. E bastou: mesmo largando de último por conta de uma punição, JEV fez uma prova exemplar, de quem queria mesmo levantar o caneco. O adversário Sam Bird não teve um equipamento forte como no fim da temporada #3, quando venceu as duas na cidade que nunca dorme.

E ao cabo de 43 voltas pelo circuito montado na zona portuária do Brooklyn com cerca de 1,95 km de extensão, Vergne conseguiu o quinto posto – que lhe ofertava 10 pontos, enquanto Bird, com o nono lugar, somava dois. A diferença assim subia para 31 (173 a 142) e com 29 pontos em jogo na última etapa, a virada tornou-se impossível.

É claro que as atenções da França – que comemora hoje os 228 anos do Dia da Bastilha, o principal feriado nacional do país – estão voltadas à decisão da Copa do Mundo de Futebol em Moscou, entre os Bleus e a Croácia. Mas a conquista de Vergne já é destacada pela imprensa de seu país, principalmente pela turma do Auto Hebdo. No L’Equipe, é difícil concorrer com as notícias da Copa, com o Tour de France (que está em andamento) e até mesmo com as decisões de Wimbledon.

E Bird que não se cuide: o piloto da Virgin DS Racing pode até perder o vice-campeonato para o emergente Lucas Di Grassi, que emplacou seis pódios consecutivos, vencendo também as duas últimas etapas em Zurique e neste sábado em NY. Um resultado importante para a Audi, que se mantém na briga pelo título de equipes contra a Techeetah.

Até acho louvável que ele, Di Grassi, tenha feito uma segunda metade de campeonato melhor que muitos pilotos em termos de resultado, marcando mais pontos que Vergne, inclusive.

Mas um campeonato não se ganha dessa forma.

Um título se conquista com constância – Vergne pontuou em TODAS as etapas – competência (foram quatro pole positions e três vitórias do francês) e inteligência. A temporada #4 foi a da afirmação de JEV. Não tem jeito.

Agora é aguardar por dezembro, quando uma nova história será reescrita na temporada #5, com novo carro e novo formato de disputa de uma categoria que vem crescendo cada vez mais dentro do cenário mundial do automobilismo – mesmo que muitos fãs ainda torçam o nariz para o conceito da ABB FIA Fórmula E.

Comentários

  • Tomara que a segunda geração de carros traga junto um salto de qualidade nas corridas, porque sinceramente até hoje elas não empolgaram muito

  • A França, país de verdade onde não só se vive de futebol!
    Automobilismo e ciclismo (MTB ou Speed) grandes esportes.
    A Fórmula E gatinha ainda, creio que vai empolgar mais com a nova geração de carros, tem já excelentes pilotos e grandes montadoras se envolvendo.