IMSA: 33 carros no Canadá

IMSA WeatherTech SportsCar Championship
Após as 6h de Watkins Glen, a IMSA retorna para uma corrida com duração ‘normal’ de 2h40min: o GP do Canadá será disputado em Mosport Park neste domingo a partir de 15h de Brasília, com transmissão ao vivo do Fox Sports 2 (Foto: IMSA)

RIO DE JANEIRO – Sétima etapa da temporada 2018, o Mobil 1 SportsCar Grand Prix será disputado neste domingo no Canadian Tire Motorsports Park, em Bowmanville, no estado de Ontário. A pista anteriormente conhecida como Mosport Park foi sede do GP do Canadá de Fórmula 1 por alguns anos (até 1977) e é técnica e veloz, com 3,956 km de extensão. É nesse traçado que 33 carros vão se digladiar pela vitória nas três categorias da série IMSA Weather Tech SportsCar Championship.

A previsão inicial apontava 34 bólidos, mas a equipe Tequila Patrón ESM se viu obrigada a retirar um de seus Nissan Onroak DPi por conta de problemas recorrentes de motor, verificados ao longo de todo o fim de semana das 6h de Watkins Glen. O time optou por alinhar Pipo Derani e Ryan Dalziel juntos no carro #22, o único que será transportado para o circuito. O #2 regressa na etapa seguinte da classe Prototype, que será em Road America. Assim, teremos 13 carros na Prototype, oito na GTLM e doze na GTD.

Também consta da primeira relação o nome do português João Barbosa no #5 da AX Racing, mas ele se lesionou num tombo de bicicleta e não se recuperaria para a corrida. Christian Fittipaldi, que acumula a função de piloto nas provas longas do campeonato junto à de diretor esportivo da escuderia, deverá assumir o posto do luso e dividir o Cadillac DPi-V.R com Filipe Albuquerque, o líder do campeonato com vantagem de um ponto (169 a 1968) sobre o quase xará Felipe Nasr e sobre Eric Curran. Hélio Castroneves, que após os problemas da última etapa distanciou-se da liderança – é o sexto na tabela – curiosamente corre pela primeira vez no circuito, um dos poucos na América do Norte que o “Homem Aranha” ainda não conhecia.

Para essa etapa, três dos carros do regulamento Daytona Prototype International terão incrementos de potência: após as severas restrições das etapas anteriores, os Cadillacs vão com 0.3 mm a mais nos restritores de ar, passando a 30.7 mm de diâmetro nas duas cornetas. Os motores dos Mazda RT24-P e Nissan Onroak DPi terão um boost maior do turbo nas seguintes faixas úteis: 6500 a 9100 rpm (Mazda) e 6200 a 7600 rpm (Nissan). Como efeito, os tanques de combustível serão alargados: 64 litros para os Cadillacs (eram 62 em Glen), 74 litros para os Mazda (eram 71 na etapa anterior) e 76 para os Nissan (75 litros na última corrida).

Na GTLM, a Ford lidera nos pontos com suas duplas separadas por um ponto – o comando da classificação é de Joey Hand/Dirk Müller, frente a Ryan Briscoe/Richard Westbrook. Em terceiro lugar a quatro pontos da dianteira, a dupla Antonio Garcia/Jan Magnussen conta com uma novidade no BoP para tentar desbancar o favoritismo dos carros da Ganassi: os C7-R terão a mesma abertura de entrada de ar que os Porsche 911 RSR GTE, ganhando 0.9 mm e passando para 31.5 mm. O tanque de combustível teve acréscimo de um litro para a prova canadense e subiu para 92.

A BMW M8 GTE padeceu de falta de ritmo em Watkins Glen e o carro, além de ganhar dois litros no tanque de combustível (passou para 91 litros em Mosport), sofreu uma redução na pressão do turbo nas faixas úteis entre 3500 e 7500 rpm.

Bryan Sellers/Madison Snow, da Paul Miller Racing, chegam líderes do campeonato após a etapa anterior, com um ponto de vantagem sobre Katherine Legge (155 a 154) na classe GTD, em que Audi e Porsche são os únicos construtores com mudanças em seus modelos. Ambos os carros terão ganho de potência – o Porsche recebe 3 mm de acréscimo nos restritores de ar e o Audi, um – e capacidade do tanque de combustível. O modelo de Ingolstadt vai com 96 litros nesta prova e o de Weissach, 92.

Uma outra discussão que começa a ganhar força no paddock da categoria é quanto à separação da classe Prototype. Alguns donos de equipe querem o desmembramento com os DPi formando uma classificação à parte e os LMP2, outra. Wayne Taylor, pai dos pilotos Jordan e Ricky Taylor, dono da equipe campeã no ano passado, é o porta-voz dos descontentes.

“Não é mais um campeonato feliz”, disparou. “Como você faz um BoP com os DPi, que têm os melhores carros e pilotos, contra as equipes de P2 que têm um piloto profissional e outro não? Como você faz isso?”, questiona.

“É difícil motivar um patrocinador quando a gente se classifica em 8º no grid (em Watkins Glen). Como é que isso parece para o seu patrocinador, quando você tem o melhor carro, os melhores pilotos e isso é retirado pelo regulamento?”, arremata Wayne.

Por outro lado, o diretor da equipe AFS/PR1 Mathiasen Motorsports, Bobby Oergel, não enxerga viabilidade alguma no modelo atual da série IMSA no que diz respeito aos chassis e às equipes LMP2. “Não acho que seja justo para os fabricantes, mas não pode ser injusto para nós também”, pondera. “É muito claro que o conceito LMP2 não traz viabilidade alguma para a categoria, agora”.

“Preciso que a questão da separação de classes seja definida o mais rápido possível”, afirma Oergel. “Se não for uma realidade em agosto, tenho que olhar para outros programas, possivelmente no European Le Mans Series (ELMS). Ali, o modelo realmente funciona”, afirma o dirigente.

A vitória da JDC-Miller Motorsports na última edição das 6h de Watkins Glen foi apenas a segunda de um protótipo LMP2 dentro do regime de convivência entre os protótipos com o regulamento “Global Cars” e os DPi. Mas mesmo o time de John Church pondera a mudança para a plataforma DPi no futuro, “para estar numa classe onde podemos lutar pelas vitórias na geral”. Inclusive, o jornalista Marshall Pruett, da RACER Magazine, publicou matéria falando que a Hyundai seria o construtor associado à equipe. Resta saber com que chassis…

O GP do Canadá da IMSA terá transmissão ao vivo no Fox Sports 2 neste domingo a partir de 15h pelo horário de Brasília. Uma reprise está programada também para este domingo, por volta de 0h30.

Comentários

  • Difícil a situação. Dá para entender a posição do Metralha Pai. Ele enxerga um BoP de máquinas, em um cenário onde não existe um BoP dos pilotos. Equipes com os melhores pilotos profissionais e estrutura técnica de ponta têm custos mais elevados e precisam mostrar mais serviço para atrair patrocinadores de peso. Realmente é difícil dizer que está perdendo terreno para alguém com investimento e estrutura muito menor. Por que um patrocinador investiria caro “aqui”, se pode aparecer vencendo “barato” ali?
    Mas também separar as categorias, sei não.