Sergio Marchionne (1952-2018)

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RIO DE JANEIRO – Era apenas questão de tempo até que chegasse a notícia. E ela veio: morreu nesta quarta-feira o ex-presidente da Ferrari e da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) Sergio Marchionne. O executivo de nacionalidade italiana e canadense não resistiu à complicações pós-operatórias em decorrência de um tumor maligno num ombro, entrou em coma por causa de uma embolia cerebral e veio a falecer, aos 66 anos.

As informações sobre a doença de Marchionne ficaram por muito tempo em segredo. Houve até quem desconfiasse de um câncer de próstata, mas o problema era mesmo num ombro, que lhe causava muitas dores, e o dirigente teve que se operar na Suíça. Obrigado a renunciar de seu cargo por essa razão, foi substituído após o último dia 5 de julho, por outro executivo do FCA, John Elkann. Portanto, passaram-se apenas 20 dias desde a saída até sua morte.

Marchionne revolucionou a estrutura do grupo. Salvou a Chrysler, absorvida pela Fiat, da falência total. E deu dinamismo à Ferrari, principalmente na área de motorsport, o carro-chefe da marca.

Discreto, sempre vestido com suéteres ou ternos escuros, o substituto do espalhafatoso Luca Di Montezemolo como principal executivo do grupo foi um dos pilares das mudanças pelas quais o Cavallino Rampante vinha passando na Fórmula 1. Também foi o grande responsável pelo retorno ao automobilismo de outra marca do grupo FCA, a Alfa Romeo, via Sauber.

Apoiou também o regresso da Ferrari às competições de Resistência, que se interessou pelo novo regulamento técnico da LMP1 a vigorar a partir de 2021. Até deu esperanças aos fãs da Nascar de que a Dodge pudesse voltar, mas isso acabou fora de questão.

E nada disso cabe ser discutido num momento feito este. A comunidade do automóvel e do desporto automobilístico chora a perda de Marchionne e as redes sociais estão lotadas de manifestações de dor e condolências. Como sói, a Ferrari tem uma grande chance de se aproveitar desta situação às vésperas do GP da Hungria para tentar repetir um fato que vem do ano de 1988.

Eu explico: naquela ocasião, morreu a alma da Ferrari, seu fundador, o Commendatore Enzo Ferrari. Em memória do Capo – e com uma boa dose de sorte, claro – Gerhard Berger e Michele Alboreto venceram o GP da Itália em dobradinha e quebraram a invencibilidade da McLaren, que deitava e rolava naquele campeonato com Ayrton Senna e Alain Prost.

Para quem perdeu o GP da Alemanha da forma como perdeu, numa saída de pista tida por muitos como “tola”, Sebastian Vettel e a Ferrari tudo farão para, em memória de Marchionne, triunfar em Budapeste e conseguir o gás necessário para voltar fortalecida das férias de verão para uma briga que tem tudo para ser histórica contra Lewis Hamilton e a Mercedes-Benz.

Comentários

  • Me parece que era um homem de personalidade forte e muito competente. Espero que o grupo Fiate tenha no nove homem forte alguem do mesmo calibre. A italianada merece.