Vitória no limite para a CORE Autosport em Road America

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Funcionou de novo: Jonathan Bennett e Colin Braun ganharam mais uma e os LMP2 emplacam três vitórias seguidas na IMSA contra os DPi, desta vez no seletivo circuito de Road America

RIO DE JANEIRO – A etapa deste domingo do IMSA Weather Tech SportsCar Championship foi emocionante do início ao final. Repleta de alternativas, estratégias diferenciadas, entradas do Safety Car e muitas disputas, a Continental Tire Road Race Showcase valeu a pena ser acompanhada no circuito Road America, em Elkhart Lake.

E ao fim de 2h40min de disputa na 9ª etapa do campeonato, pela terceira vez seguida os protótipos LMP2 bateram os DPi – e justamente no fim de semana em que se confirmou a separação de classes para 2019. A CORE Autosport tirou partido das estratégias dos adversários – que deram com os burros n’água – para vencer pela segunda vez consecutiva com a dupla formada por Jonathan Bennett e Colin Braun.

Mas quase que não deu: se a corrida tivesse 2h45min como no passado, a estratégia tinha ido pro vinagre. Tanto eles quanto o carro #99 da JDC-Miller Motorsports, que chegou em segundo, terminaram no “cheiro”, ficando sem combustível na volta de desaceleração.

Outro LMP2 fez a pole e liderou, com Robert Alon a bordo do #85 da JDC-Miller Motorsports comandando as voltas iniciais. Após o primeiro pit stop obrigatório as coisas começaram a dar errado para ele e o suíço Simon Trummer, com as chances jogadas no ralo por conta de uma batida dada em Alon por Lawson Aschenbach, no Acura da Meyer Shank Racing, da classe GTD.

As paradas de box eventualmente puseram o Cadillac DPi-V.R da Action Express/Whelen Engineering na ponta, com Felipe Nasr na frente. Mas ninguém conseguiria terminar a disputa sem a necessidade de um último pit stop. A tática passou a ser diferente. Salvar combustível nas bandeiras amarelas era importante – e vieram duas: a primeira numa batida do Porsche de Patrick Lindsey na entrada do Carrossel e depois com Sebastián Saavedra completando o serviço já aberto por Yacamán, ao sair da pista e bater perto do mesmo ponto onde Yacamán rodou e atolou na brita.

Houve quem arriscasse tentar fazer a corrida com uma parada a menos que todo o mundo, mas não deu certo: o #10 de Jordan Taylor/Renger Van der Zande recorreu aos boxes antes que acabasse a gasolina. Harry Tincknell/Jonathan Bomarito, do Mazda Team Joest, teve o mesmo destino. Assim, a liderança ficou com Colin Braun/Jonathan Bennett, que repetiram a estratégia já usada nas últimas provas – largaram de último no pelotão da classe principal por troca de piloto, já que Colin classificou o carro em Mosport e também em Road America, Bennett entregou o carro inteiro ao seu companheiro e Braun fez o resto.

Para Felipe Nasr e Eric Curran foi muito bom negócio terminar em 3º lugar, já que João Barbosa/Filipe Albuquerque terminaram quatro posições atrás. Marcando seis pontos a mais que Albuquerque nesta etapa, a dupla do carro #31 vai para as duas últimas etapas do campeonato com a classe Prototype ainda unificada com a liderança na tabela – 218 a 211.

Pipo Derani/Johannes Van Overbeek ainda salvaram o sexto posto com o Nissan Onroak DPi da equipe Tequila Patrón ESM e Hélio Castroneves/Ricky Taylor, num domingo infeliz para a Penske, só ficaram com a décima colocação. A dupla do Acura DPi #7 caiu para 7º na classificação do campeonato, enquanto Derani segue em nono lugar.

Na GTLM, a questão da estratégia foi igualmente crucial numa disputa equilibrada entre os quatro construtores presentes. Descontando alguns entreveros, a Ford foi mais feliz, mesmo com o #66 dos então líderes Joey Hand/Dirk Müller enfrentando problemas com uma falha na suspensão traseira. Também com a missão de salvar combustível, Richard Westbrook/Ryan Briscoe foram mais felizes que Connor De Philippi/Alexander Sims, que lideravam e viram o carro #25 da BMW Team RLL parar com pane seca. Na última volta.

Dessa forma, a dupla do #67 da Chip Ganassi Racing venceu e ficou com a ponta do campeonato, restando ainda três etapas para o fim da competição. Antonio Garcia/Jan Magnussen salvaram um importante 2º posto que os deixa como vice-líderes, a apenas quatro pontinhos dos rivais – contando, é bom que se diga, com uma inversão de posição sugestionada dos boxes, para que Oliver Gavin/Tommy Milner deixassem passar os companheiros de equipe.

A Porsche ficou com o quarto e o quinto lugares, por conta de alguns problemas – o #911 de Nick Tandy/Patrick Pìlet por atitude antidesportiva contra os vencedores Briscoe/Westbrook, acabou por receber um drive-through, enquanto o #912 de Earl Bamber/Laurens Vanthoor apresentou uma falha na direção.

A classe GTD apresentou disputas homéricas em todos os momentos da corrida e muito equilíbrio entre os construtores envolvidos. Houve momentos em que sete marcas diferentes apareciam nas sete primeiras posições. Por fim, numa corrida limpa e sem erros, venceu a Wright Motorsports, conquistando seu primeiro triunfo na IMSA com a dupla Patrick Long/Christina Nielsen.

O resultado também foi ótimo para Madison Snow/Bryan Sellers, que conservam a liderança da pontuação na classe após o segundo posto em Road America, enquanto Katherine Legge/Álvaro Parente chegaram apenas em sétimo na divisão. Isso deixa a dupla da Paul Miller Racing com 18 pontos de vantagem.

Em 3º terminaram Cooper MacNeil/Alessandro Pier Guidi numa atuação, digamos assim, bem turbulenta da dupla da Scuderia Corsa. Eles tiveram vários problemas, incluindo um pneu que roçava no paralama da roda traseira direita, além de vários contatos imediatos com a Mercedes-AMG de Ben Keating/Jeroen Bleekemolen, inclusive com ambos saindo da pista numa determinada ocasião. Mas a direção de prova não puniu ninguém…

Oswaldo Negri também teve uma prova atribulada, menos por sua culpa e mais por uma rodada seguida de um toque no muro por parte de seu colega de pilotagem Francesco Piovanetti, que provocou uma entrada de Safety Car. Os dois terminaram em 10º na categoria e 29º na geral.

A próxima batalha da IMSA será no próximo dia 19 de agosto no Virginia International Raceway, em disputa que contará apenas com os carros das classes GTLM e GTD. Os protótipos da classe principal regressam em 9 de setembro para o GP de Laguna Seca.

Comentários

  • alvaro parente quando corria de gp2 ,luis figo era o empresário dele, esse português pilota muito, pena que a f1 não quis ele, ele anda bem em tudo que é categoria que ele corre, na pirelli world challenge parente voava, sou fã desse piloto, queria ver alvaro parente um dia correndo na FE, seria dez

  • Domingão pendurado na FOX SPORTS do almoço ao jantar…..
    Grande vitória de C. Elliot num dos mais belos circuitos do mundo…triste fim para J. Logano…
    Depois foi a vez da IMSA….assisti de ponta a ponta e mais uma vez vejo os RSRs perdendo perfomance na reta final do Campeonato dos GTLMs…lideraram por uma questão de estratégia de parada nos boxes mais no final da prova, perderam terreno para a 7º Cavalaria…mas na GTD, deu PORSCHE…
    Num final de semana onde acompanhei a Nascar Cup e Xfinity, Stock Car e Imsa, lembrei somente agora a noite que hoje, domingo, não houve F1..
    Em todas as provas que acompanhei pela TV, houve disputas do começo ao fim, choveu no sábado em W. Glenn e Logano levou, e hoje no mesmo circuito, Chase Elliot venceu pela primeira vez. Na Stock Cars, corrida eletrizante num circuito espetacular para os moldes do automobilismo brasileiro. Na Imsa as “bemas” viram sua primeira vitória com os M8 escapar na última volta e deu Ford…
    Não senti saudades da F1 e nem sei quando será a próxima prova do calendário…

  • Vi a corrida já sabendo do resultado final. O Nasr saiu do boxe na última parada faltando 18 minutos para acabar a prova e estava a 40 segundos do Colin Braun. E aí andou uma barbaridade; chegou a 2,3 segundos, faltou pouco mesmo.
    Portanto, Rodrigo, não diria que foi muito bom negócio para ele e o Curran. Acho que devem ter ficado com um certo gosto amargo na boca…
    De qualquer forma, ótima corrida, Road America é demais.

  • O Nasr e o Curran mostram uma regularidade impressionante, podem ser campeões sim dessa maneira. Torcendo muito por essa dupla!

  • Prezado Rodrigo,

    Na IMSA não há aquela regra estúpida da quantidade mínima de combustível para pesagem, como na F1 ? Se não, a CORE soube aproveitar no limite a brecha, de modo magistral.

    Um abraço,
    Danilo.